Como diminuir a pegada ecológica?

O que cada um de nós pode fazer?

Primeiro, reduzir os exageros na aquisição de bens e produtos, Depois, reutilizar, reparar, resistir à tentação da última moda, adquirindo o novo modelo e descartando algo ainda perfeitamente funcional. Se tiver mesmo de ser deitado fora, então, reciclar!

A reciclagem é o processo de transformação do resíduo sólido não aproveitado, através da alteração do seu estado físico e químico. Isto modifica o resíduo e permite que ele se torne novamente em matéria-prima.

Este processo é vantajoso porque reduz (drasticamente) os resíduos que vão para os aterros sanitários, que, durante a sua queima, libertam químicos para o ar, solo e água.

Para além disso, a reciclagem preserva todos os produtores de O2 do planeta, na medida em que estes não serão tão destruídos para a produção de materiais, como, por exemplo, o papel (menos desflorestação). Estas vantagens encaixam no mesmo âmbito que outras, nomeadamente, como todos os empregos que serão criados com este processo.

A reciclagem assume um papel ainda mais importante na questão dos resíduos de plástico.

Para além de reduzir as emissões de GEE’s, também promove a saúde e o bem estar.

Os veículos de locomoção são responsáveis por uma considerável parte da emissão de gases com efeito de estufa. Com uma maior utilização dos transportes públicos, muita mais gente seria transportada no mesmo veículo, reduzindo significativamente a quantidade de gases libertada.

Assumir uma dieta VEGAN é, talvez, a ação de maior impacto que cada um de nós pode tomar para minimizar a sua contribuição para o efeito de estufa. É possível comer bem, tanto em termos de nutrição quanto de sabor, alimentos mais abaixo na cadeia alimentar e reduzir assim as emissões. Mesmo apenas uma redução na quantidade de carne ingerida (aderindo a movimentos como o Meetless Monday, por exemplo) já pode significar uma grande diferença.

O consumo excessivo de proteína animal também tem um alto custo para a saúde humana. Comer demais pode levar a certos tipos de câncer, derrames e doenças cardíacas.

  • Escrevendo-lhes diretamente;
  • Votando em partidos que promovam políticas em prol do ambiente (se estes partidos subirem nas sondagens, os principais entenderão que, se não tomarem uma posição nestes assuntos, perderão votos);
  • Participando em movimentos PACÍFICOS e ONG’s que lutam pelo ambiente.

Exemplos:

  • www.Ecosia.org – um motor de busca, alternativo ao Google, e que planta árvores em função do número de pesquisas nele efetuadas;
  • www.coralgardeners.org – apadrinhe um coral, da Polinésia Francesa, e veja-o crescer e recuperar;
  • Outros movimentos que permitem apadrinhar animais e contribuir para a sua reintrodução no meio selvagem ou a recuperação do seu habitat;
  • “vintage for a cause” – uma empresa que evita os desperdícios têxteis, criando novas peças de roupa;
  • Portugal – REFOOD – Aproveitar para Alimentar (re-food.org) – permite que empresas do sector alimentar doem os seus excedentes a famílias carenciadas e a organizações de caráter social.

Para isso, mude os seus hábitos com dicas simples que vão desde a utilização de lâmpadas LED em vez de incandescentes até o reaproveitamento de água para lavar o quintal, por exemplo. Uma boa forma de começar a planear a redução de gastos de energia é simulá-los, calculando-os (cada aparelho consome uma energia (em kWh) igual ao produto da sua potência (em kW) pelo número de horas de utilização; depois basta multiplicar essa energia pelo custo de cada kWh) . Assim será mais fácil tomar decisões, mudar hábitos e exigir os seus direitos!

  • Reduzir a compra de produtos desnecessários;
  • Evitar a compra de produtos não biodegradáveis;
  • Optar por produtos locais ou ecológicos / de produção biológica certificada;
  • Comprar produtos a granel, sempre que possível;
  • Usar sacos reutilizáveis ou de papel reciclado;
  • Escolher produtos cujas embalagens usem menos plástico;
  • Não adquirir produtos ou serviços de empresas/entidades agressoras (direta ou indiretamente) do ambiente.

Se precisa mesmo do automóvel, opte por um que não emita gases poluentes.

A instalação, quando possível, de pequenas unidades de produção energética, como painéis fotovoltaicos, coletores solares, minieólicas ou mesmo, nas quintas, biodigestores (que transformam os resíduos orgânicos em calor, gás e fertilizante natural), poderia reduzir substancialmente o consumo energético doméstico, libertando as grandes unidades de produção para o tecido empresarial.

