Reconto de uma das histórias que Marlene Aires entrelaçou … no dia 22 de outubro na Biblioteca

Era uma vez uma menina que tinha uma mãe lavadeira. Um dia ela foi com a mãe, ao rio Tejo, lavar roupa.

Nesse dia estava muito calor e a menina decidiu ir nadar num pequeno charco. Andou, andou e andou e foi-se afastando, até que chegou finalmente. Estava pronta para mergulhar, mas lembrou-se que estava a usar uns brincos de ouro que o pai lhe tinha dado e colocou-os em cima de uma pedra. Nadou, pulou, cantou, estava muito feliz, mas um homem que andava por ali, estava a observar tudo o que ela fazia e roubou-lhe os brincos. Era tarde quando se apercebeu e foi a correr ter com a mãe. Esqueceu-se dos brincos. A meio do caminho, lembrou-se deles, mas quando regressou já não estavam lá. O homem foi ter com ela e perguntou-lhe se estava à procura de uns brincos de ouro. A menina respondeu que sim, pois tinha sido o seu pai a dar-lhos e ela não os queria perder. O senhor terminou dizendo que tinha pegado neles e estavam no fundo de um surrão e se ela os quisesse tinha de lá ir buscá-los. Sem pensar duas vezes entrou dentro do surrão e o senhor fechou-o e foi para bem longe. Já era muito tarde e a mãe dela estava muito preocupada. Procurou, procurou e procurou, mas não havia sinais dela.

O homem passou a andar de aldeia em aldeia a apresentar “o primeiro surrão que canta”. Ele ameaçava bater-lhe se ele não cantasse. Enquanto isso, a mãe da menina não se cansava de a procurar. Finalmente, o senhor chegou à aldeia da menina e voltou a apresentar “o primeiro surrão que canta”. A senhora decidiu ir ver esse pequeno espetáculo. O homem voltou a ameaçar o surrão e novamente saiu uma voz lá de dentro a cantar. A mãe conseguiu identificar a voz da filha. Então, ela teve uma ideia. Quando acabou foi perguntar ao senhor se queria ir comer uma sopa na sua casa. O homem, como andava esfomeado, aceitou de imediato. Mal chegaram, a mulher disse para ele colocar as suas coisas num canto e sentar-se na sala. De repente, a senhora lembrou-se que lhe faltavam as couves e as batatas, mas o armazém era muito longe. O homem ofereceu-se logo para ir comprar. Quando ele já estava a uma distância considerável foi até ao surrão e tirou a sua filha. Deu-lhe um banho, vestiu-a com roupas lavadas e decidiu encher com um monte de dejetos de vaca e galinha o surrão. O senhor chegou, a mulher fez a sopa, ele comeu-a e ainda teve o descaramento de pedir para dormir em casa dela. A senhora não deixou, pois era uma mulher viúva e toda a gente ia começar a comentar. O homem foi-se embora.

Quando chegou na aldeia seguinte, ameaçou o surrão de novo, mas ele não cantou. Voltou a ameaçar e nada, até que ele se fartou e começou a bater-lhe. O surrão rasgou-se, espalhando os detritos por toda a gente. Correram atrás dele, mas nunca o conseguiram apanhar.

Beatriz Duro, Lara Oliveira e Catarina Teixeira, 6ºC.

Artigos relacionados

Leave a Comment