À Descoberta dos Açores!

Tudo começou há três anos, quando os utentes da Santa Casa da Misericórdia da Horta, no Faial, nos fizeram uma visita que ficou gravada na memória e no coração. Foi ali que se plantou a semente do carinho e, como qualquer boa semente, germinou, cresceu e deu fruto. O desejo de reencontro foi crescendo… e não é que floresceu mesmo?
E lá fomos nós, com destino à encantadora ilha de São Miguel! Para alguns alunos, era a primeira viagem em grupo e o nervosismo misturava-se com a excitação. Os adultos, claro, estavam com as antenas todas ligadas, de olho em tudo: malas, mochilas, bilhetes, garrafas de água e, claro, os próprios alunos (não fosse algum distrair-se com uma montra de souvenirs e perder o voo!).
Foi o início de mais uma aventura cheia de descobertas!
O dia seguinte arrancou com toda a energia do projeto +Power na Escola Básica de Água de Pau, em S. Miguel. E que arranque! Os professores apareceram em força e ficaram completamente rendidos à ousadia (no bom sentido!) dos nossos jovens talentos. Ora subia um ao palco, ora vinha outro — foi um verdadeiro desfile de estrelas, cada um a brilhar nas artes da apresentação e das tecnologias digitais. Um verdadeiro vaivém de criatividade!
A ação de formação teve tanto sucesso que até os meios de comunicação quiseram meter o nariz… e com razão! A RTP Açores não perdeu tempo e fez uma bela reportagem da iniciativa (podem espreitar aqui: https://www.facebook.com/acores.hoje/videos/1385518032670019/).
Depois de uma manhã cheia de energia, saber e boa disposição, era altura de relaxar e explorar os encantos da ilha. Começámos no Miradouro da Vista do Rei, onde a paisagem das Lagoas das Sete Cidades nos deixou de queixo caído (sim, a azul e a verde são mesmo diferentes!). Seguiu-se a Ponta da Ferraria, com as suas piscinas naturais quentinhas, depois a Lagoa das Furnas e as famosas fumarolas e caldeiras, que nos lembram que a ilha tem fogo no ventre!
A tarde terminou com chave de ouro: um mergulho revigorante nas águas quentinhas da praia do Pópulo, com a sua areia negra a dar um toque exótico.
E quando pensávamos que o dia já não podia surpreender mais… veio o jantar! Fomos brindados com a Festa de S. Pedro em Ponta Delgada: petiscos tradicionais de comer e chorar por mais, música animada e dança até os pés pedirem misericórdia!
E por falar em misericórdia… no dia seguinte apanhámos boleia nas nuvens e voámos até à Santa Casa da Misericórdia da Horta, na encantadora ilha do Faial. Sim, aquela que parece saída de um postal!
Finalmente, o encontro tão esperado aconteceu! Foi como reencontrar “velhos” amigos (mas cheios de energia!), com direito a partilha de memórias e criação de novas histórias que, de certeza, vão ficar guardadas no baú das boas recordações. Fomos recebidos com toda a simpatia e ainda tivemos direito a um espetáculo animadíssimo de danças tradicionais, durante a festa de S. Pedro em Castelo Branco. Foi impossível ficar quieto!
O domingo arrancou com espírito explorador! Os nossos alunos meteram pés ao caminho (e olhos bem abertos) para descobrir o lendário Vulcão dos Capelinhos. Entre cinzas, rochas e paisagens de outro mundo, aprenderam-se muitas de coisas sobre história e ciência, tudo com aquele entusiasmo típico de quem está a viver uma verdadeira aventura!
A manhã terminou com um almoço-convívio que soube pela vida, partilhado com o Sr. Provedor, os colaboradores e os utentes da Santa Casa da Misericórdia. Comida boa, conversa animada e muito calor humano.
