Todos os artigos de Paula Rodrigues

Sessão de sensibilização sobre o desperdício alimentar

   Nos dias 26 e 27 de março, a maioria dos alunos do 2º ciclo assistiu a uma sessão de sensibilização sobre o desperdício alimentar. Promovida pela Biblioteca escolar em articulação com o projeto “ Tolerância Zero ao Desperdício Alimentar”, a professora Carla Moreira partilhou com os alunos aspetos essenciais desta realidade que urge combater.

   Esta atividade permitiu que os alunos, diariamente, aprendam a tomar as atitudes certas, interiorizem valores de respeito e criem bons hábitos alimentares. Ao longo da sessão os alunos revelaram interesse e curiosidade ao colocarem questões pertinentes, ao responderem a perguntas e ao participarem, em grupo, num kahoot.

 

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Esta ação foi mais um contributo, para que os nossos alunos percebam bem, a importância que cada um de nós tem, na preservação e na sustentabilidade do PLANETA TERRA.

À Descoberta do Cinema de Animação

    No mês de novembro, o nosso agrupamento recebeu, entusiasticamente, o CINANIMA 2023. Foram várias os alunos participantes, desde o pré-escolar até ao ensino secundário, que aderiram, visionando várias curtas-metragens com distintas temáticas. Após o visionamento e diálogo sobre os diversos registos, entre outros trabalhos realizados, alguns alunos teceram breves apreciações:

 

O Teatro da Passagem

Realização: Antonin Niclass

Suíça / 00:01:20/ 2023

Objetos animados, Computador 3D, Outros

    No início desta animação, podemos observar duas crianças curiosas a olharem para o interior de um teatro. Entretanto, uma multidão começa a chegar; pessoas de diferentes etnias, idades e profissões sugerindo a diversidade e a interculturalidade. Esta curta-metragem é criativa e pedagógica, dado que mostra a união das pessoas para assistir a uma peça de teatro dirigida a todos os públicos.

Jéssica Soares – 10.ºC

    Esta curta-metragem apresenta o interesse das pessoas pelo teatro, acessível a todos. São destacadas várias pessoas com diferentes profissões, estilos musicais, e de distintas épocas históricas. A diversidade de cores quentes no cenário e a caraterização das personagens transmitem alegria e vivacidade.  O realizador quis certamente realçar como o teatro pode acolher toda a gente e se tornar num lar no qual a família se reúne alegremente.

Maria Helena Marques – 10.ºC

 

Calma Stacy, Calma

Realização: Tamara Taskova

Eslovénia / 00:01:28 / 2023

Computador 2D

Nesta animação, a protagonista tenta resolver os seus problemas de ansiedade com a medicina convencional, recorrendo aos medicamentos.  Assistimos à ansiedade da jovem que tenta melhorar o seu estado emocional, mas fá-lo com muita angústia, proferindo diversas vezes a frase “Calma Stacy, calma”. Está situação acaba por ficar cada vez pior e a jovem rende-se à ansiedade. Esta apelativa curta-metragem alerta-nos para a importância da saúde mental.

Leonardo Ferreira – 10.ºC

 

Canção de Embalar da Água

Realização: Piotr Kaźmierczak

Polónia / 00:03:39 / 2023

Stop motion /Areia

   Esta animação, do realizador polaco, Piotr Kaźmierczak, em stop motion, transmitiu-me o poder do amor materno e os diversos sentimentos associados. As cores neutras e o aparecimento de manchas negras, que se transformam em peixes nadando sem rumo, fazem-nos mergulhar num mundo mágico, numa dimensão onírica. A música “Water Lullaby” do álbum “Waterduction” da banda de música folclórica polaca “Warsaw Village Band” é calma, apaziguadora e conduz-nos para as águas mágicas da animação.

Maria Helena Marques e Luana Oliveira – 10.ºC

Ida ao teatro- “25 de abril sempre!”

    No passado dia 29 de fevereiro, algumas turmas da escola sede tiveram a oportunidade de assistir a uma peça de teatro português, da companhia ABC, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril.

