Docentes participam em curso estruturado da Europass Teacher Academy

Erasmus+ é um programa da União Europeia nas áreas da educação, formação, juventude e desporto. Este programa providencia um vasto leque de ações que incluem a oportunidade de professores participarem em formações, mobilidades individuais de aprendizagem. Erasmus+ key action 1 (KA1) dá oportunidade a professores para frequentarem formações internacionais em diferentes países europeus.

Foi neste contexto que duas professoras do Agrupamento, uma de Português e outra de História, participaram, em Florença, na Europass Teacher Academy, num curso sobre “Classroom Management Solutions for Teachers: New Methodologies, Effective Motivation, Cooperation and Evaluation Strategies”, durante a semana de 4 a 8 de abril.

Roberta Begliomini foi a formadora certificada pela Academia Europass que nos acompanhou e desafiou nesta viagem de aprendizagem. Os conteúdos deste curso procuraram fazer-nos refletir e encontrar respostas sobre temáticas muito diferenciadas: análise de problemas e estabelecimento de regras em sala de aula, motivação, estratégias colaborativas (trabalho de pares e de grupo), metodologias centradas na aprendizagem, estilos de ensino centrados no aluno, criação de aulas com a metodologia de sala de aula invertida (Flipped Classroom), uso de diferentes ferramentas TIC como propiciadoras do reforço da motivação, criação de rubricas, avaliação e feedback.

Este curso potenciou, igualmente, a troca de experiências profissionais com colegas de países tão diferentes como Espanha, Inglaterra, Grécia, Suécia, Roménia, Hungria e Honduras. Poder comparar os sistemas educativos nos diferentes países, as práticas educativas (potencialidades e fragilidades) e eixos de intervenção nas diferentes realidades foram uma mais-valia deste curso.

A visita contribuiu também para o nosso enriquecimento cultural. Diariamente, assim que a formação terminava, havia que partir à descoberta desta fascinante cidade. No âmbito do curso usufruímos de uma visita guiada na cidade de Florença e de uma visita a Pisa, Sam Gimignano, Siena e região de Chianti.

Por todas estas razões esta mobilidade marcará o nosso percurso pessoal e profissional. A aprendizagem transformadora será seguramente a motivação para nos desafiarmos a voos mais altos.

As docentes,

Sara Ribeiro

Margarida Duarte

 

Disseminação da atividade de Job Shadowing entre 7 – 11 março 2022

Disseminação da atividade de Job Shadowing entre 7 – 11 março 2022

No âmbito do projeto Erasmus+, KA101, intitulado “Novas práticas, melhores aprendizagens”, as docentes Rosário Sá e Paula Campos efetuaram uma sessão de disseminação sobre a sua experiência, após  regressarem da mobilidade efetuada no “Collège Toulouse-Lautrec”, em Toulouse – França. Esta disseminação foi dirigida aos respetivos grupos disciplinares (Educação Visual e Tecnológica e Educação Musical), no dia 4 de abril.

Foi apresentada uma sequência de imagens exemplificativas das várias valências desta deslocação, entre fotografias dos locais visitados, da escola, de documentos de trabalho e mapas de localização.

As imagens desta apresentação irão estar patentes na escola em circuito interno.

Da excelente experiência destacaram:

  • O magnífico trabalho na escola, onde se valoriza a interdisciplinaridade, a abordagem assertiva da multiculturalidade da população escolar, a educação para a cidadania, a relação com o mundo exterior à escola, a escolha de temáticas motivadoras e o incentivo ao espírito crítico;
  • A beleza e interesse arquitetónico dos locais visitados;
  • O conhecimento de vários aspetos culturais e históricos da região.

As docentes,

Paula Campos

Rosário Sá

JOB SHADOWING Projeto Eramus KA1

Os projetos KA1 visam proporcionar aos professores uma oportunidade de realizar Mobilidades Individuais para Aprendizagem, em diversos países europeus, e, assim, contactar com práticas pedagógicas diferenciadas e inovadoras, políticas e sistemas de educação europeus.