Descanso? Isso é para amadores! A nossa viagem continuou a todo o vapor com duas paragens de tirar o fôlego (literalmente!): a imponente Caldeira do Faial e o deslumbrante Miradouro da Nossa Senhora da Conceição.
A paisagem? De cortar a respiração! Dava vontade de tirar mil fotografias por segundo, mas nenhuma consegue capturar aquela vista que parece não ter fim. Queríamos devorar tudo com os olhos e ainda sobrava apetite para mais! A verdade é que, por mais que olhemos, fica sempre qualquer coisinha por descobrir… e isso só nos dá mais vontade de voltar.
E como se já não estivéssemos impressionados com a natureza, eis que surge um verdadeiro herói dos mares: Genuíno Madruga! Sim, esse mesmo, o ilustre Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Este senhor não é só um contador de histórias… é uma lenda viva! Circum-navegou o globo duas vezes (sim, DUAS!) e foi o primeiro português a atravessar o temido cabo Horn, sozinho, só com ele, o barco e os sete mares.
Coragem? Nem sabemos se há palavra suficiente para descrever! Foi uma verdadeira aula de História e Geografia, mas daquelas boas, que ninguém quer que acabe. Cada frase dele fazia os olhos dos nossos jovens brilharem… e, quem sabe, nasceram ali novos exploradores prontos a conquistar o mundo.
Segunda-feira, dia de “trabalho”, dia de arregaçar as mangas e entrar em modo formação com mais power do que nunca! E quem liderou a ação? Os nossos jovens, pois claro! Desta vez, o palco foi o auditório da Escola Básica Integrada da Horta, e o público-alvo… de respeito: professores desta escola, da Escola Secundária Manuel de Arriaga e do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão.
Mais uma formação bem sucedida e recheada de entusiasmo! Os nossos jovens estão cada vez mais confiantes, mais assertivos e prontos para tomar o mundo de assalto. Ao ritmo que isto vai, qualquer dia os adultos já só vão para a plateia… e com bilhete na mão!
À tarde, o ritmo abrandou, mas o interesse não. Fomos visitar o Museu da Fábrica das Baleias, onde aprendemos que, antigamente, o óleo de baleia era usado para… tudo e mais alguma coisa! (Sim, até coisas que hoje nem imaginaríamos.) Mas desde 1984, a caça à baleia ficou no passado — e ainda bem! Agora, as baleias são rainhas do mar e protagonistas de um turismo mais sustentável, onde a única “caça” é feita com binóculos e máquinas fotográficas. E que bem que isso nos soa!
E à noite? Ah, as noites… Foram passadas no mítico cais da Horta, com direito a visita (obrigatória!) ao famoso Bar do Peter, ponto de paragem de todos os marinheiros que se prezem. E nós, mesmo sem carta de navegação, sentimo-nos verdadeiros exploradores, deslumbrados com a paisagem que se desenha no horizonte: a imponente Ilha do Pico. Quem sabe se numa próxima viagem não damos um saltinho até lá?
Porque nestas aventuras, aprendemos sempre, rimos muito e vivemos ainda mais!

Um agradecimento especial à Santa Casa da Misericórdia, na pessoa do sr. Provedor Marco Silva pela estadia, alimentação e visitas guiadas; aos colaboradores Lurdes Oliveira, Natasha Bereza, Jéssica Silveira e Manuel de Mello pela disponibilidade, simpatia e profissionalismo demonstrados; à Associação Mais Power pelo financiamento desta deslocação; ao jornalista Álvaro Bastos pelos conselhos e pontes estabelecidas com as demais entidades.

Luís Baião, Rosa Pereira e Miguel Vieira (Agrupamento Escolas de Canelas)
Paulo Serra (Agrupamento de Escolas Nuno Álvares)
Ângela Oliveira (Instituto Politécnico de Castelo Branco)
André Moreira, Francisco Gomes, Gabriel Castro, Micael Fernandes, Nuno Duarte, Pedro Moreira, Rodrigo Barbosa e Rodrigo Paupério.