   A peça “25 de Abril sempre!”, da autoria de Nuno Miguel Henriques, apresenta uma componente histórica, pedagógica, contemporânea e interativa sobre a Revolução de Abril que trouxe grandes mudanças ao nosso país.

  Questionados sobre o espetáculo em si, alguns alunos de 5º ano partilharam as suas impressões divulgadas neste blogue.

 

    «No dia 29 de março, eu e a minha turma fomos ver um teatro chamado “25 de Abril sempre” da Companhia Nacional de Teatro Português ABC. Em relação a este teatro, posso dizer que é educativo e ensina de uma forma engraçada, dizendo uma piada aqui e outra acolá, mas sempre a ensinar sobre a Revolução dos Cravos e o dia da Liberdade em Portugal que se viveu em Abril de 1974.

   Para quem nunca foi ao teatro, gosta de história e tem curiosidade em saber como acabou a ditadura em Portugal, este dia, vai sem dúvida, ficar-lhe na memória. É o meu caso, pois foi a primeira vez que assisti ao vivo a uma peça de teatro e pouco sabia sobre o dia da revolução.

    Esta peça marcou-me muito pois fez reviver o dia em que Portugal voltou a ser um país livre, tal como os Portugueses.»

Dulce Oliveira, 5ºA

 

      «No dia 29 de fevereiro de 2024 fomos assistir à peça de teatro “25 de abril sempre” do teatro ABC. Na minha opinião, a peça foi muito bem representada. Vimos a “pide” ,os soldados e a guerra de África. Assistiu-se, e com humor, à queda da ditadura e à implantação da democracia em Portugal. A peça fez referência a pessoas importantes da nossa história  tais como o General Sem Medo, o  General Spínola e de políticos como Marcelo Rebelo de Sousa e Marcelo Caetano, também gostei da seleção das músicas, das roupas e dos acessórios escolhidos, foi mesmo fixe. Gostei muito desta peça teatro.»

Martim Ferreira, 5ºA

 

   «No dia 29 de fevereiro de 2024 fui com a minha turma (o 5°A) ao grande auditório ver uma peça de teatro chamada:”25 De Abril Sempre!”. Gostei muito pois explicaram-nos tudo de forma divertida e engraçada e fiquei a saber mais do que sabia. No decorrer da peça contaram-nos a história do 25 de Abril e fizerem referência a personagens e acontecimentos históricos que marcaram o nosso país. A peça foi deveras divertida e penso que agradou a todos.»

Clara Jarra, 5ºA

Descrição de uma paisagem

Na aula Saber+, Oficina de escrita, as turmas do 5º E e do 5º F fizeram a descrição de uma paisagem.

 

      Esta paisagem tem umas cores fortes, vivas e bonitas.

     Lá em cima, o céu está com nuvens sobre um azul claro, que nos transmite serenidade. As montanhas são altas e cobertas com um manto verde. Até parecem aquele algodão doce às cores que se come nas festas populares! Em baixo, corre lentamente um rio longo e estreito, que serpenteia a encosta. Do lado esquerdo, umas flores de tons rosa e deslumbrantes iluminam este espaço.

      Esta paisagem permite – nos passar uma bela tarde com os sons da natureza.

                                                                                                                                 Texto coletivo 5.ºE

 

    Esta paisagem transmite-nos tranquilidade e calma naqueles maus dias.

   O céu azul, com algumas nuvens brancas, reflete o nascer do sol. Os raios de sol dourados e brilhantes iluminam a montanha de vários tons de verde. As montanhas altas e onduladas, cobertas de arbustos esverdeados, revelam a força da paisagem. O rio de águas cristalinas desce lentamente no seu leito estreito e comprido. À esquerda do rio, inúmeras rochas castanhas e rugosas envolvem-no, para que ele siga o seu caminho!

   Este local relaxante seria o sítio ideal para passear em família, respirando o ar puro da montanha e se o tempo permitisse fazer um piquenique.

                                                                                                        Texto coletivo 5.ºF

As Histórias da minha avó

CONCURSO  realizado pela biblioteca , dirigido ao 3º ciclo.

