Arquivo mensal: Janeiro 2021

Saber viver, saber morrer.

Durante a minha vida:

  Todos nascemos com um plano de construção diferente, somos todos diferentes, costumes diferentes, maneiras diferentes, mas no fim somos todos iguais, temos direitos iguais, somos todos humanos e temos um coração sendo bom ou mau, temos um.

  Nascemos bebés e morremos, não todos da mesma maneira nem da mesma idade, mas no fim morremos, passamos por uma grande experiência chamada vida. Nascemos da nossa mãe depois de nove meses de gravidez. Nascemos numa determinada data, uma data especial, vamos para o nosso novo lar conhecer o resto da nossa família. Aprendemos a beber e comer, mais tarde a gatinhar, subimos o 1º degrau da escada da nossa vida, onde fazemos o nosso 1º aniversário e apagamos a 1ª vela.

  Continuamos a subir e damos o 1º passo, sem ajuda de pessoa alguma, falamos a primeira palavra, mais tarde começamos a ver crescer os primeiros dentes de leite e a comer pela nossa pequena mão. Apagamos a 2ª vela e subimos mais um degrau na vida.

  Vão acontecer muitas coisas nesta etapa da vida, onde ficamos mais inquietos por saber como as coisas funcionam e acontecem, mexemos nisto e naquilo, sem nunca parar. Entramos para a creche, onde aprendemos a fazer muitas atividades, a interagir com outras crianças da nossa idade e fazemos os primeiros amigos que depois irão passar a melhores amigos. Fazemos 3, 4 e 5 anos e já subimos 5 degraus na vida. Entramos para o 1º ano, temos muito para aprender e aplicar no dia a dia. Passam-se uns anos e entramos para o 4º ano, que é muito especial porque é a passagem do 1º ciclo para o 2º.

  Deixamos saudades no coração dos colegas, dos amigos e da professora que nos viu crescer toda esta etapa da vida.

  Fazemos 10 anos, o aniversário mais importante, porque é a passagem de um algarismo para dois. Aí já subimos 10 degraus na escada da vida e vamos ficando mais velhos. 

  Passamos para o 5º, 6º e 7º anos, quando já temos 12 anos, significa que a nossa infância está a acabar e que já subimos 12 degraus. 

  Continuamos para o 8º,9ºe 10ºanos, onde nesta etapa da vida fazemos 15 anos e isso significa que a infância acabou e a adolescência começa. 

  11º e 12º ficam para trás, saímos da escola e vamos para a universidade. Agora nesta etapa da vida, cada um escolhe o que quer ser e estudar. 

  Aí faço 18 anos e tiro, durante alguns anos, um curso para poder ser astronauta. Acabou a faculdade e candidato-me, a ser astronauta, na NASA, e eles aceitam-me vendo o meu curriculum. Testam a minha experiência no campo. Preparam-me para ir para o espaço, durante mais ou menos 3 anos, numa ida a Marte.

  Chega o grande dia, em que vou num grande foguetão a esse planeta. 3 anos passaram e regressei, vi a minha família, amigos e colegas de trabalho. 

  Que grande felicidade, mais uns anos passaram e fui ao espaço muitas mais vezes.

  Reformei-me aos 65 anos. Nessa grande altura já tinha subido 65 degraus. Vou viver para a antiga casa de campo dos meus falecidos avós, com o meu marido e os meus filhos. Fui envelhecendo durante uns longos anos. Fiz 90 anos de vida, subi 90 degraus. 

  Acabei por falecer aos 95 anos, numa altura muito feliz, no dia anterior tinha visto os meus netinhos. 

 

Durante a minha morte:

  Ao morrer, fechei os olhos para todo o sempre e não os podia abrir mais, mesmo que quisesse. Morri, estou morta, não posso voltar a interagir com outro ser humano. Aceito o verdadeiro facto de estar morta, aceito sem problemas, afinal todos morremos. Acordei numa espécie de sonho, um sonho muito delicado e bonito. À minha frente tinha 10 anjos, com velas na mão, 5 de cada lado de dois grandes homens. Deram-me as boas vindas, disseram-me que estava no céu, no sítio, onde todos os meus antepassados tinham ido parar. 

