Trabalhos vencedores do concurso literário “Anne Frank” – 4º ano

Querido Mundo,

Eu chamo-me Anne Frank e sou uma sobrevivente do holocausto onde 6 milhões de pessoas foram assassinadas incluindo homens, mulheres e crianças e que aconteceu na 2ª Guerra Mundial.

Venho falar-vos de algo que para mim é importante, que é o respeito que devemos ter pela vida humana.

Quando eu tinha 13 anos, vivi experiências que me magoaram e me fizeram adiar os meus sonhos de, um dia, ser escritora e jornalista. Nessa altura, eu e a minha família, fomos obrigados a fugir para sobreviver, porque éramos perseguidos pelos nazis por sermos judeus. Durante bastante tempo, vivemos escondidos como “ratos” sem a possibilidade de conviver com família e amigos.

Foram dias e noites muito solitárias e o meu único amigo era um diário onde eu escrevia tudo o que vivia e sentia.

Vi muitos amigos a serem presos ou mortos, sem a possibilidade de se defenderem. Naquela altura, a ganância de um povo que acreditava numa ideologia, achava que os problemas e pobreza que existiam na Alemanha eram culpa dos judeus. Por isso, eles assaltavam as suas casas para roubarem todos os bens e, pior do que isso, faziam com que eles fossem obrigados a trabalhos forçados, em campos de concentração e muitas das vezes, eram mortos sem qualquer justificação.

Foi um tempo muito agitado da sociedade, onde os direitos humanos não eram respeitados, principalmente daqueles que tinham a mesma religião que eu. A guerra trouxe a discriminação, a pobreza, a tristeza, o medo, a fome e as doenças.

Eu e a minha família, também acabamos por ser presos e fomos separados uns dos outros, em diferentes campos de concentração. Eu era apenas uma criança e fui obrigada a ver cenas de terror e de sofrimento de muitas pessoas que foram presas pelos nazis.

Felizmente, eu consegui sobreviver e pude contar a todos, através das histórias que escrevia no meu diário, o que de mau aconteceu naquela época com a esperança de construir um mundo melhor.

Hoje, todos nós vivemos uma grande guerra contra um vírus invisível e destruidor. Infelizmente, o comportamento de muitas pessoas tem consequências graves na vida de outras. Enquanto não percebermos que o respeito pela vida humana é importante não vamos conseguir ganhar esta guerra.

Sempre acreditei que os erros do passado ajudassem a construir um mundo melhor mas infelizmente a ganância das pessoas, que continua a existir como acontecia com o nazismo, faz com que só nos preocupemos connosco e não com os outros.

Eu sou uma sobrevivente porque acreditei!

A mensagem que vos quero transmitir é que acreditem na bondade, na compreensão, na amizade, na esperança, na harmonia, na fé de cada um e no amor e juntos conseguiremos vencer esta guerra e voltaremos a ser livres.

Eu fiz a minha parte, agora é a tua vez meu querido mundo. Não desistas e acredita que vai correr tudo bem.

Beijinhos,

Anne

Guilherme Silva, 4ºC, EB1/JI Ribes

Alemanha, 29 de junho de 1957

Querida Kitty,

Já há algum tempo que não te escrevo… tenho tanta coisa para te contar!!!

Sabes o abrigo para onde fomos? Encontrei lá um gato, assustado como eu. Temos sido a companhia, um do outro… já lhe ensinei algumas habilidades, gostava que visses… o “idiota” que está no abrigo connosco, diz que eu sou doido, que eu acho que ele é um cão e que nunca iria aprender nada do que tento ensinar, mas enganou-se.

Cá para nós as duas, o gato é mais esperto do que ele 

Os dias são longos, as noites frias e sombrias… há sombras na parede, refletidas pelas luzes da rua, que nos divertem e ajudam a passar o tempo.

Eu, nem sequer dormia com aquele chato a ressonar, mas pronto.

Estou com saudades de ir para o recreio da minha escola, poder correr, saltar, brincar, e divertir-me com os meus colegas. Já tenho MUITAS saudades de TODOS os meus amigos, das brincadeiras que fazíamos. Era muito bom, mas o Holocausto estragou tudo… mudou as nossas rotinas e adiou sonhos.

Enquanto estive fechada lá no esconderijo eu divertia-me contigo Kitty, eras o meu único entretenimento. Hoje em dia existem os telemóveis e perdeu-se a magia da escrita.