Neste âmbito, duas professoras, uma de língua inglesa e uma de história e geografia deste agrupamento, deslocaram-se a Córdova, à escola IES Ángel de Saavedra, onde, durante uma semana, observaram diversas aulas, de diferentes níveis de ensino.

A visita pontuou-se pela hospitalidade e disponibilidade de toda a comunidade educativa, com quem foi possível trocar impressões sobre as práticas educativas, relacionadas com os eixos de intervenção prioritária inscritos no Projeto Educativo de ambas as escolas.

Destacam-se na nossa visita:

O Projeto de bilinguismo, que tem como objetivo reforçar e desenvolver o conhecimento da língua inglesa, que é a língua de referência para determinadas áreas, denominadas áreas não linguísticas. Desta forma, os alunos estão expostos à língua estrangeira mais tempo e aprendem conteúdos de matérias especificas através do inglês. Assim, em áreas como a biologia, a educação física a educação plástica, a filosofia, a físico-química e a música, pelo menos 50% dos conteúdos são ensinados e aprendidos em inglês. Para esse efeito, são contratados dois assistentes de língua, no caso deste ano letivo, um de nacionalidade americana e outro de nacionalidade inglesa, que colaboraram com os professores em contexto de sala de aula. A sua função é muito importante pois funcionam como modelo de correção linguística, e como transmissores da cultura dos seus países de língua de origem.

O ensino profissional é também uma grande aposta da escola, com muita aceitação na comunidade local, e também de outras comunidades autónomas. Oferecem várias saídas profissionais nas  seguintes especialidades: comunicação, imagem e som. As instalações contam com infraestruturas e material bastante moderno.

Salienta-se, ainda, a participação e o reconhecimento do trabalho desenvolvido, desde 1994, em projetos Europeus, nomeadamente Socrates, Comenius, Leonardo e, mais recentemente, ao Programa Erasmus+.

A nossa visita teve, também, uma forte componente cultural da qual destacamos as visitas guiadas pelo diretor e vice-diretora/cordenadora de Erasmus da escola à Catedral de Córdova, e à cidade de Medina Azahara Medina, declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2018, que é um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo, e uma visita imprescindível.

Finalmente, os nossos sinceros agradecimentos ao diretor Luís Miguel Prados, à Pilar Torres, vice-diretora e coordenadora do Projeto assim como a todos os docentes do IES Ángel de Savedra que tão gentilmente nos receberam.

As docentes,

Paula Aires e Olga Leite

OB SHADOWING   Projeto Eramus+ AK1 [Córdova]

Job shadowing ao “Collège Toulouse Lautrec”, em Toulouse

Entre 7 e 11 de março decorreu, no âmbito do projeto KA1, intitulado “Novas práticas, melhores aprendizagens”, a mobilidade sob a forma de job shadowing ao “Collège Toulouse Lautrec”, em Toulouse, capital da região da Occitânia, no sul de França.

A cidade de Toulouse, conhecida como “La Ville Rose”, pela tonalidade rósea de muitos dos seus edifícios, construídos em tijolo de terracota, é uma cidade cheia de história e interesse arquitetónico. Perto da fronteira com Espanha, é dividida pelo rio Garona, por sua vez ligado ao Mediterrânio pelo canal do Midi, construído no séc. XVII. Não perdemos a oportunidade de passear pela cidade e visitar alguns dos seus monumentos mais característicos, como a basílica de Saint-Germain, o Convento dos Jacobinos ou o jardim japonês Pierre Baudin, e observar a bela Pont-Neuf das margens do Garona.