 

A lealdade do garnisé Óscar

   Quando eu era pequeno, o meu avô contava-me muitas histórias, mas a que me impressionou mais foi a história do seu pai, José, que vivia em Gaia, numa casa de pedra, com um pequeno quintal, onde criava galinhas e um pequeno garnisé chamado Óscar.

    O Óscar tinha penas castanhas e brilhantes que lhe cobriam o seu corpo todo, exceto a cabeça onde tinha algumas penas brancas. O Óscar olhava fixamente para tudo, especialmente para o meu bisavô José que tinha uma pequena fábrica de calçado, não muito longe da sua residência, o que lhe permitia almoçar em casa. Quando se sentava à mesa, o Óscar saltava imediatamente para o seu ombro, obrigando-o a repartir a sua refeição com ele.

    Um certo dia, o meu bisavô José adoeceu e os seus filhos chamaram um médico a casa, que o medicou. No entanto, ninguém sabia que o José era alérgico a um dos medicamentos que lhe tinha sido receitado, por isso acabou por falecer três dias depois.

   Com a morte do dono, o garnisé Óscar ficou trancado no galinheiro, já que o meu bisavô José, o falecido, já não  podia abrir-lhe a porta todos os dias. Estranhamente, Óscar conseguiu escapar do galinheiro e durante o velório, para espanto de todos, subiu  para o caixão de José, dado que, naquele tempo, os velórios eram realizados nas próprias residências.

   Depois de realizado o funeral, o galo Óscar manteve-se durante muito tempo em cima da campa do dono. Passaram-se meses e a ave continuava a ser vista a “velar” o seu amigo, mostrando assim a sua lealdade para com o dono José.

9ºC

 

O carro e o cão                  

   A minha avó costumava contar aos netos histórias engraçadas que, afinal, eram apenas memórias da sua vida enquanto jovem.

   Uma dessas histórias relata um acontecimento bastante caricato que a avó Maria recorda, ainda hoje, com alegria.

     Num certo dia de verão, o carro da minha avó foi furtado. Um pouco perturbada, ela dirigiu-se à polícia para comunicar o ocorrido, mas os dias iam passando e não havia notícias do carro.

    A avó Maria contou-me também que, dentro do seu carro, havia um saco cheio de carne e que, por isso mesmo, estava muito preocupada, pois, fora do frigorífico, estragar-se-ia em pouco tempo.

   Alguns dias depois, a minha avó voltava do mercado quando ouviu o latido desesperado de um cão. Intrigada, aproximou-se e percebeu imediatamente que o cachorro ladrava, insistentemente, na direção de um carro bastante destruído. À medida que se ia aproximando do carro, apercebeu-se de que havia um saco de carne, talvez o que tinha deixado dentro do seu carro roubado. Como ainda andava com a chave do seu automóvel no bolso, pegou nela e tentou abrir a porta. Nem queria acreditar! Embora estivesse completamente irreconhecível – todo amassado, os vidros partidos e todo sujo por dentro –  aquele carro era o seu!

   Como é evidente, um turbilhão de emoções apoderou-se da avó Maria. Por um lado, sentia-se aliviada, pois encontrara o seu carro, por outro, estava desiludida, uma vez que estava todo destruído e que era apenas um monte de sucata.

    A avó Maria, ainda ainda atordoada com o que lhe estava a acontecer, reparou, então, no cão que a tinha atraído até ao seu carro. Estava muito quieto a olhar para ela, com um ar ternurento. Depois, foi-se aproximando da minha avó, tentando tocar-lhe com a patinha. A avó Maria fez-lhe uma festa e o cão retribuiu. Ambos ficaram felizes: a avó com um sorriso enorme estampado no rosto e o cão com a cauda a dar, a dar!

   A partir deste dia, a avó Maria e o cão tornaram-se inseparáveis e são, até hoje, os melhores amigos de sempre.

9º G

 

A leiteira                  

    Há muito, muito tempo, quando a minha avó tinha 7 anos, uma das suas muitas tarefas era ir buscar leite a casa do lavrador.

