OS “VERDADEIROS” HERDEIROS DA FAMÍLIA MAIA,
segundo a recriação do I3S
O romance Os Maias, de Eça de Queirós, conta a história de uma família ao longo de três gerações.
Privilegiando o ambiente típico da aristocracia lisboeta da segunda metade do século XIX, o romancista dá vida a um conjunto mais ou menos caricatural de pares românticos dos quais se destaca aquele que dá forma à ação central do romance: Maria Eduarda e Carlos da Maia e o seu amor incestuoso.
É precisamente a partir deste enredo, criado genialmente por Eça de Queirós, que, no dia 9 de março, no laboratório F-2.07, os investigadores do I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde – Pedro Ferreirinha, Inês Coutinho e Rute Pinto, nos lançaram uma desafiante experiência científica.
Imaginemos que, decorridos muitos anos, surgem alegados herdeiros que reclamam a herança da família?
Entre breves paixões e grandes romances secretos vividos pelas personagens, tornar-se-á absolutamente necessário perceber aqueles que deram «fruto», distinguindo os verdadeiros herdeiros dos que não passam de interesseiros e ambiciosos impostores. Para que isso seja possível, os investigadores do I3S apresentaram-nos a eletroforese.
Eletroforese é uma técnica laboratorial que possui diversas finalidades, sendo uma delas os testes de paternidade. As moléculas de DNA podem ser separadas em vários fragmentos com a intervenção de enzimas de restrição. Por sua vez, esses fragmentos podem ser sujeitos à técnica de eletroforese, que os separa de acordo com o seu tamanho, peso e carga elétrica. Após essa separação, os pedaços de DNA revelam um padrão de fragmentos de restrição que permite analisar a compatibilidade com outras amostras de DNA.
Desta forma, através das amostras de DNA correspondentes a cada uma das personagens e aos pretensos herdeiros, foi possível averiguar quem seria o verdadeiro sucessor desta ilustre família literária.
Catarina Ferreira 12ºA