Consegui seguir o meu sonho: sobrevivi ao Holocausto tornei-me uma verdadeira escritora e sou umas das mais famosas da Alemanha de livros infantis.

Agora tenho de ir fazer o almoço e depois continuar a escrever mais um livro e preparar a publicação de outro.

Voltarei em breve para te contar mais novidades.

Eva Lavrador, 4º ano EB1 JI RIBES

 

Segunda-feira, 13 de agosto de 1942

Querida Kitty,

            Hoje foi um dia diferente. A Margot teve de sair por uns minutos, mas eu não sei porquê, porém coreu tudo bem.

            O Papá ficou preocupado, pois tinha medo que ela fosse reconhecida por ser uma adolescente de 16 anos. A Mamã nem assim tanto; e já que estamos a falar da minha mãe, ela anda muito estranha estes dias. Ela diz que NINGUÉM pode sair deste anexo secreto, mas deixou a Margot ir, o que é muito estranho.

            Depois o Peter andou a agir de forma ainda mais pateta do que ele já é, começou por riscar os meus preciosos livros de geografia, comeu a minha pêra e roubou os meus cachecóis. QUE IDIOTA!

            Bom, hoje ajudei o papá a lavar as roupas e a Mamã a fazer compotas de morango, as que eu adoro! Mas confesso que fiquei com uma dor de barriga! TUDO POR CULPA DA COMPOTA!

Tua, Anne

 

 

CARTA À HUMANIDADE

27 de fevereiro de 2021

 

 Olá,

O meu nome é Annelies Marie Frank, mais conhecida como Anne Frank. Felizmente, ainda estou viva depois do tempo do Holocausto.

Venho pedir para que todos sejam melhores pessoas neste mundo. No momento ainda vivemos com dificuldades como a pandemia, o racismo e o aquecimento global.

Gostaria que todos se respeitassem, apesar das diferenças que não nos diferencia em nada pois somos todos humanos.

Devemos respeitar os direitos de todos e ajudar-nos.

Hoje em dia continuo a viver fechada em casa, parecido como antigamente mas por motivos diferentes.

Finalizo a pedir que sejamos felizes e que respeitemos os Direitos Humanos.

A vossa, Anne

                         Leonor Martins, 4º C,  EB1 Lagarteira

 

20 de fevereiro de 2021

 

Olá a todos,

O meu nome é Anne Frank. Em tempos, fui uma adolescente judia, que se refugiou durante 2 anos com a minha família, num sótão – O Anexo Secreto em Amesterdão, e aí vivemos, nesse esconderijo, tempos de horror do período do Holocausto, durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

Como sabem, nessa altura todos os judeus e as outras “raças não arianas” viram-se desprezados, desrespeitados, discriminados e foi-lhes negado o seu direito à vida e à liberdade, pelos nazis. E como me senti desejosa por liberdade, nessa altura!

Foi diante de todas estas atrocidades praticadas durante a 2ª Guerra Mundial contra a humanidade, que surge a Declaração Universal dos Direitos Humanos -10 de dezembro de 1948- como uma resposta aos factos então ocorridos, em especial o Holocausto. O ano de 1948 é assim considerado então, um marco na História dos Direitos Humanos, sendo um “alerta” de toda a preocupação real e existente já naquele tempo, no que diz respeito aos direitos de todos os Seres Humanos e liberdades fundamentais.

É por isso, meus amigos, que torna-se importante hoje e todos os dias, conversarmos sobre estas diferenças e termos a consciência de que vivemos numa democracia constitucional e que, é ainda mais importante preservá-la. Não podemos simplesmente reduzir as pessoas a determinado “rótulo” e permitir que daí resultem preconceitos e estereótipos que não nos vão deixar ver o ser humano tal como ele é. Todos nós nascemos da mesma forma – livres e iguais em dignidade e direitos.

Torna-se importante pois, refletirmos sobre essas questões, em casa, na escola, em comunidade. Esta declaração veio afirmar isso. É importante combater esta discriminação e cultivar o respeito por todas as pessoas, sem distinção de raça, cor, sexo, poder económico, orientação sexual, nacionalidade, etnia ou religião.

Nós todos temos de ter presente que os direitos humanos não são dados adquiridos e que todos temos de lutar pela sua defesa, tendo em mente esta Declaração.

Que possamos nos esforçar, um pouco mais, ao longo de todas as fases da nossa vida e vivência, para promover o respeito por estes direitos e liberdades tão fundamentais para nós, a Humanidade.