   Durante o percurso de volta até casa, para se entreter, a minha avó tinha o hábito de rodopiar com  a leiteira, fazendo-a andar à roda com muita velocidade. Um dia, a brincadeira correu mal, pois o arco da leiteira soltou-se. O leite ficou todo  entornado e, junto aos pés da minha avó, o chão cobriu-se de branco!

   Em pânico e a chorar, por causa da asneira que acabara de fazer, a minha avó voltou para trás e foi de novo a casa do lavrador onde encontrou o criado a quem contou a desgraça que lhe acontecera. Este, muito gentil, pediu-lhe que parasse de chorar, cantando-lhe de seguida uma cantiga:

   “Dê-me leitinho / Dê-me carvão /Dê-me leitinho/ Com côdea de pão.”

   Sem perguntar nem cobrar nada, o criado encheu novamente a leiteira e a minha avó, agora mais avisada, regressou a casa muito feliz!

7.º D

 

 

Histórias de guerra

    Durante a minha infância, o meu avô contou-me inúmeras histórias de situações que foi vivendo ao longo da sua vida. E, ainda hoje, sempre que vou a casa dos meus avós, gosto de o ouvir contar algumas das peripécias por que  passou.

   Desde pequena que gosto de ouvir as suas narrativas de vida e espero, em suspenso e com entusiasmo, pelo final de cada uma. No entanto, de todas as histórias que o meu avô conta, as que eu mais gosto mais de ouvir são sobre a guerra. Apesar de serem as mais tristes, são as que mais me despertam curiosidade e interesse, embora não saiba bem porquê… Talvez por me fazerem voltar um pouco ao passado, e me mostrarem como era a vida do meu avô durante a guerra colonial.

   Em todas as histórias, o meu avô fala do ambiente de tensão em que ele e os restantes soldados viviam, dos sentimentos de pavor, do pânico e medo profundos, sem esquecer o barulho, ensurdecedor, dos bombardeamentos! Conta que viviam, constantemente, com medo do que poderia acontecer, pois, até no lugar mais seguro em que pensavam estar, estavam em perigo… nunca ninguém estava a salvo! Não se vivia, sobrevivia-se!

   O meu avô conta que não tinham condições, que passavam frio e fome, que era horrível!

    Quando uma história é contada por alguém que viveu a situação, a forma como a conta é completamente diferente, levando-nos a imaginar o ambiente e a sentir um pouco aquilo que sofreu. Hoje, tantos anos depois, acredito que o meu avô ao contar essas histórias, volta a  sentir e a reviver aquele tempo.

    Na verdade, a guerra colonial foi terrível, pois  causou  sequelas físicas e psicológicas em milhões de soldados, que se tornaram um grande fardo que carregam para o resto das suas vidas. Não só as mortes que o meu avô presenciou como também o barulho ensurdecedor das armas estão ainda bem presentes na sua mente e constituem um grande trauma com que desde então. É lamentável!

   Hoje, o meu avô considera que a guerra colonial foi a saída mais covarde para a resolução de um problema, pois custou a vida de muitos dos seus amigos.

    São diversas as histórias que o meu avô conta do tempo da guerra, e, apesar de ele saber torná-las engraçadas, essas recordações ainda lhe deixam os olhos rasos de lágrimas!

9º E

 

A boneca

    Um dia, a minha avó Manuela, quando ainda era criança, recebeu um presente especial, algo que nunca tinha tido antes: uma boneca!

   Tudo aconteceu numa manhã de primavera, em que o seu futuro tio (naquela altura, ele namorava com a tia da minha avó) lhe ofereceu uma boneca. Esta não era nem muito grande nem muito pequena e era feita de um cartão forte, envernizado e pintado. Como  a boneca vinha sem roupa, a minha avó, com a ajuda da sua mãe, costurou-lhe um casaco comprido, verde escuro, com uma fita amarela, de veludo, que servia de cinto, e ainda alguns outros adereços.