Quando bem geridas, a médio prazo, a poupança  nas despesas correntes proporcionada por estas unidades permite amortizar o investimento e diminuir efetivamente os custos do consumo corrente.

Por outro lado, todo o custo monetário da reciclagem dificulta a logística deste conceito. A sua realização é cara, tanto para o cidadão quanto para as empresas. Aliado a isso, é também importante referir que nem todos os processos de reciclagem são genuínos, pois há burlas que apenas incentivam o consumismo.

  • Sujeita às condições climatéricas e ao relevo do terreno.
  • A necessidade de muito esforço pode condicionar a higiene de algumas pessoas se as condições no emprego/escola não permitirem a sua resolução.
  • Pode ser complicada sob certas condições de trânsito.

O uso de transportes públicos pode ser individualmente desvantajoso devido à inconveniência rotineira causada pelo mesmo (viagens mais demoradas, adaptação aos horários, deslocamento até às paragens, entre outros)

Alguns produtos, pelo menos inicialmente, poderão ser mais caros.

É necessário ter uma consciência nutricional redobrada, uma vez que alguns nutrientes naturalmente existentes na carne vermelha (vitamina B12, por exemplo) são difíceis de encontrar nos vegetais, pelo que podem ser necessários suplementos.

Provocar mudanças na dieta não é simples porque comer é profundamente pessoal e cultural. Para que os indivíduos desistam da carne em favor de opções mais baixas na cadeia alimentar, essas opções devem estar disponíveis, visíveis e tentadoras.

A comunicação com as autoridades políticas é crucial no seu modo coletivo (manifestações, greves, etc.). Porém, quando o trabalho é individual, é muito difícil partilhar as nossas vontades e valores porque as garantias de que elas vão ser escutadas e de que farão a diferença são muito reduzidas.

A principal desvantagem nesta ação, ao nível particular, é o peso monetário que a mesma acarreta. Para que realmente faça a diferença, a doação de dinheiro a tais instituições fica normalmente cara e não está ao acesso de todos.

Existem, porém, outras formas de apoiar ONG’s.

Outro problema que exige grande atenção é o facto de algumas poderem ser apenas uma fachada para extorquir dinheiro, não o utilizando em prol do ambiente, ou desviando parte dos fundos.

A economia destes bens essenciais é difícil na medida em que nos obriga a largar diversos hábitos que normalmente já são antigos e enraizados na nossa rotina como, por exemplo, reduzir o tempo do banho e apagar a luz sempre que se sai do espaço. 

No entanto, é crucial que todos lutemos e que façamos este esforço em nome do nosso planeta.

A compra de produtos  biológicos e biodegradáveis pode ser desvantajosa na medida em que são mais caros ao consumidor. Para além disso, a menor compra de produtos obriga-nos a ir mais vezes ao supermercado/estabelecimento de compra, o que pode ser inconveniente à nossa rotina.

No entanto, por outro lado, a compra de menor quantidade de produtos pode ser positiva porque é economicamente melhor ao consumidor.

Estes automóveis são substancialmente mais caros do que os automóveis a combustível (gasóleo ou gasolina). Embora, em termos de prestações, hoje em dia, até sejam superiores aos veículos tradicionais, a rede de postos de abastecimento ainda é reduzida, limitando as deslocações e, principalmente, o tempo necessário para as mesmas. Muitos automobilistas, ainda preferem os automóveis tradicionais pela sua maior autonomia e facilidade de abastecimento, principalmente se fizerem viagens de longo curso.

Também é necessário ter em conta a origem da energia utilizada no carregamento ou na produção do hidrogénio. Se for de fontes  poluentes, em nada adianta utilizar este tipo de veículos.

Outra questão, é a necessidade de matérias-primas raras para a conceção de equipamentos de alta tecnologia. O transporte das mesmas, ou das diferentes partes do produto, através do mundo, pode originar maiores emissões de GEE’s do que os que são evitados.

Mais uma vez, a maior dificuldade é o custo inicial.

Também será de difícil implementação no mercado arrendatário, uma vez que os senhorios não estarão interessados em assumir uma despesa cujo retorno recairá sobre os inquilinos (e estes poderão não aceitar um aumento na renda para compensar o investimento do locador).

O que as empresas poderão fazer?