                        Vossa amiga,

                        Anne Frank

(Gonçalo Ferreira, EB1 da Lagarteira)

Amesterdão, Países baixos, 29 de março de 2021

 

Carta à Humanidade

Passaram tantos anos… Mas as memórias ainda estão muito vivas em mim! A guerra terminou em 1945 e eu era uma jovenzinha! Agora vou fazer 92 anos no dia 12 de junho.

Já muito se escreveu sobre o Holocausto… vivi e revivi milhares de vezes o tempo que passei no meu esconderijo, na fábrica, e depois no campo de concentração de Bergen-Belsen (na Alemanha). Apenas eu e o meu pai sobrevivemos…. Senti muita falta da minha família. A minha querida irmã e a minha mãe não resistiram…

Eu tive uma vida longa e cheia de alegrias. Casei e tive três filhos, cinco netos e nove bisnetos. É uma casa cheia quando nos juntamos, embora agora, por causa da pandemia, eu esteja muito isolada em casa da minha filha mais velha, onde vivo. Mas, quando posso, vou até ao jardim e fico lá sentada a ler ou a escrever com os amigos e familiares por videoconferência. Agora já não uso o diário, adaptei-me às novas tecnologias.

Sabem, tudo acontece por um motivo. A vida é uma aprendizagem e uma lição. Aprendi, bem nova, que o ser humano é capaz das maiores atrocidades, mas também de grande bondade. Ainda hoje acredito na humanidade e sei que, se formos respeitadores uns dos outros e cumprirmos os Direitos Humanos, a Terra será um bom lugar e nós seremos cidadãos melhores.

Para terminar, peço que não se deixem levar pelo ódio ou por um espírito orgulhoso. Sejam bons, ajudem os outros. A felicidade é tão fácil de conquistar e resume-se a tratar os outros como gostaríamos de ser tratados.

 

Calorosas saudações,

Anne Frank

Texto de Filipe Mesquita, MT_ A

13 de fevereiro de 1945

Querida Kitty,

Hoje acordei em total silêncio. Saí da minha cama e não vi os guardas do campo de concentração. Fiquei confusa.

Chamei pela minha irmã e perguntei-lhe se sabia o que tinha acontecido, mas não sabia, nem ela nem ninguém. Então decidimos sair do campo, finalmente!

No caminho encontramos a nossa mãe, que também, estava confusa.

Juntas decidimos ir até à aldeia mais próxima. Lá explicaram-nos que a guerra tinha acabado. Estávamos livres e muito felizes por poder voltar para a nossa casa.

Ao chegar a casa, em Amesterdão, encontramos o nosso pai. Finalmente, estávamos todos juntos outra vez, depois de meses separados.

O meu pai decidiu que, para o bem da nossa família, devíamos ir para a casa dos meus tios na Suíça.

12 de fevereiro de 1945

Querida Kitty,

Chegámos à quinta dos meus tios na Suíça. Tomei um banho relaxante e fui explorar o espaço.

Eu e a minha irmã dormimos no quarto de hóspedes e os pais na sala. Parecia um sonho voltar à normalidade!!

13 de fevereiro de 1945

Querida Kitty,

Voltei para a escola, fiz novas amigas e conheci um novo amigo, que é um rapaz muito bonito.

Há tanto tempo que não ia à escola e já tinha muitas saudades. Eu continuo a gostar muito de ler e de escrever.

27 de abril de 2021

Querida Kitty,

Encontrei-te, hoje, debaixo da cama antiga, que resolvi visitar.

Aproveito a ocasião para te contar como estão as coisas aqui.

Estamos em 2021 e já tenho 92 anos. Sou casada com o meu namorado da adolescência, tenho dois filhos, quatro netos, e vivemos todos juntos e felizes numa bela casa.

Contudo, nem tudo está bem. Agora vivemos numa época em que um vírus chamado “coronavírus” está a atacar a Humanidade, em todas as partes do mundo, e temos de ficar em casa, em confinamento. Morreram, outra vez, milhões de pessoas. Ainda bem que ninguém da nossa família mais próxima ficou infetado com Covid-19.

Agora só quero que os meus filhos, netos e bisnetos sejam felizes e saudáveis.

Nunca pensei que, depois de passar por tantas dificuldades ao longo da vida, pudesse ser tão feliz agora.

Fica bem,

Anne Frank

Texto de Inês Rei, MT_A

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