A palestra que decorreu no Grande Auditório, no dia 20 de novembro, apresentada pelo dr. Artur Villares, professor coordenador no Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia (ISLA), não podia ter um título mais apropriado. Esta foi uma verdadeira viagem ao mundo do cinema.
Conhecer o mundo através do cinema. Saborear os encantos e recantos; desvendar, descobrir. Sentir o filme e viver a realidade numa outra perspetiva. Com outro olhar. O cinema pode ser muito mais do que entretenimento. O cinema é Arte.
O Dr. Artur Villares cativou a nossa atenção desde o primeiro momento. A viagem começou rumo a Casablanca, de Michael Curtiz, filme clássico de 1942, considerado o mais mítico da história do cinema; e cuja frase “We’ll always have Paris” perdura na memória dos apaixonados pelo cinema. Rodado durante a Segunda Guerra Mundial, é um filme imbuído de esperança. Através desta película, conhecemos a cidade de Casablanca (re)construída em estúdio. De facto, o professor realçou que, no período clássico da história do cinema, as cidades eram reconstruídas nos estúdios de Hollywood.
Seguidamente, o ilustre professor explicou-nos que, a partir dos anos cinquenta, se passou a filmar nas cidades, pelo que a produção cinematográfica começa a abraçar o cenário real.
De Casablanca, seguimos em direção a Paris com Midnight em Paris (2011), de Woody Allen. E deliciamo-nos com os primeiros cinco minutos do filme acompanhados da música de Sidney Brechet, “Si tu vois ma Mère”.
A viagem prosseguiu até ao continente americano com Manhattan (1979) do mesmo realizador. O professor maravilhou-nos com a fotografia que não só imortalizou o filme, como o próprio bairro nobre e emblemático da cidade de Nova Iorque. É uma fotografia a preto e branco, em sfumato, onde, num amanhecer, se observa um casal sentado num banco de jardim, abraçado, a contemplar a magnífica ponte de Manhattan… O professor, mais uma vez, surpreendeu-nos ao revelar-nos que, na realidade, o banco do jardim não existe. Contudo, ainda há quem o tente encontrar quando viaja até Manhattan…
Regressamos ao continente europeu. Morte em Veneza (1971), de Luchino Visconti. O filme retrata uma história passada no início do século XX onde é reconstituída a Veneza da Belle Époque. E Veneza é efetivamente como nos é mostrada no registo cinematográfico. Segundo o palestrante, este filme causou um grande impacto na época levando, por conseguinte, muita gente a querer visitar Veneza.
De Veneza, viajamos até Cambridge com Momentos de Glória (1981) de Hugh Hudson. Cambrige, antiga cidade académica do Reino Unido, de onde um grupo de estudantes se tornou famoso por participar nas Olimpíadas deParis.
A mágica ilha de Capri também esperava por nós com O Desprezo (1963), de Jean-luc- Godart, cineasta da nouvelle vague.
A nossa surpreendente viagem chegava ao fim regressando ao nosso país. Assim, foi-nos apresentado o filme Viagem ao Principio do Mundo (1997), de Manoel de Oliveira, que nos presenteia com o nosso Alto Minho e a magnífica cidade de Caminha que espreita a Galiza.
Por fim, o professor, após responder a algumas questões colocadas por alunos e professores, concluiu a palestra relembrando que os principais objetivos da sua apresentação eram dar a conhecer alguns filmes que, provavelmente, os alunos não conhecessem e despertar o interesse de todos pelo cinema como Arte que detém uma linguagem própria.
E, de facto, as intenções foram cumpridas. Diríamos mais; ultrapassaram as nossas expectativas. A apresentação despertou o interesse e a curiosidade dos nossos alunos. Mergulhamos e viajamos em uníssono no universo cinematográfico; uma Arte que abraça todas as artes; a música, a fotografia, a literatura, a pintura…
O desafio foi aceite. Citando o dr. Artur Villares – “Todos fazemos esta viagem ao princípio do mundo!”.