Arquivo mensal: Março 2020

A carta

(Imagina que, há muito tempo, encontraste, no baú de um teu antepassado, um mapa que indicava a localização de um tesouro escondido debaixo de uma velha árvore. Surpreendido e indeciso, resolveste escrever a um amigo/ familiar e pedir conselho sobre o que fazer com a riqueza que tinhas acabado de descobrir).

 

    

 Casa dos avós, …

         Olá, querido pai.                         

          Espero que estejas bem e melhor do teu tornozelo. Como sabes eu encontro-me em casa dos avós, mas não imaginas o que me aconteceu!
          Quando eu estava a ver, na biblioteca do avô e da avó, se encontrava mais moedas antigas, encontrei um fundo falso. Este dava diretamente para uma passagem secreta, que conduzia para uma sala cheia de mapas: mapas do mundo, mapas da Europa, mapas do país, mapas das cidades…mas houve um mapa que realmente me chamou a atenção. Era um mapa que tinha aspeto antigo e estava cheio de pó. Por isso, comecei logo a espirrar. Quando acabei, limpei o pó e descobri que aquele era um mapa do tesouro!
          Fui, de imediato, contar aos avós. Inicialmente, eles desconfiaram, mas depois, quando lhes mostrei tudo, eles já acreditaram e ficaram espantadíssimos. Disseram que podia ser de um antepassado nosso, e o avô foi pesquisar nos seus livros e foi buscar um livro sobre piratas. De seguida, abriu numa página e leu que Dragut Reis, um dos maiores corsários que viveu no século XVI e que navegava no Mar Mediterrâneo com o nosso apelido, escondeu um tesouro em Portugal. O meu avô, ou  seja o teu pai, disse que Dragut Reis podia ser nosso antepassado e seria o tetra, tetra tetra avô do meu avô! Eles disseram que tinham dúvidas que existisse mesmo um tesouro aqui em Gaia, ou no Porto e principalmente que eu o iria encontrar a partir daquele mapa, mas que se eu achava que existia mesmo, que eles iam comigo.
          Lá fomos nós, entramos para o carro do avô e, analisando o mapa,descobri que os meus avós tinham razão, porque o tesouro não estava nem em Gaia, nem no Porto, mas sim nas ilhas Berlengas, perto da Nazaré. Por isso, tivemos de ir para o barco da avó para lá chegar. Entramos para o barco e rumámos para as ilhas Berlengas. Quando lá chegámos, reparámos que o tesouro podia estar em qualquer lado, numa árvore, numa rocha, numa caverna … Depois deparámo-nos com uma árvore que se notava já ter alguns anos e com algarismos romanos e reparámos que era o século XVI, ou seja, o século em que o pirata Dragut Reis, possível nosso antepassado, viveu e escondeu o tesouro! Mas onde é que estava? Já sabíamos que estava na árvore, mas onde? Decidimos separarmo-nos. Eu escalei a árvore e, vi no meio dos ramos,  uma oliveira  grande, devia ter perto de quarenta metros. Os avós ficaram felizes com a minha ideia de trazer pás e começaram a escavar junto à árvore. Uns minutos depois, quando eu já tinha terminado de vasculhar todos os cantos da árvore, desci para ver se eles já tinham encontrado alguma coisa. Eles responderam-me que não e, no preciso momento em que me responderam, sentiram a pá a bater em alguma coisa, mais dura do que a terra que eles estavam a escavar.  Aí percebemos que tínhamos encontrado o tesouro. Tiramos e quando vimos a arca do tesouro, reparámos que precisávamos de duas chaves e o  avô pegou num gancho de cabelo da avó e arrombou a fechadura! Isso deve ter sido o que mais me espantou na aventura toda. Depois do avô ter arrombado a fechadura, abrimos o tesouro e reparámos que estávamos ricos! O tesouro tinha colares, anéis, coroas, lingotes de ouro… tudo em ouro e pedras preciosas!
          Aproximadamente duas horas depois, chegamos a casa e eu perguntei aos avós o que é que íamos fazer com as riquezas todas que tínhamos encontrado e eles disseram que não sabiam o que fazer, que te devíamos perguntar, embora eu gostaria muito de ver este tesouro exposto num museu.
          Aguardo informações!

        Beijinhos do teu querido filho Lucas.

        POST SCRIPTUM: MANDA BEIJINHOS TAMBÉM PARA A MÃE E PARA A MARIA.

Lucas, 5º D

 

PORQUE A TUA OPINIÃO CONTA  

Texto expositivo-argumentativo a propósito da (in)compatibilidade entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento económico.

   Ultimamente, temos vindo a assistir a uma desagregação climática e às consequentes manifestações que têm o objetivo de chamar a atenção das forças governamentais para impedir que esta crise continue a crescer.