  Agradeci por me terem recebido e aberto as portas. Agora estava instalada na casa do Céu, dos meus antepassados, a casa a que um anjo me tinha levado, uma casa de campo muito simples, pequena e bonita. Havia em redor, além do campo, uma aldeia com muitas casinhas simples, como a que eu tinha. 

  Comecei com a minha vida habitual, como tinha, antes de morrer, só que comecei do 0. Senti uma grande diferença, uma diferença muito incomum, era uma vida, muito mais calma e pacífica, onde não havia guerras, lutas, violência, roubo, dor, tristeza e sofrimento. 

  Era o paraíso, paisagens bonitas e relaxantes, pessoas felizes e compreensivas. Era tudo uma maravilha, pairava a alegria e a santidade governava, em tudo o que era lugar. Uns anos se passaram e eu já tinha 122 anos de vida, tinha feito muitos amigos, e tinha-me tornado uma professora de ensino especial, que ajudava no céu, crianças com deficiências. Gostava muito da minha vida quando era viva, mas se a quero comparar agora, com a nova vida, a vida do céu é muito melhor. 

  Passaram-se mais anos, e recebo a feliz e triste notícia que os meus filhos morreram e vieram para o céu, para junto de nós!

  Gostei dessa notícia e eles ficaram felizes por me verem a mim e ao meu marido. Também começaram a viver a sua habitual vida. 

  No tempo que eu tinha livre, ia tomar um café e comer uma nata, ao café que ficava no centro da aldeia, mas outras vezes, via os meus netos crescer e serem bons homens com um belo trabalho. 

  Os anos foram passando, deixei de trabalhar estava a ficar muito, muito, velha e fraca, mas não estava a sofrer. 

  Passava o dia a dormir numa cama, acordava só para comer, depois voltava a deitar-me e a dormir. Morri a segunda vez, mas desta vez não fui para uma dimensão nova. Colocaram-me novamente, num caixão de mármore, e colocaram-me numa prateleira, que ficava num templo, entre um vale, chamado Pai e Filho. Eu, dentro do caixão fui para lá, mas a minha família continuava a viver a sua nova vida no céu, enquanto a outra parte da família continuava a viver e a morrer. 

Daniela, 6ºB

Viagem marcante

    Até à data de hoje nunca fiz uma viagem que me tivesse marcado. Se me perguntassem qual era o meu destino de sonho, eu não conseguiria dizer, porque existem inúmeros países que eu gostava de visitar.

   Entre eles está a Índia: um país asiático, cuja capital é Nova Deli e fica numa região chamada subcontinente indiano. O território indiano delimita-se com o Paquistão, a noroeste; com a China, o Nepal e o Butão, a norte, e com o Bangladesh e Myanmar, a nordeste. Possui um território que abrange uma área de 3,3 milhões de km2, onde vivem cerca de 1,2 bilhões de pessoas (o que coloca o país em segundo lugar entre os países mais populosos do mundo).

    Se fosse para a Índia, tinha vários locais que adorava conhecer e tinha uma experiência para realizar. Para mim, este é um país com uma cultura fascinante, decorrente do facto de a principal religião ser o Hinduísmo. As casas indianas costumam ter um santuário, um dos atos de adoração envolve a oferenda de incenso e flores aos deuses. Além de orações, os mantras (sons divinos) são praticados pelo povo indiano. A gastronomia indiana caracteriza-se por ser bem condimentada com diversas especiarias. Outra particularidade deste país é os seus habitantes não comerem carne de vaca, pois é considerado um animal sagrado. Em relação à música, os indianos têm um estilo musical bastante alegre. As danças são também bastante conhecidas tal como o vestuário típico de lá. Em termos de locais turísticos, a parte que mais adorava visitar é o Taj Mahal, pela sua história e arquitetura, o Lago Pichola, o Templo de Akshardhm, as Grutas de Ajanta, entre outros. A experiência que eu adorava realizar lá era fazer voluntariado com crianças de rua e ajudá-las, isto é, ensiná-las e envolvê-las em diferentes atividades, auxiliar a equipa local nas atividades do dia a dia (como preparar refeições).

