As poluições sonora, luminosa e visual
A poluição sonora
A poluição sonora, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um dos fatores ambientais que provoca mais problemas de saúde.
As cidades são os principais agentes da poluição sonora. Só na Europa, de acordo com informações da Agência Europeia do Meio Ambiente (AEMA), o ruído causa 72.000 hospitalizações e 16.600 mortes prematuras. É prejudicial tanto para nós humanos como para os animais.
O que é:
A OMS define como ruído níveis sonoros superiores a 65 decibéis (dB). Mais concretamente, o ruído torna-se danoso se for superior a 75 dB e doloroso a partir dos 120 dB.
- Tráfego automobilístico;
- Tráfego aéreo;
- Obras de construção;
- Restaurantes e lazer noturno;
- Animais.
- problemas de audição;
- problemas psicológicos;
- dificuldade em adormecer e na conduta;
- problemas de memória e atenção.
A poluição sonora não se limita aos sons audíveis. A produção de infra e ultrassons de grande intensidade perturba diversos animais, particularmente os que os usam para ecolocalização, como baleias, golfinhos ou morcegos. No oceano, o som propaga-se melhor e os infrassons emitidos pelo navios ou usados por militares confundem estes animais, impedindo a sua correta orientação e podendo originar os chamados “suicídios de baleias”. Para eles, é como tentar conduzir, de noite, completamente encandeado por luzes intensas!
A poluição luminosa
Criada pelos seres humanos e gerada sobretudo pelo processo de industrialização, a poluição luminosa é um problema muito comum na atualidade.
Este problema teve início com a invenção da eletricidade no século XIX, uma vez que começamos a utilizar as luzes artificiais sobretudo durante a noite. O que poderia parecer uma solução genial, uma vez que esse fato permitiu visualizar melhor na escuridão, aos poucos foi gerando impactos negativos, desequilibrando os ecossistemas.
Sendo assim a poluição luminosa é o excesso de luz artificial emitida pelos grandes centros urbanos. Suas fontes são diversas e incluem, por exemplo, luzes externas, anúncios publicitários e, principalmente, a iluminação pública.
- Brilho do céu (sky glow): decorrente das luzes de vapor de sódio ou de mercúrio direcionadas para o alto, resultando num aspeto alaranjado ou esbranquiçado do céu a noite, por exemplo, nas grandes cidades.
- Luz intrusa (light trespass): ocorre com a iluminação de um espaço por uma luz alheia, por exemplo, um poste que está posicionado na frente do quarto o qual impede a escuridão total do ambiente.
- Ofuscamento (glare): causado pelo efeito de ofuscamento, ou seja, quando a luz entra diretamente nos olhos causando uma cegueira momentânea, por exemplo, os faróis altos de um carro.
- Desordem (light clutter): combinação excessiva de diversas fontes de luz, o que leva a um tipo de desordem ou confusão mental que ocorre geralmente nas grandes cidades. Esse tipo de poluição luminosa pode causar diversos acidentes de trânsito.
- Excesso de iluminação (over illumination): uso de luzes desnecessárias para iluminar um espaço (ruas, prédios, lojas, etc.). Esse problema tem gerado um enorme gasto de energia sobretudo nas grandes cidades.
- A poluição luminosa afeta os ciclos migratórios, alimentares e reprodutivos de diversas espécies de animais e plantas.
- Nos seres humanos, o excesso de luz pode alterar o nosso ciclo biológico como, por exemplo, afetar o nosso sono, a produção de hormonas, alterar os batimentos cardíacos, o humor e provocar problemas psicológicos.
- Causa falta de visibilidade do céu noturno. Quando estamos em locais que apresentam grande luminosidade, notamos a dificuldade de ver o céu e as estrelas. Este problema começou a ser mencionado na década de 80 por astrónomos americanos.
A poluição luminosa pode ser facilmente solucionada diminuindo os locais de incidência e a intensidade da luz, o que consequentemente leva a redução de energia.
Um exemplo disso são os sensores que acendem as luzes automaticamente somente quando necessário. Além disso, os postes de iluminação pública podem projetar a luz na direção do solo (“para baixo”), evitando iluminar locais que não precisam da mesma.
Algumas cidades do mundo já apresentam propostas para diminuir o excesso de poluição luminosa com ações que reduzem a luz durante a noite, como desligar as placas luminosas de comércio, os outdoors, locais turísticos, entre outros.
A poluição visual
De todas faz formas de poluição, a visual é a mais insidiosa. Ela pode estar lá, mas não damos por ela imediatamente. Ou melhor, damos por ela, mas até nos agrada – o colorido, as formas, a irreverência. Depois,… começa a chatear-nos. É algo que incomoda aos poucos, em doses homeopáticas, e de repente já não aguentamos mais olhar para aquilo.
O que é:
A poluição visual é um tipo de poluição moderna, encontrado nos grandes centros urbanos, uma vez que designa o excesso de informações contidas em placas, postes, outdoors, banners, cartazes, táxis, carros e outros veículos de anúncios, além da degradação urbana fruto do excesso de fios de eletricidade e acumulo de resíduos.
Quando as informações visuais presentes num ambiente se encontram desordenadas ou excessivas, a qualidade de vida das pessoas pode ser afetada. A organização de um espaço interfere diretamente no rendimento humano, por isso pessoas tendem a se organizar melhor num espaço limpo, arejado e cuidado.
- marketing de empresas;
- falta de leis que a regulem;
- problemas de visão;
- problemas psicológicos;
- stress;
- Aumento de acidentes automobilísticos (o excesso de informações e sinalizações, podem distrair os motoristas);
- Problemas na locomoção dos peões (pode ser afetada pelo excesso de placas, postes, outdoors,….);
- Obesidade, tabagismo, alcoolismo e aumento de geração de resíduos (seja por conta do anúncio em si ou do descarte dos produtos oferecidos pela publicidade), uma vez que os excessos de anúncios publicitários incentivam ao consumo;
- Problemas para o próprio comerciante (a utilização excessiva de anúncios e publicidades faz com que as pessoas que são submetidas a essa descarga constante de informações passem a ignorá-las, causando assim um efeito inverso ao pretendido inicialmente).
Como é um problema que possui muitas causas distintas, nem sempre é fácil encontrar uma solução para a questão da poluição visual. É fundamental que as cidades estabeleçam medidas mais sérias e percebam qual é o tipo de poluição que mais sofrem, senão poderão enfrentar problemas a longo prazo, com pessoas stressadas ou mais desatentas.
É preciso haver regulamentação por parte do estado para garantir que as propagandas sejam veiculadas causando o mínimo possível de impactos negativos. Proibir a excessiva quantidade de anúncios espalhados pela cidade levaria à criação de locais mais agradáveis para a população que lá transita. Uma união entre os governos e as grandes empresas poderia facilitar essa regulamentação, de modo que as duas instituições cooperassem.
Como solução individual, para equilibrar a poluição visual a que são submetidas diariamente, é importante que as pessoas desfrutem de momentos em ambientes sossegados e de silêncio para que consigam manter uma rotina saudável. Fazer uma caminhada diária no meio da natureza ou praticar meditação são alguns exemplos.