A química verde é o desenvolvimento de produtos químicos e processos que buscam a redução ou eliminação das emissões de gases poluentes, com o objetivo de reduzir o consumo de energia; reduzir os materiais que são descartados na natureza; reduzir a toxicidade; reduzir o uso de fontes não renováveis e reduzir a poluição do meio ambiente.
 Para atingir estes objetivos são necessárias algumas ações entre as quais: utilizar reagentes alternativos e renováveis; substituir os solventes tóxicos; desenvolver novas substancias que não poluam o meio ambiente; desenvolver condições para que as reações químicas tenham maior rendimento e produzam menos impurezas e por fim, minimizar o consumo de energia.

A química verde obedece a vários princípios entre os quais,

  • A prevenção que consiste em diminuir resíduos (lixos) e assim automaticamente diminuir o seu descarte na natureza;
  • A economia ou eficiência atómica, também chamada de Síntese Verde, na qual toda a massa dos reagentes é convertida nos produtos desejados, não produzindo, assim, resíduos a serem descartados;
  • Redução da toxicidade, onde devemos utilizar, durante uma reação química, substâncias e formar outras que não sejam toxicas nem para o homem nem para o ambiente;
  • Otimização do uso da energia, que consiste em utilizar uma menor quantidade de energia ou utilizar energia vinda de fontes renováveis;
  • Uso de matérias-primas de fontes renováveis;
  • Evitar derivações desnecessárias, ou seja, utilizar algumas substâncias nos processos de síntese, os chamados bloqueadores, para impedir que a reação química aconteça em mais do que uma etapa;
  • Catálise, onde podemos utilizar catalisadores para reduzir o tempo de processamento de uma reação;
  • Desenvolvimento de Produtos degradáveis após o término da vida útil, em que as substancias químicas que sofrem degradação transformam-se em substancias inócuas , isto é, que não reagem com nenhuma outra substância.
  • Monitorização/controlo de processos em tempo real: basicamente, durante a realização de um processo químico, devemos estar atentos para que qualquer problema possa ser detetado e corrigindo imediatamente, a tempo de evitar qualquer dano ou lixo no final do processo.

Conhecendo os objetivos e princípios da Química Verde, fica claro, que ela é um ramo da ciência química que visa o restabelecimento sustentável da sociedade.
Desta forma , os impactos negativos que atingem a natureza, em decorrência dos abusos e danos provocados pelas ações do homem, tendem a ser minimizados pela aplicação das ações e princípios de química verde.

A luz natural é um dos nossos maiores aliados por isso opte por desligar as luzes e aproveitar a luz natural ao máximo no local de trabalho. Se não for possível, incentive o seu empregador a apostar em lâmpadas de baixo consumo ou led.

Os novos edifícios empresariais deverão ter em conta a poupança passiva de energia, o que se refletirá numa despesa energética muito inferior ao longo do tempo.

A aposta em equipamentos com elevado rendimento pode diminuir consideravelmente os consumos energéticos.

Atualmente, por exemplo, existem impressoras que consomem menos 50% de energia e são capazes de realizar várias funções quando comparadas com as impressoras tradicionais. Por isso, se um equipamento consegue fazer o trabalho de três, mais vale optar por uma solução mais moderna e que consome menos energia.

É extremamente importante que as empresas economizem energia. Para além de reduzir os custos, também melhora significativamente a pegada ecológica. Algumas práticas importantes passam por deixar de ter equipamentos ligados e em standby em horas de inatividade da empresa, ter as luzes ligadas permanentemente em locais de escassa passagem de pessoas e, como já referido, ter maquinaria obsoleta que consome energia excessivamente.

Para que a pegada ecológica tenha o menor impacto possível sobre o planeta uma das ações importantes que as organizações deverão fazer passa por substituir a frota da empresa por veículos mais ecológicos e amigos do ambiente, como por exemplo, os carros elétricos ou a gás natural.

Estas preocupações por parte das empresas permitem reduzir drasticamente a pegada ecológica e melhorar a saúde do planeta.

O recurso a painéis fotovoltaicos, eólicas, ou outros sistemas de produção energética ou poupança de outros recursos (como a água) permitiria às empresas uma grande redução da sua despesa corrente.

Muitas empresas não estão preparadas, quer pela dificuldade de mudar hábitos e processos produtivos, como pelos custos associados a estas alterações.

O uso de luz natural poderá não ser possível em empresas instaladas em edifícios antigos, ou no interior citadino, na sombra de outros edifícios.

A própria área bruta de algumas unidades, quando não é possível a instalação de claraboias, impede que a luz que penetra pelas janelas ilumine convenientemente o interior.