     A viagem à Índia ia ter um grande impacto na minha vida porque, ajudar outras pessoas, ia fazer-me muito feliz e este país é rico em cultura e monumentos.

 

Lara Portilha,nº9,10ºD

 

    Uma viagem que eu gostaria de fazer era à Etiópia.

   Pode pensar-se que é pouco mais que um deserto ou um palco de fome e miséria e até de guerra. De facto, a Etiópia não é destino para quem quer viagens fáceis e pouco desafiantes. Contudo, na verdade, a Etiópia é um país comovente. É um destino para quem quer ser impactado, tanto física como emocionalmente. A Etiópia é um dos países mais fascinantes de África, tendo um aceitável número de locais classificados como Património Mundial pela UNESCO. O património histórico e cultural da Etiópia tem a sua pérola maior nas inigualáveis igrejas escavadas de Lalibela, mas inclui também locais como as ruínas de Aksum ou a cidade fortificada de Harar Jugol, isto para além do Vale do Omo, onde habitam algumas das tribos mais exuberantes da Etiópia. Quanto ao património natural, destaque para as paisagens do Parque Nacional de Simien, localizado entre Gondar e Axum, no norte do país. Tudo somado não faltam atrações espetaculares na Etiópia.

   Esta seria a minha viagem à Etiópia, uma viagem que seria impactante na minha vida, que concretizaria um dos meus objetivos: poder ajudar as pessoas que estão a viver na miséria.

 

Augusto Maia n.º 3 10.º D

Página de um diário de um marinheiro dos Descobrimentos

Oceano Atlântico, 2 de novembro de 1501

       Querida Amélia,

 

         Está uma noite muito escura e barulhenta. Todos, na nau, estão agitados, incluindo eu.

      Uma grande tempestade encontrou-nos no meio do caminho e estamos a ficar sem soluções. O capitão não sabe o que fazer para nos salvar e os marinheiros continuam a tentar tirar a água da nau, mas é em vão. A tempestade está descontrolada. Trovões não param de cair do céu, o vento vai para todos os lados e a chuva cai com toda a sua força. As nuvens têm num cinzento tão escuro que se confunde com o azul da noite. A probabilidade de sobrevivermos é muito baixa; as velas estão rasgadas, o mastro está prestes a cair e ninguém vai conseguir tirar a água toda do porão. 

       Eu acredito que não conseguiremos sair ilesos desta situação, por isso, escrevo-te esta carta. Eu amo-te muito, a ti e ao nosso filho, Manuel. Vós sois a luz da minha vida e eu não sei o que seria de mim sem vós! Fico agradecido por tudo. Vou rezar a Deus para que tudo vos corra bem e esta carta possa chegar a ti.

      Infelizmente, terei de deixar a carta por aqui. O capitão e alguns dos meus colegas que sobraram precisam da minha ajuda. 

     

                                                                                  Para sempre no teu coração, 

                                                                                                                                        Joaquim

 

Ana Jesus, n.º 2, 10.º D

 

 

 

Oceano Atlântico, 25 de julho de 1529. 

            Querido Diário,  

           Hoje foi o dia mais assustador da minha vida, nunca senti tanto medo e impotência! Só de relembrar aquele momento, sinto calafrios! Tudo aconteceu tão rápido, foi como se o universo estivesse contra nós e tudo o que fazíamos para o navio não afundar era inútil. Por mais que eu sinta um desespero só ao recordar, vou contar com detalhes o que ocorreu naquele trágico dia. 

       Lembro-me de acordar cedo; o dia estava gracioso, o oceano estava tão calmo e belo que transmitia uma sensação de paz ao meu coração; sempre admirei o mar, pensava que tínhamos uma conexão, e não o culpo pelo que aconteceu. No final da tarde, o dia estava escuro e sombrio, a paz que eu sentia, desapareceu. Chovia e o vento estava muito forte, não éramos nós que controlávamos o navio e sim o vento. Sentia-me como uma marionete: a tempestade tinha ganho uma força inexplicável, o navio balançava de um lado para o outro sem piedade. A água do mar entrava por todos os lugares do navio, como se o quisesse o possuir completamente, e, com tudo isso a acontecer, o pior realizou-se: o navio afundou e, junto com ele, todas as minhas emoções boas. Eu e alguns marinheiros conseguimos segurar-nos em pedaços de madeiras que não foram completamente destruídos pela tempestade. Queria que o capitão tivesse tido a mesma sorte; porém, ele morreu com honra e dignidade. O navio tinha um valor significativo para todos, lembro-me dele dizer: “ Em grande parte, tu és o capitão do navio e o mestre da sua própria alma”, tal como dizia Robert Koppel. Não sei se foi sorte, mas a água trouxe-nos até uma ilha. 

