Desconstruir a violência e Construir relações saudáveis

O Serviço de Psicologia e Orientação implementou junto de duas turmas de 3º ciclo, uma de 7º e a outra de 8º ano, o programa designado “Desconstruir a violência vs. Construir relações saudáveis”. A sua conceção foi inspirada e constituiu uma adaptação do programa “PreVint”, ajustada à realidade encontrada. A opção pelas turmas em que foi implementado deveu-se ao facto de terem sido identificados fatores de risco, nomeadamente histórico de dificuldades comportamentais e no relacionamento interpessoal entre alunos das turmas.

Foram, assim, realizadas quatro sessões. A primeira procurou explorar o conceito de violência, os seus tipos bem como os papéis de vítima, agressor e espectador. Os alunos tiveram a possibilidade de refletir sobre mitos e crenças acerca da violência, em modalidade de debate, em pequenos grupos, de modo a incentivar a partilha de opiniões e o pensamento crítico. A segunda sessão centrou-se no reconhecimento do caráter progressivo dos comportamentos violentos. Os alunos foram desafiados a compreender o problema da escalada de comportamentos violentos, com recurso à sua medição através do “violentómetro”, ferramenta que permite visualizar o nível de gravidade dos comportamentos violentos adotados. Na terceira sessão, em pequeno grupo, foram analisadas histórias em que a violência prevalece. Tiveram que identificar a situação problema e os comportamentos violentos, o seu nível de gravidade, utilizando o “Violentómetro”, e as alternativas a adoptar em função de diferentes papéis: o de agressor, de vítima e de espectador. Incentivou-se a reflexão sobre soluções para lidar com conflitos, promovendo-se a empatia e o comportamento positivo.

No final, os alunos avaliaram a implementação do programa. 

Na turma de 7º ano, a maioria dos alunos avaliou o programa como sendo “muito” ou “bastante” útil (81.3%), tendo ficado “muito” ou “bastante” satisfeitos com a sua aplicação na turma (75%). Os alunos referiram que “deu-nos uma compreensão muito maior sobre a violência”, “gostei dos vídeos… foram educativos”, “gostei das atividades”. Um dos alunos referiu que “adorei as sessões. Tudo foi útil e eu gostei de tudo o que aprendemos”.

No 8º ano, na turma alvo do programa, metade dos alunos (50%) avaliou-o como sendo “muito” ou “bastante” útil. Por sua vez, 77% dos alunos ficaram “muito” ou “bastante” satisfeitos com o mesmo. Alguns alunos sugeriram realizar  “mais jogos”, “mais debates” e “mais partilha de experiências”. Foi ainda referido que teria sido interessante ter utilizado “atividades mais criativas” e ser realizado “ao ar livre”.