    Um dia, a minha avó achou que a boneca precisava de tomar banho para ficar limpinha e ainda mais bonita. Assim, ela despiu-a com muito jeitinho e colocou-a numa bacia com água. Algum tempo depois, quando a retirou da banheira improvisada, a boneca estava mole e, claro, a desfazer-se… A minha avó tinha perdido a sua maravilhosa boneca. Desesperada, chorou muito, muito, mas como os seus pais viviam com pouco dinheiro não puderam dar-lhe outra, por isso aquela tinha sido a primeira e a única boneca da sua vida.

    Esta história singela mostra-nos que a minha avó, apesar de ter perdido o seu precioso brinquedo, ficava contente com o pouco que tinha e que recebia, embora hoje, ter uma boneca de cartão possa ser visto como insignificante e trivial.

    Surpreendentemente, a minha avó não tinha acesso a metade daquilo que as crianças têm agora, contudo, naquele tempo ela era muito feliz.

9º A

 

 

 9ºF –1º Prémio “AS HISTÓRIAS DA MINHA AVÓ”

 

“Sãozita Caganita”!

 A história que vou contar, e que poderia ter resultado num drama, ocorreu em meados da década de 50.   Nessa altura, era a minha bisavó que cuidava sozinha da família, constituída por cinco filhos pequenos, com idades entre os três e os dez anos, porque o meu bisavô tinha emigrado para a Venezuela, à procura de melhores condições de vida.

     A minha bisavó trabalhava como jornaleira e como, na altura, não havia creches, tinha de levar os filhos para o local de trabalho. Enquanto ela trabalhava no campo, as crianças ficavam a brincar sozinhas na eira. Os dois mais velhos brincavam aos padeiros e faziam bolos e bolachas com lama amassada, e os mais novos normalmente brincavam às escondidas ou à apanhada.

    Um dia, a minha avó brincava às escondidas com os dois irmãos mais novos. Durante a brincadeira, a minha avó escondeu-se na retrete e subiu para cima da tábua, que fazia de assento de sanita. Sem saber como, escorregou e caiu pelo buraco, mesmo dentro da fossa! De imediato, pediu socorro, mas as outras crianças estavam entretidas nas brincadeiras e os trabalhadores andavam nos campos, pelo que ninguém ouviu os gritos da minha avó.

  Felizmente, a fossa tinha um nível consideravelmente baixo, porque nos dias anteriores os campos tinham sido estrumados com aquela matéria orgânica. A minha avó pediu socorro, com todas as forças que tinha, mas ninguém a acudiu. Os irmãos dela, como não a encontravam, desistiram de a procurar. No fundo da fossa,  já cansada e em pânico, começou a chorar.

   Subitamente, a irmã mais velha da minha avó precisou de ir à retrete e, quando se preparava para se sentar naquela espécie de sanita, ouviu um grito de desespero. Assustada, saiu disparada a gritar por socorro, pois pensava que no fundo da retrete havia um monstro que a queria devorar. Inicialmente, os adultos pensaram que era brincadeira e riram-se dela, não lhe dando grande importância, mas, perante a persistência do choro e dos lamentos, todos, inclusive a mãe da minha avó, foram ver o que se passava.

   Quando chegaram à retrete, ouviu-se o que parecia ser um choro de criança. A minha bisavó ficou muito aflita, pois percebeu logo o que tinha acontecido à filha. Pediu socorro a outros colegas que também trabalhavam como jornaleiros para que a ajudassem. Um dos colegas de trabalho segurou nos pés do irmão mais velho da minha avó, e pendurou-o dentro da fossa, para que, estendendo os braços, pudesse alcançar a irmã. Assim que a agarrou, o homem puxou os pés do rapaz e tirou as duas crianças para fora. A minha avó vinha inconsolável, suja e a cheirar muito mal, contudo, a primeira reação da minha bisavó não foi confortar a filha, mas, sim, pegar nela e metê-la dentro de um grande tanque de água fria, para que se pudesse lavar.

    Passado o perigo e o mau cheiro, toda a gente da aldeia se riu daquela situação caricata, no entanto, durante muito tempo, a minha avó não se livrou da alcunha:  “Sãozita Caganita”!