    Estamos nessa ilha há algumas horas e eu já sinto que é uma eternidade. Eu e os marinheiros fomos explorar a ilha e encontramos uma árvore muito bonita, com frutos vermelhos. Todos estavam com tanta fome que comeram a casca, as sementes e as folhas dessa fruta misteriosa, essa fruta tinha um sabor único. Depois descobrimos que eram  frutas vermelhas da árvore de Teixo encontradas em toda a América do Norte, Europa e partes do Oriente Médio.  

 

 

 

                                   Em parte incerta do Oceano Atlântico, 26 de julho de 1529 

            Querido Diário, 

            Eu não sei o que está a acontecer! Após tantas coisas, eu e o resto dos marinheiros resolvemos descansar um pouco e esperar por ajuda. Porém, hoje, quando acordoei, vi que todos estavam em péssimas condições de saúde: alguns estão com dor de cabeça, tremores, pupilas dilatadas, tonturas, fraqueza e outros morreram. Alguns morreram enquanto eu dormia, sinto-me perdido, não sabemos o que nos fez tão mal, mas eu desconfio que foi aquela fruta misteriosa, eu devia ter pensado que essa fruta podia ser venenosa. Sinto que foi culpa minha, como posso ter sido tão inocente? O que me garante que eu não sou o próximo? O que devo fazer? Onde estou? 

Sinto dificuldades em respirar e o meu coração está muito acelerado; se eu morrer, pelo menos, devo despedir-me corretamente. 

Mãe, se estiveres a ler isto, nunca esqueças que eu te amo muito e que sinto a tua falta. Creio que a senhora estava certa, eu não devia ter tomado a decisão de me tornar marinheiro, pelo menos não agora. 

Pai, sei que tudo o que mais querias para a tua vida e para a minha era eu ser marinheiro. Realizei o sonho, é pena que isso tenha custado a minha vida; tudo o que eu mais queria era o teu amor e respeito, nunca esqueças que, acima de tudo, eu continuo a amar-te. 

Irmã, sei que a nossa família pode ser complicada, mas acima de tudo precisamos de nos manter unidos, não deixes que eles decidam o que deves fazer no futuro, sei que estás destinada a grandes conquistas, sempre estarás no meu coração. 

Agora que contei a minha história, posso morrer em paz… 

 

Um simples marinheiro

Martim Domingues.

 

Isabelle Silva, n.º 7, 10.º D

 

Garrett por um dia

 

    Desde o primeiro dia em que o sol bateu nessa cara reluzente, que não pensei noutra coisa.

    Esses teus olhos castanhos, que refletem o brilho que irradias, cegam-me e fazem-me refém; o teu sorriso perfeito, a tua voz,…  Ai, que desfaleço! Essa melodia com que falas, parece umo canto de um rouxinol.

   Não sabes quem sou; porém, sei quem és perfeitamente. O teu rosto comparo-o com o de um anjo que veio para traçar o meu destino. Amo-te, mas, ai, não posso! Este amor consome-me e esgota-me emocionalmente, mas, mesmo assim, não deixarei de te amar. Não consigo. Deverei sentir-me culpada por pensar em ti sempre e para sempre? Não. Serei sempre tua, mesmo que não saibas e terei sempre um carinho especial que nem hoje, nem nunca, desaparecerá.

   Mesmo que eu encontre um outro amor, não serás esquecido e estarás sempre na minha vida. Ai, nunca te esquecerei, não conseguirei fazê-lo. Serás sempre a luz dos meus negros olhos e serás eternamente o motivo do meu alegre sorriso.

