Lara Bastos | Erasmus+, Heal de Sea
Aprendi de novo!
Aprendi de novo o que é andar de avião, aprendi de novo o que é ser alguém novo num país. Aprendi de novo o que é fazer parte de um projeto tão enriquecedor como o Erasmus e o Heal The Sea.
Mas também aprendi o novo!
Aprendi que a força e a persistência existem dentro de nós e que somos feitos para enfrentar dificuldades e para tirar o máximo partido delas.
A minha estadia em Bagheria teve altos e baixos. Começou atribulada, mas tornou-se rapidamente numa das melhores semanas da minha vida.
Lembro-me de chegar ao aeroporto ansiosa, com medo do que me pudesse acontecer. Porém, tenho a certeza de que, depois desta viagem, quando for em Erasmus novamente, já não me vou sentir assim. Porquê? Porque percebi que, independentemente dos nossos receios e medos, as coisas (más ou boas) que nos tiverem de acontecer, vão acontecer. Mas também se vão resolver, graças à nossa determinação e às pessoas perto de nós!
Numa mobilidade de Erasmus, os alunos acolhidos estão todos no «mesmo barco», apoiando-se mutuamente, mesmo não se conhecendo. E é assim que se criam as ligações e que, na hora da despedida, há sempre uma lágrima no canto do olho.
Mas, afinal, como foi a minha experiência na tão famosa Sicília? Poderia falar-vos das praias paradisíacas de Cefalù ou do Palácio Real de Palermo, belos monumentos e pontos turísticos tão distintos, mas que refletem exatamente o oito ou o oitenta (se me permitem a expressão) desta viagem. Palermo é definitivamente uma cidade bonita!
Em todo o caso, os locais que mais me marcaram foram aqueles em que o ambiente criado permitiu o estreitar de laços com os meus pares. Na praia em Cefalù, vivemos um momento de pura felicidade, união e paz. No Museo dell’Acciuga, vivemos uma experiência enriquecedora, de muita aprendizagem e união. Afinal, o que marca um local não é tanto a sua beleza, mas as vivências que o mesmo nos proporciona!
E é, sobretudo, isso que retiro da minha mobilidade a Bagheria: o sentimento. A ansiedade inicial foi dando lugar à felicidade extrema. Esta mobilidade foi mesmo muito especial!
Íris Ferreira | Erasmus+, Heal de Sea
Sicília, um pequeno paraíso no mediterrâneo!
Durante uma semana inesquecível, tive a oportunidade de participar, pelo programa Erasmus+, numa mobilidade à Sicília, na Itália.
Mal chegamos, fomos calorosamente recebidos pelas famílias. A hospitalidade e a generosidade das pessoas foram tocantes, e rapidamente estabelecemos laços de amizade que, certamente, durarão para além da experiência.
A nossa primeira visita foi à Palagonia, uma cidade encantadora, situada no coração da Sicília. Conhecemos também o Museo dell’Acciuga, dedicado à história e à importância da pesca na região, e o majestoso Royal Palace, em Palermo, com uma arquitetura impressionante e jardins exuberantes. Visitei ainda, com a família que me acolheu, a incrível cidade de Aspra.
No último dia, estivemos em Cefalù, uma cidade costeira deslumbrante, famosa pelas suas praias paradisíacas. E este passeio pelas praias foi, certamente, a minha parte favorita!
Além de toda a beleza natural, a gastronomia siciliana roubou o meu coração.
No final da semana, quando chegou a hora da despedida, foi difícil dizer adeus, tanto à terra encantadora que é a Sicília como às pessoas incríveis que conhecemos.
Em suma, a mobilidade do projeto «Heal the Sea», na Sicília, foi, sem dúvida, uma oportunidade enriquecedora, que me permitiu conviver com uma cultura diferente e criar amizades que, certamente, levarei para a vida.
Sofia Barbosa | Erasmus+, Heal de Sea
“I don’t feel like going home”
Casa. Em todas as viagens de Erasmus a volta a casa é algo pelo qual todos ansiamos. Sejam as saudades da nossa família ou do conforto da nossa própria cama, todos sentem um alívio quando o avião aterra em casa.
Porém, desta vez foi diferente. Uma simples chamada com os pais ou uma mensagem reconfortante bastavam para aliviar o leve aperto no coração que às vezes se fazia sentir.
Apesar do começo atribulado, esta mobilidade sempre me pareceu singular, única. Como a calma antes da tempestade, mas ao contrário. Como quando alguém consegue sentir que algo extraordinário está prestes a acontecer, mas não consegue perceber o quê. E algo de excepcionalmente extraordinário aconteceu.
Fomos imediatamente acolhidos com um carinho nunca antes visto. As famílias trataram os seus hóspedes com um cuidado particularmente bonito e especial. Houve imprevistos, infortúnios. Nem todos partilhavam a mesma noção de responsabilidade e carinho para com os alunos. Contudo, foram tomadas medidas e tudo acabou bem.
Também se percebeu a notável consideração e atenção que o itinerário recebeu. Levaram-nos aos locais mais interessantes com guias ainda mais curiosos . Em todos os museus e monumentos fomos recebidos com um entusiasmo contagiante. Envolviam-nos na apresentação e captavam a nossa atenção com histórias e lendas. Deram-nos a conhecer mais acerca da cultura Siciliana e da história da infame ilha italiana de modo a que levássemos connosco um pouco de Sicília para o resto do mundo. Foi-nos concedida ainda a emocionante liberdade de explorar as cidades sem pressão ou planos – como um género de mobilidade personalizável.
Por fim (e porque o melhor fica sempre como conclusão) o grupo foi particularmente especial. Desde aqueles que estão bem perto de nós, até aqueles que moram a oceanos de distância. Foi tudo vivido com uma leveza mágica. Havia uma compreensão mútua entre todas as partes – alunos e alunos, alunos e professores, professores e professores. Apesar de não termos todos convivido com cada pessoa do grupo em particular, partilhamos sempre um carinho por todos. Quer seja por um sorriso partilhado, quer seja por um simples “bom dia”, quer seja por tudo aquilo que representam, a presença de todos foi sentida. Há sempre aqueles que deixam uma impressão mais profunda. Que vamos levar para o resto da vida. Que nos fazem sentir completos e que nos fazem sentir compreendidos.
Esta mobilidade ensinou-me o quanto se pode sentir no período de uma semana. O quanto a nossa vida pode mudar com as pessoas certas e os lugares certos. Descobri que é possível pensar-se “I don’t feel like going home” um número irreal de vezes. Tudo graças às praias paradisíacas e aos mergulhos em águas frias. Graças aos escaldões e a cantar e dançar na rua. Graças às gargalhadas e à melhor comida que já provei. Graças a toda a gente que tive o prazer de conhecer e às caras amigas que tive a felicidade de reencontrar. Graças a tudo aquilo que aprendi e reaprendi. Porém, acima de tudo, esta viagem ensinou-me que talvez “casa” não seja algo tão fixo como alguns fazem parecer.