Impossível não reparar na simpatia generalizada dos habitantes desta cidade calma, mas cheia de vida. A preocupação pela vida energeticamente sustentável e limpa é evidente nos meios de transporte, com a importância dada ao metro e aos transportes públicos em geral, e com a proliferação de meios de locomoção individuais como bicicletas e trotinetes, que por vezes surpreendem quem não está habituado a esta presença, pela sua aproximação rápida e silenciosa. Nas ruas observa-se a tentativa de não deixar morrer a antiga língua occitana, pelas placas das ruas sempre duplicadas, onde o francês é secundado por este idioma que soa a uma miscelânea entre francês, castelhano, catalão, italiano… e é paradigmático da confluência de culturas da região; pode ser ouvido no metro, onde o anúncio das várias estações é feito também nas duas línguas. No primeiro dia de chegada à escola, fomos recebidas de forma bastante hospitaleira por duas docentes e pela vice diretora; conhecemos a estrutura física da escola (espaços interiores e exteriores) e inteiramo-nos do funcionamento do sistema escolar francês, cuja estrutura diverge ligeiramente do sistema português. Iniciamos nesse mesmo dia a observação das aulas e atividades. No contacto com a realidade pedagógica da escola, fomo-nos inteirando das divergências com mais detalhes, entre os quais a distribuição das áreas artísticas no currículo, que surpreendeu pela parca carga horária. Surpreendeu-nos também a existência de turmas exclusivas de necessidades educativas especiais, em monodocência por docente de Educação Especial, com exceção feita para o Inglês e o Desporto.

O trabalho de projeto com interdisciplinaridade é uma prática muito oleada e com resultados surpreendentes aos quais não é alheia a colaboração permanente com a biblioteca e seus bibliotecários. É constante o apelo ao sentido crítico dos alunos, pela insistência na auto e heteroavaliação sistemática dos trabalhos produzidos, oralmente e por escrito. Os prazos para conclusão dos trabalhos são muito precisos e genericamente respeitados. É óbvia a procura de ligações frequentes ao mundo exterior à escola e à comunidade, pelo convite e inclusão de profissionais não docentes que colaboram com os professores no desenvolvimento de diversas atividades. Pudemos observar, neste âmbito, o contributo da escola no projeto de fotografia mundial do artista JR (dar visibilidade aos invisíveis), a colaboração de um jornalista profissional com um projeto interdisciplinar da escola, a presença de um ator nas aulas de improvisação dramática, e a visita e sessão de esclarecimento da companhia de dança que posteriormente contou com várias turmas na apresentação do seu espetáculo num teatro próximo. Nesta sessão, foi explicada a temática do espetáculo e as linhas condutoras no processo de conceção do mesmo, tendo sido visível, mais uma vez, a preocupação em dar voz aos alunos. Tivemos a oportunidade e o privilégio de assistir ao espetáculo.

A cidadania, numa escola tão marcada pela multiculturalidade, está sempre na ordem do dia: laicismo, igualdade de género, alertas anti-bulying, responsabilização individual pela limpeza e pela reciclagem, são só alguns exemplos da forma empenhada como a escola venera a máxima da revolução francesa: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. No comportamento generalizado dos alunos, embora não isento de exceções e imperfeições, pode observar-se o efeito desta pedagogia, transparecendo um respeito pelos professores e pela escola enquanto instituição que não é tão notória no nosso país.

A cantina da escola tem um ambiente bastante ordeiro e sem excesso de ruído. Os alunos aguardam no recreio e as turmas são chamadas para almoçar uma a uma, por megafone, não havendo portanto lugar a longas filas. A comida é equilibrada, variada e muito bem confecionada, embora se estranhe a ausência da sopa, a que estamos tão habituados.

Situações assinaláveis e surpreendentes: a ausência de bar ou máquinas de “vending”, tanto para os alunos como para os professores; a ausência de telemóveis.