 

Lara Pereira n.º 13 11.º D

 

   Nos teus olhos vive a tranquilidade de um mundo inacabado, um contraste, um antónimo que se assemelha à veracidade, à ambição da incerteza de poder  viver contigo.

   C., meu amor, que, por medo, não persistes no caminho do nosso sonho. No tom carregado, seleto do teu cabelo, o negro da incerteza de um futuro. A tua pele delicada delimita um horizonte onde me esqueço das falésias exacerbadas que permanecem no caminho desta vida. Um sorriso, uma força, uma voz que delimita o mais além. Por ti. Por mim. Por nós.

    Percebo, mas não aceito, esta falta de vontade de querer ser e lutar pelo amor que tudo vale. Afasto-me sozinha, nesta imensidão de certezas atribuladas, perante uma resposta que me quebra, que me mata, mas que mantém viva esta chama intermitente da minha paixão. Para sempre!

 

Inês Rodrigues n.º 9 11.º D

 

     És tu

 

És o sal da minha sopa, 

A farinha do meu pão;

És fermento do meu bolo, 

A mulher do meu coração.

 

És a luz da minha noite, 

A minha fanta no deserto,

O meu aquecedor no polo norte; 

És tudo aquilo que está certo.

 

És a alma de Canelas, 

A razão de uma declaração.

És chama que alimenta velas, 

Em Canelas iluminas a escuridão.

 

És tu e sempre serás tu.

Porque, sem ti, eu nunca seria ninguém.

Tiago Pinto Nº17 11ºD

 

 

Lisboa, 6 de junho de 1847

Querido diário,

            Hoje, busco inspiração no meu interior para relatar que vi o meu anjo mais suave e radiante do que a pureza do Céu.

            Aqueles olhos azuis, que não vejo o mar sereno, quando olha para mim! Aquele cabelo loiro, que brilha no Sol, para acentuar mais esta chama viva e bela dentro de mim! Quanto mais olho para ti, mais vejo esse poder que me domina, me deixa louco e sem juízo. Mas que anjo és tu? Guardas a minha alma? Ou deixas que eu me leve por esses rubis e pérolas no doce riso? Estou preso a ti, anjo maldito, que esta chama me devora e já nem sei se do fogo precipito! Mas, afinal, que ser és tu? Que me deixas viver neste sofrimento e não me respondes!

            Contudo, esta chama lenta que me consome, nunca se poderá apagar, porque, este anjo é que dá significado à minha vida.

Com muito sofrimento,

Almeida Garrett

Inês Mota n.º 11 11.º D

 

Estou perdido.

Perdido nos teus lábios suaves,

No teu coração ardente.

Longe de ti, só penso o que poderíamos ter sido!

Sem ti, sinto-me como se estivesse atrás das grades

Ao pensar no teu cabelo reluzente.

 

Estou perdido no castanho dos teus olhos,

Que encantam os meus sonhos,

E que congelam os meus pensamentos.

Despeço-me, na esperança de um dia te reencontrar

E que, nesse dia, me possas voltar a amar

Para que, com isso, os meus sonhos possas realizar.

 

Jorge Ferreira Nº12 11ºD

 

    Como te hei de chamar? Eu não sei, porque a alma não tem calma. Há momentos em que quero gritar que te amo e o quanto te quero; noutros tenho medo. A euforia que me trazes, faz o meu coração arder por dentro. 

    Oh Jacob, se sou feliz? Anda e verás o sentimento que me preenche, desespero pelo teu toque que me enlouquece.

    É o teu nome que derrete nos meus lábios, é a tua face que vejo no escuro da noite. É o teu perfume que preenche as minhas narinas e é a tua personalidade que me faz viver todos os dias.

   Teus olhos negros parecem clamar por mim cada minuto em que estou contigo. Esse corpo nu, ardente, os sentimentos incendeia. Que homem és tu? Tão perfeito, serás realmente real? Apesar de querer ter-te, eu não posso.

