A grande fábrica das palavras

Existe um país onde quase ninguém fala. Esse pais chama-se “A grande fábrica de palavras”.

Nesse mesmo país, as pessoas tinham de comprar e engolir as palavras para as poderem pronunciar. Existem muitas palavras, porém, as palavras eram tão caras que apenas os ricos as podiam comprar, enquanto os pobres iam ao lixo tentar encontrar palavras.

A fábrica das palavras trabalha de dia e de noite. Quando chega a primavera, as palavras entram em saldo, mas não são as melhores. Além disso, as crianças caçam palavras, como se fossem borboletas e dizem-nas aos pais à noite. Mas o Filipe é diferente, ele quer guardar as palavras para uma pessoa e um momento especial com a Sara, por quem está apaixonado. Quando se encontram, eles sorriem e Filipe gostaria de lhe dizer “amo-te”, mas essa palavra é muito cara!

Óscar, seu vizinho, era muito rico e tinha muitas palavras! Disse à Sara que a amava e que iriam casar e depois a Sara sorriu.

No dia seguinte, ao cruzar-se com a Sara, Filipe disse-lhe as suas únicas palavras e que guardara para aquele momento, “cereja, poeira e cadeira”.

Surpreendentemente, a Sara beija-o e ele! Filipe diz então a sua última palavra:

-“Repete”.

E Filipe ficou sem palavras, mas gastou-as com alguém especial.

 

Reconto escrito pelo aluno João Barbosa, do 6º H, do conto “A grande fábrica das palavras”, de Agnès de Lestrade e Valeria Docampo, escutado na aula de Português.