Ao longo da semana, observamos aulas no âmbito dos respetivos grupos disciplinares, educação musical e artes plásticas, e ainda do ensino especial e de atividades extracurriculares, com o objetivo de identificar práticas pedagógicas inovadoras e distintas da prática portuguesa e da nossa escola em particular. Foi de forma atenta e motivada que nos entregamos a esta tarefa, face à atitude acolhedora com que fomos recebidas por todos os profissionais da escola, docentes e não docentes. No final de cada aula foi possível colocar questões aos colegas franceses para complementar os registos da observação das aulas e melhor compreender as metodologias aplicadas e os processos de ensino aprendizagem em curso. Houve troca de informações, compararam-se sistemas de ensino; toda a informação considerada relevante foi registada enquanto legado para futura disseminação junto dos colegas da escola BS de Canelas.

O universo etário da escola situa-se entre os 11 e os 14 anos de idade, correspondendo, em termos de níveis de escolaridade, aos nossos 6º, 7º, 8º e 9º ano, ciclo de ensino designado por “Collège”. Nas artes plásticas, foram observadas aulas de dois docentes, Num deles, durante duas aulas consecutivas, decorreu a avaliação dos trabalhos de grupo realizados em diferentes materiais e técnicas, antes das férias de 15 dias das quais os alunos acabavam de regressar. O professor encetou diálogo individualmente com cada elemento de cada grupo de trabalho, de forma a perceber qual o contributo de cada um, a técnica aplicada, o processo de execução e a justificação para o elemento gráfico realizado. Teve uma postura de demanda, mas ao mesmo tempo de escuta atenta dos seus alunos. Com a outra docente foram observadas duas aulas distintas, abordando temáticas, técnicas e metodologias diferentes, porque se tratava de dois níveis de escolaridade distintos. Em cada turma/ano percebeu-se um plano de trabalho bem estruturado com recursos quer digitais (de motivação no arranque das atividades), quer em papel (na finalização dos trabalhos). A disponibilidade da docente em relação às visitantes foi total, tendo-lhes mesmo facultado, posteriormente, os recursos utilizados nas aulas em suporte digital.

As aulas de educação musical são complementadas por dois clubes, o coro e a banda, de frequência facultativa. Em todas as atividades musicais se pode observar uma preocupação menor com as questões técnicas da prática vocal e instrumental e com os registos escritos, de forma a libertar inteiramente o tempo das aulas para experiências de performance musical diversificadas, ainda que sem grande rigor técnico, o que permite de alguma forma colmatar a parca carga horária da disciplina. É assinalável a escolha criteriosa dos temas musicais trabalhados, que aliam conteúdos significativos e atenção às preferências musicais dos alunos, sem descurar a qualidade musical do que é mostrado. Em todas as aulas se faz uso de amplificação sonora e microfone. Os alunos convivem de forma genericamente pacífica com a situação de “performance”, não se coibindo de assumir o papel de solistas. Observa-se respeito e apreço pelas “performances” individuais, não se criando situações de risos ou chacota.

Na banda, são os próprios alunos que se instalam e organizam a sala e os instrumentos. Não se utilizam flautas de bisel, e o instrumental é eclético, incluindo “Orff” a par de bateria, teclados, guitarra elétrica, e instrumentos africanos (balafons), sendo possível aos alunos trazerem os próprios instrumentos. O docente convida antigos alunos a colaborar com a banda. Tecnicamente, observa-se a solidez rítmica como principal qualidade deste grupo.

As docentes envolvidas nesta mobilidade fazem um balanço muito positivo da atividade e da interação com a escola Toulouse-Lautrec. Foi uma excelente oportunidade de conhecer a dinâmica e orgânica duma instituição de ensino noutro contexto cultural e social, que, embora apresentando pontos de contacto com a nossa realidade, coloca outros desafios, sobretudo pela sua marcada multiculturalidade, pelo meio socioeconómico desfavorecido e pelos incontornáveis pressupostos estruturais e curriculares que observa o sistema de ensino francês.

Boas práticas pedagógicas, colaboração e disponibilidade são as palavras-chave desta enriquecedora experiência.

As docentes,

Rosário Sá e Paula Campos