O impacto das redes sociais nas novas gerações
As gerações atuais, nomeadamente a Geração Z, dependem completamente das redes sociais.
Essa perceção torna-se mais evidente em momentos como aquele que ocorreu há umas semanas em que, durante 6 horas, as aplicações do grupo Facebook foram abaixo, o que levou ao caos entre os adolescentes.
Apesar de eu mesmo ser um grande consumidor das redes sociais, penso que esta dependência é prejudicial aos jovens. Por estarem constantemente agarrados ao telemóvel e às redes sociais, não fazem exercício físico nem convivem tanto como deveriam.
Esta dependência também pode fechar as portas da felicidade e abrir as da tristeza. Ao verem fotos, normalmente manipuladas, que transmitem modelos de beleza, começam a olhar-se mais ao espelho e a não se sentirem bem nos seus corpos.
Concluindo, para o bem do futuro da humanidade, esta dependência das redes sociais tem de parar.
Dinis Ribeiro Sousa, 9.º E
Palavras do avesso
As palavras têm diversas funções e significados. “Palavra” em si é tão complexa que até a infopédia tem dificuldade em lhe atribuir uma definição.
As palavras têm a capacidade de exprimir o quanto gostamos de alguém, bem como defender-nos das ações amargas dos que são incapazes de sentir empatia. Conseguem espalhar paz e solidariedade pelo mundo e, com elas, podemos pedir ajuda quando nos sentimos sós. As palavras dispõem da habilidade de fazer alguém sorrir, sonhar. As palavras têm o milagroso poder de mudar o mundo e de salvar vidas.
Muitos consideram as palavras conjuntos maçadores de letras, mas eu não partilho da mesma opinião. Existem palavras para descrever quase tudo aquilo que vemos, sentimos, pensamos e ouvimos, por exemplo, a palavra “petricor”, que descreve o cheiro resultante das primeiras chuvas a cair no solo após um período longo de tempo quente e seco. Há palavras com um significado tão profundo que nem podem ser traduzidas, tal e qual “saudade”. As palavras podem ter um efeito altamente positivo, como também podem arruinar vidas.
Há poucos dias, estava eu a deambular na internet desmedidamente entediada. Paro num vídeo. Curiosa, abro nos comentários: pessoas compreensivas tentam apaziguar a situação, no entanto, o mal já está feito. Isto acontece todos os dias. Ou os dentes são tortos ou os olhos são castanhos ou canta mal ou fala demasiado. Já lá vão catorze anos e eu ainda não consigo entender o interesse de “meter o nariz” em vidas alheias. Bisbilhotar nem causa grandes danos, o problema é depreciar, sabendo que isso causará dor. As palavras podem espalhar bondade e igualdade. Mesmo assim, são constantemente utilizadas para fazer propaganda ao ódio.
As palavras são utilizadas incorretamente. Primeiro, usam-nas para derramar hostilidade. Depois, são mal definidas. Passo a explicar: a palavra “amor” carrega grande importância, mas é vulgarizada. Não me interpretem mal, eu sou estritamente a favor da divulgação do amor, mas leiam o que tenho a dizer. Agora, os jovens aplicam “amar” para qualquer situação: “Eu amo aquela camisola”, “Eu amo este estranho que acabo de conhecer”. Não é que esteja errado, mas soa-me desafinado. Talvez, porque eu ainda não me atreva a pronunciá-la. Isto porque, tal como todos aqueles que a usam abundantemente, eu ainda não tenho a certeza do que é amar.
Penso que, algum dia, hão de aprender a aplicar bem as palavras. Até lá, continuarão a usá-las do avesso.
Sofia Oliveira Barbosa – 9.º A
Livros para quê?
Tudo num livro me encanta. Desde as suas belas capas, que me fazem apaixonar à primeira vista, ao cheiro a novo ou, ainda, ao assombrosamente colossal talento dos autores.