O custo pode ser incomportável, principalmente para PME’s.

Os hábitos são difíceis de mudar e pode implicar necessidades de formação específica.

Investimento elevado.

Poderia ser faseado, à medida que cada veículo necessite de ser renovado.

Custo inicial.

As unidades de produção poderão, em algumas empresas energeticamente mais exigentes, não proporcionar a potência necessária, obrigando a manter, ainda, um consumo relativamente elevado da rede.

O que as instituições políticas e governamentais poderão fazer?

Esta é uma iniciativa que parte dos países da União Europeia e visa, essencialmente, a progressão ecológica do nosso continente, nos seguintes objetivos:

  • as emissões liquidas de gases com efeito de estufa serem nulas em 2050;
  • o crescimento económico estar dissociado da utilização de recursos, principalmente, dos recursos limitados;
  • ninguém, nem nenhuma região, ser deixada para trás.

A UE pretende alcançar isto através da introdução e reformulação de leis climáticas, que têm vindo a ser anunciadas desde meados de 2020. Essas leis abrangem inúmeros temas, entre eles a agricultura, a indústria, os transportes e a pecuária.

Apesar da diferença, neste específico caso, ser praticamente inalcançável ao mero cidadão, é importante que este esteja atento e que todos adiram, da maior forma possível, a este movimento.

O investimento nestas energias deve basear-se nas condições únicas de cada país (Irradiância solar, vento, geotermia, ondas, marés, rios,…).

Embora possam não ser suficientes para suprir todas as necessidades energéticas do país, têm um papel fundamental na diminuição das emissões poluentes, uma vez que a produção energética é o principal setor responsável pela emissão de GEE’s.

  1. Reparar os ecossistemas destruídos e os seus serviços;
  2. Expandir a rede global de áreas protegidas;
  3. Conter a perda dos habitats prioritários.
  1. Reforçar os recursos de maneira sustentável;
  2. Diminuir os materiais e recursos usados no dia a dia da vida humana e também os resíduos de produção;
  3. Gerir a produção de energia renovável.
  1. Promover estilos de vida, como mobilidade sustentável, que gerem menor impacto ambiental.
  2. Alterar os atuais padrões de consumo de energia;
  3. Fomentar padrões de consumo sustentáveis e saudáveis.

Crianças conscientes serão adultos responsáveis!

  1. Reconhecer a natureza e os recursos naturais;
  2. Assumir as responsabilidades pelos custos ambientais e sociais;
  3. Criar um imposto sobre a poluição e emissão de GEE’s, de um modo geral, penalizando as empresas mais poluidoras;
  4. Apoiar e recompensar empresas que promovam a conservação e a gestão sustentável dos recursos naturais (por exemplo, com benefícios fiscais);
  5. Apoiar a instalações de sistemas de produção de energia renovável domésticos ou empresariais.

Nomeadamente, através de benefícios fiscais, para que estes produtores /prestadores de serviços possam concorrer em pé de igualdade com os concorrentes tradicionais.

O possível menor preço dos produtos, incentiva a sua aquisição, gerando valor e impulsionando a economia. 

O apoio à reabilitação energética de edifícios deve continuar, mas pode ser acompanhado com serviços de aconselhamento, indo mais longe do que a habitual melhoria de isolamentos térmicos ou instalação de painéis fotovoltaicos.

Legislação mais exigente, obrigando os edifícios novos a cumprirem critérios exigentes de poupança de energia e/ou outros recursos também é da maior importância. Poderia, no entanto, ser acompanhada de prémios, ou apoios, quando as soluções são inovadoras ou particularmente eficientes, como nos edifícios ditos “passivos” que maximizam a poupança com a sua orientação solar, ventilação natural, aproveitamento de águas, etc.

A principal dificuldade prende-se com a própria falta de vontade política, mas também esbarra com a mentalidade pequena e fechada, falta de conhecimento cientifico e perspetivas económicas focadas apenas no curto-prazo.

Cada governo foca-se no tempo do seu mandato, sem evidenciar uma verdadeira consciência de estado.

Além disso, muitos governos, senão todos, são reféns dos grandes lóbis económicos, seja por influência direta, seja pelo financiamento dos respetivos partidos.

Só perante o risco de  perderem os seus cargos políticos ou, no caso das empresas, os seus clientes (pela ação popular, embargando a aquisição de produtos, ou reorientando os seus votos), estas entidades focarão efetivamente a sua atenção nas questões ambientais.