   Na verdade, a população mundial tem vindo a aumentar e isso exige que a produção acelere também e que haja espaço disponível para a nova população habitar. Logo, os graus de poluição e de desagregação quer de ecossistemas quer dos espaços verdes aumentarão. Paralelamente, existem outros fatores que contribuem para intensificar estas consequências, nomeadamente, os transportes aéreos, que emitem muita radiação, o consumismo excessivo, o desperdício de comida e de bens, entre outros.

   Face ao exposto, o planeta Terra não aguentará estes níveis de poluição abundantes, acumulará gases de efeito de estufa que resultarão na destruição da camada de ozono e, assim, a temperatura irá aumentar, pois a camada protetora da Terra não será capaz de reter os raios ultravioleta do sol, ou seja, o termómetro já traduz um sinal de alerta elevado.

   No entanto, infelizmente, está nas raízes do ser humano, o egoísmo, a ambição e a ganância que nos torna (a todos) cegos aos avisos que tanto o planeta como os animais têm vindo a dar. Será possível que os poderosos deixem os seus hábitos e comecem a mostrar preocupação com o ambiente em que vivem? Com o ar poluído e sujo que respiram? E também com as paisagens que estão a ruir? Sim, é possível, mas a este ritmo será tarde demais.

   No fim, quando tudo estiver destruído, quando a última gota de água secar, quando a última molécula de oxigénio for respirada, e quando a ínfima migalha for consumida, o Homem aperceber-se-á de que o dinheiro não é assim tão poderoso como julga.

                                                                                                                    Raquel Pardilhó, 11ºB      

Comemoração do Dia da Mulher

Ais

Ai das mulheres cujos vizinhos fecham as janelas para não ouvirem os Ais delas.

Ai das mulheres cujos amigos esperam e não desesperam perante os seus Ais!

Ai dos pais que, apesar de não ouvirem os Ais das filhas, sabem que dão Ais

Ai das mães que não podem dar Ais pelas suas filhas… porque, afinal, também elas deram, em seu tempo, os seus próprios Ais!

Ai das mulheres que nem sequer têm mãe para ouvir os seus Ais.

Ai das mulheres cujos irmãos não creem nos seus Ais.

Ai das mulheres, quando os filhos não sabem que as suas mães dão Ais!

Ai das mulheres que soltam Ais por não conseguirem fugir dos seus próprios Ais!

Ai dos homens… surdos aos Ais dos seus semelhantes… Ai da sociedade que aceita os Ais das suas mulheres que como ventos correm pelas ruas desertas de amor, e de humanidade…!

Ai! … GRITEMOS! Façamos do nosso grito um abrigo, uma mão aberta, uma coroa de flores por cada mulher injuriada, agredida, violada, violentada, assassinada…

Ai! … GRITEMOS pelos Ais de todas as mulheres, pelos MEUS, OS TEUS, pelos NOSSOS Ais

8 de março – DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 

ACONTECEU

 

        Não Lisbon, mas Canelas revisited

       Em fevereiro e a convite do projeto Na Senda dos Contos, o ator António Domingos revisitou a sede do nosso Agrupamento com roupagem de Álvaro de Campos. No espetáculo teatral «A visita do Sr. Engenheiro», o ator – metamorfose do poeta da Modernidade -, entabulou uma conversa consigo próprio, entrecortada por trechos de sete poemas do heterónimo. Ou terá sido o contrário?

       Preso às reflexões e ao texto de Pessoa, ora evocados pelo ator ora interrompidos momentaneamente por difusas interpelações do performer, o público vogou durante 50 minutos na arte e na poesia do múltiplo «Sr. Engenheiro»: insidioso, subtil, diáfano, brilhante…

Sara Ribeiro      

Diferente Por Um Dia

    Um dia estava a passear, por uma floresta misteriosa, era um pouco longe de minha casa, mas mesmo assim a minha mãe deixou-me ir passear nessa floresta.

   Estava a correr, quando de repente, mesmo à minha frente apareceu a rainha das fadas, que me disse:

   – Duarte, tu gostas da natureza, não gostas que as pessoas matem os insetos sem motivo nenhum, sabes a importância das abelhas e amas a liberdade.

   – Concedo-te estas asas e a varinha de condão. Tens isto por um dia, se quiseres é claro.   Se quiseres tens de as usar para melhorar o mundo. – Acrescentou ela.

   – Claro que quero! – Respondi

    A rainha das fadas ofereceu-me os objetos e desapareceu.

    Sem perder mais tempo, parti para ajudar as pessoas. Comecei por Portugal. Resolvi os problemas das pessoas pobres. Quando terminei passei para Espanha, nesse país fiz a mesma coisa.

   Continuei pelos países que estavam em guerra. Resolvi os problemas das pessoas pobres.

   No final do dia voltei para a floresta. Infelizmente graças ao tamanho do mundo, não consegui ajudar todos. Chegou a meia noite e perdi as asas e a varinha, desta vez a rainha das fadas não apareceu, apesar do que aconteceu não desisto de melhorar o mundo.

 

      Nuno Duarte Novo, 5ºD