Quando abro uma porta, deixo de estar sentada no sofá, na cama ou na desconcertantemente desconfortável cadeira da minha sala de aula. Teletransporto-me para um universo pormenorizadamente detalhado onde tudo é possível: os porcos têm asas e as galinhas dentes, a água ganha vida e as nuvens sabem falar, o vento baila e os navios piratas cortam o azul do céu. Daquele instante em diante, deixo de ser eu. Sou semideusa, sou feiticeira, sou exploradora, sou detetive, sou um fantástico ser marinho.
Quando eu abro um livro, descubro uma nova realidade de expressões. As mesmas 26 letras formam tantas palavras! Tantas palavras originam tantas frases! Frases estas que criam os mais belos parágrafos. Parágrafos belos que criam as mais fascinantes histórias. Histórias estas que me fazem desejar ser Peter Pan ou deusa ou titã ou outro ser imortal qualquer. Só assim, teria uma eternidade para ler todos os livros do mundo! Tudo isto, porque, mal abro um livro, nada mais importa. Deambulo entre realidades e todos os medos se tornam num facto de tal maneira distante que são apenas mais uma fraca estrela no céu.
Porém, às vezes, os meus olhos imploram por descanso e desvio-os das páginas. Aí, fico apavorada. Estou rodeada de gente com rostos retangulares, reluzentes, tecnológicos; quer estejam a atravessar a rua quer sentados na companhia (se me é permitido denominá-la assim) uns dos outros. Alguns encaram-me perturbados. Será que também eu tenho cara de folha amarela e repleta de letras? Sinto-me ímpar entre tais seres. No entanto, sinto-me identicamente certa.
Estar rodeada de livros trouxe-me inúmeras vantagens. Graças a eles nasce em mim um olhar criativo. Uma caneta deixa de ser uma simples caneta. É, agora, o início e o fim de conflitos. Torna-se na origem do próximo êxito literário. Foi, durante séculos, uma importante via de comunicação entre famílias. Cresce em mim, da mesma forma, um olhar crítico que me permite estar aqui a escrever hoje.
O livro físico entrou em desuso, já que o leitor começa a preferir carregar consigo um e-book. No entanto, independentemente disso, os livros permitiram, até hoje, que a sociedade se desenvolvesse, proporcionando ao ser humano a capacidade de interpretar o mundo e os seus problemas.
Então, o que seríamos nós sem eles? “Igualmente desenvolvidos” respondem-me as pessoas. À rapidez de um clique, os telemóveis (mesmo gerando vício e ansiedade) conseguem responder às nossas perguntas e entreter-nos. Já não necessitamos dos livros para tal. Também não necessitamos de um rápido raciocínio, a internet faz tudo por nós. Tal como não precisamos de saber falar e escrever bem, o computador corrige o texto automaticamente. Para quê perder tempo a formular a minha própria opinião sobre tal assunto, se posso roubar a que alguém partilhou online?
Os livros carregam consigo pensamentos, criatividade, opiniões, sentimentos e, de certa forma, a história do mundo. Carregam, inclusive, um grande fardo: o de nos fazerem sonhar. Se os livros desaparecerem, levarão as pessoas criativas consigo. O mundo tornar-se-á num lugar confuso e cinzento. A gente levará um vida sem sentido, mais pobre e com os pés tão bem assentes no chão que receio comecem a ser engolidas pela terra.
Sofia Oliveira Barbosa – 9.º A
O que visto amanhã?
Entro no edifício cheio de luzes, cores, painéis com anúncios de grandes marcas…
Observo as várias lojas – de telemóveis e outras tecnologias, roupa, maquilhagem, perfumes, malas, bijuteria, livros (ou, como eu gosto de lhes chamar, pequenas viagens para outros mundos) –, os cartazes de cinema e os vários restaurantes.
