No passado dia 4 de outubro, organizado pelos docentes de História, evocou-se no átrio da nossa escola o dia 5 de outubro, dia em que se comemora a Implantação da República Portuguesa, que foi o resultado de uma revolução organizada pelo Partido Republicano Português, iniciada no dia 3 de outubro e vitoriosa na madrugada do dia 5 de outubro de 1910, que destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal.
Neste sentido, os professores de História e alunos relembraram este acontecimento com o descerrar da bandeira da monarquia, o hastear da bandeira republicana e o hino nacional, à entrada da nossa escola, no intervalo das 10h da manhã, com a participação massiva de alunos do 5º, 6º e 9º ano.
5 de outubro de 1910
Os últimos anos da monarquia foram difíceis, o país estava em crise, o que fazia com que os governos não durassem. O Partido Republicano pedia a D. Manuel II que proclamasse a República, mas enquanto isso não acontecia ia tirando proveito da difícil crise económica, apontando a implantação da República como solução para todos os males. Portugal estava tão mal que se começou a pensar na revolução armada. No verão do ano seguinte já se esperava a dita revolta, mas ela só aconteceu na noite de 3 de outubro com os republicanos a ocuparem algumas unidades de infantaria, artilharia, marinha e até alguns navios. Do outro lado, a monarquia, que há muito se tinha apercebido das movimentações republicanas, possuía apenas um exército mal preparado e pouco motivado para combater, o que deixava já adivinhar uma possível derrota.
Nesse mesmo dia 3 de outubro começaram os combates, mas sem grande sucesso. De resto, no dia seguinte corriam, por toda a Lisboa, variados boatos anunciando vitórias e derrotas para ambos os lados. Mas esta indefinição não ia durar muito. Logo ao início da manhã do dia 4 de outubro, os monárquicos atacaram os republicanos e, ao final da tarde, os navios dos revoltados abriam fogo sobre o Rossio.
Entretanto, as notícias do que se passava nas ruas já tinham chegado a D. Manuel II, que continuava no Palácio das Necessidades. Aliás, nessa mesma noite o rei foi informado de que os republicanos ameaçavam bombardear a residência da família real e aconselhado a partir, mas este recusou. No entanto, mudou de opinião, quando, na manhã seguinte, o Palácio foi bombardeado. Acabou por refugiar-se em Mafra. Apesar da fuga ter sido favorável aos revolucionários, houve uma altura em que, no Rossio, os monárquicos estiveram em vantagem, situação que durou até ter acontecido um grande equívoco.
Conta-se que um diplomata alemão que estava instalado num hotel ali perto, assustado com os sucessivos bombardeamentos, decidiu ir falar com o exército monárquico para pedir um cessar-fogo para ele e os restantes estrangeiros poderem sair de Lisboa em segurança.
O general monárquico aceitou a proposta do diplomata, tendo-lhe escrito uma carta concedendo uma hora de tréguas. O estrangeiro devia entregar a carta ao general republicano para que o cessar-fogo fosse respeitado. O diplomata alemão saiu do edifício levando uma bandeira branca e a carta e dirigiu-se ao exército republicano. Os republicanos ao verem a bandeira branca pensaram que os monárquicos se rendiam e gritaram “VIVAS” à República.
Gerou-se uma grande confusão com o povo saindo à rua, abanando lenços brancos, gritando e comemorando a Implantação da República.
Pouco depois, os principais mentores do movimento republicano, José Relvas, Manuel de Arriaga e Teófilo Braga subiram à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e todos juntos proclamaram a REPÚBLICA.
Cantou-se o Hino A Portuguesa.
Adaptado: Almeida, Paula Cardoso, O FIM DA MONARQUIA – 5 de outubro de 1910, col. História de Portugal, QuidNovi, 2007.