Vejo muitas pessoas, todas diferentes: um grupo de amigos convive; uma mulher, com os seus trinta e poucos anos, empurra um carrinho de bebé; uma mãe, um pai e uma menina de três anos almoçam… Aparentemente, são todos muito diferenciados, mas, na verdade, têm algumas coisas em comum: o telemóvel, as redes sociais e as coisas de marca.
Hoje em dia, a marca das nossas sapatilhas é mais importante que o nosso nome. A roupa que vestimos diz mais sobre nós do que a nossa própria personalidade. Isto deve-se às redes sociais e à influência que elas têm sobre nós e os nossos comportamentos. Acabamos todos sempre por aderir às tendências, quer sejam apps, sapatilhas, peças de roupa (que até há pouco tempo, por não estarem na moda, nós achávamos extramente berrantes, esquisitas, desengraçadas, hediondas).
Aplicações como o Instagram, o Pinterest, o Tiktok e até o Snapchat e o Youtube influenciam-nos todos os dias, até nas roupas que vestimos… O que não é mau, até se tornar um processo repetitivo e tóxico, cortando as asas da nossa criatividade.
Para além de nos afetarem desta forma, as redes sociais também nos afastam. Vou a caminhar na rua ou na escola ou até no shopping e vejo quase toda a gente no telemóvel: a responder a mensagens ou apenas a ver as suas redes sociais, quando podiam, nesse exato momento, estar a conviver ou a socializar.
A internet também nos influencia de outras formas. Por exemplo, quando estamos simplesmente a vaguear nesta rede e começamos a seguir pessoas, podemos ficar obcecados, pelo estilo de vida, pelas roupas e oportunidades que elas têm e nós não temos e (por alguma razão) achamos que também temos de ser assim: ter tudo o que os outros têm, ou aparentam ter. Ou, ainda, quando deixamos que imensas pessoas que não conhecemos nos sigam num aplicativo, apenas para podermos dizer que temos mais seguidores do que o nosso amigo. Como se isso nos fizesse melhores no nosso trabalho (a não ser que sejamos “influencers”), ou até mesmo melhores pessoas.
E quando chego a casa e paro para refletir, percebo que a nossa geração anda vestida praticamente toda da mesma forma e está viciada nas tecnologias e redes sociais, tornando-se muito egoísta, angustiada com a opinião dos outros, pouco social, tendenciosa e materialista.
Francisca Fidalgo de Jesus – 9.º A
O crescimento
Lembro-me como se fosse hoje do meu primeiro dia de aulas. Incrível como o tempo passa!…
Queremos tanto crescer rapidamente, livrando-nos da escola, que, quando damos conta, já passou. No meu caso, frequento o 9.º ano e ainda tenho mais três anos pela frente, mas já sinto saudades do tempo em que era apenas criança!
Tenho saudades daqueles momentos tão simples, quando cantávamos a tabuada do 2 e resolvíamos com os dedos as contas de somar. Era um tempo maravilhoso, um tempo único! (Um tempo em que ainda percebia de matemática!)
Pensando bem, sinto saudades de tudo! Saudades de quando era tudo mais fácil, saudades de quando era apenas uma criança. É incrível como existem momentos e pessoas que marcam a nossa vida, como aquela paixãozita que todos nós tivemos na primária, entre muitas coisas magníficas e outras que o não foram tanto.
Hoje é tudo tão estranho!… Sempre me imaginei como aquelas raparigas mais velhas, aquelas que tinham um corpo mais desenvolvido do que o meu, aquelas que tinham namorados, aquelas mais crescidas. Hoje, com quase 15 anos, vejo que as coisas não são tão incríveis como eu imaginava!
Ainda não consegui perceber quando se deixa de ser criança para se passar a ser crescido, adolescente… Provavelmente, quando percebemos que a aparência importa, provavelmente, quando percebemos que os problemas já não se resolvem só com um rebuçado, provavelmente quando começamos a perder o nosso brilho.
Sinto-me assim, não sei se gosto!…
Clara Martins 9.º E