   

                                       Beatriz Sofia Brás Santos  Nª2 11ºD

 

 

 

Carta do futuro

 

                 Portugal, 21 de abril de 2150

      Querida humanidade,

    Quando pensaram que o futuro ia ser melhor, sem fazerem nada por isso, aconteceu o que vos vou divulgar. Antes disso, é necessário agradecer-vos pelo vosso cuidado em preservar o mundo e fazê-lo um lugar melhor! Provavelmente, para a próxima, deviam importar-se mais com a sociedade e não tanto com o vosso próprio umbigo.

   A vossa insensibilidade é uma das razões por considerarmos, a cada dia, que já é um milagre acordarmos. Se me contassem que era uma tarefa difícil evitar este futuro, neste momento não estava a escrever-vos uma carta a criticar-vos, mas sim a agradecer por terem criado um determinado tipo de mundo. O pior é que ocorreu o oposto, vós nem uma palha mexestes para mudar o amanhã, nem conseguistes pensar que iam ser os vossos netos quem iria passar por tudo isto. 

   Problemas sociais, ainda temos, mas creio que estamos a conseguir melhorar pouco a pouco; mesmo que não concordemos com todos os pontos de vista, já conseguimos entender que cada um tem a sua opinião. Aceitamos, finalmente, que somos todos iguais na nossa diferença, aprendemos a viver uns com os outros e a respeitarmo-nos. Tal não sucedia antes, a fazer fé no que o meu pai me contou sobre o século passado.

   Para concluir, acredito que vamos conseguir fazer bem melhor do que vós fizestes até agora e espero que, quando os meus netos escreverem uma carta do futuro, digam que o conseguimos melhorar e que foi uma missão cumprida.

                      Um abraço,

                      Inês Bastos

 

Inês Bastos n.º 5 10.º D

 

 

Vila Nova de Gaia, 11 de janeiro de 2021

  

     Querida humanidade, 

     Muita coisa tem acontecido neste ano, que nos tem mostrado o facto de não estarmos a contribuir para a evolução do planeta. Acredito que muita gente esteja bastante otimista com O futuro, mas, lamento informar que, se não abrirmos os olhos para ver ao nosso redor, o planeta terra não irá durar muitos mais anos. 

     A maior parte das pessoas que se apercebe do que está a acontecer não pertence às classes privilegiadas. Conseguimos perceber como os ricos e os políticos só querem mais dinheiro do que já têm e não estão muitos preocupados com os outros (são egoístas e egocêntricos). Mesmo assim, nem toda a civilização acredita que, por exemplo, o aquecimento global ou até o covid-19 sejam reais. Estão mais preocupados em pensar no presente e esquecem-se que as crianças e adolescentes de hoje em dia vão ter de viver no futuro e suportar com as consequências da ignorância de quem não se importa agora. 

       São as pequenas coisas como não respeitar os outros, preocupar-se com a vida alheia ou não manter uma opinião para si mesmo que geram os desentendimentos. Por mais que já tenhamos melhorado em relação a muita coisa, tem outros assuntos que continuam igual ao até pioraram. Por isso, as pessoas que estão a par da situação atual têm de tentar alertar os que não conseguem compreender. 

        Por favor, pensem um pouco sobre isto; porque não é só a Terra que está a acabar aos bocados, mas nós também.

 

                                                                                        Obrigada pela compreensão

                                                                                                     Ana Catarina.

Ana Jesus n.º 2 10.º D

 

     Porto, 11 de janeiro de 2021

         Carta para os meus descendentes:

     Esta é uma carta para o futuro. Espero que, no futuro, a humanidade tenha mais empatia pelos outros, que haja mais respeito, independentemente da cor ou origem, que o amor prevaleça e que o medo seja esquecido. Venho, através desta carta, dizer como correu 2020 para que, no futuro, os erros não se repitam.

     Logo no início de 2020, uma doença começou a alastrar pela China; posteriormente, espalhou-se por todo o mundo. Essa doença apanhou todos desprevenidos; quatro meses foi o tempo necessário para que a doença fizesse 250 mil vítimas em todo o mundo. A covid-19 levou muitas vidas inocentes e deixou muitos corações vazios e desamparados, mas não foi só esta doença que nos fez ter esse sentimento.

    Em maio de 2020, um polícia branco provocou a morte por asfixia a George Floyd, um homem negro que não tinha consigo nenhuma arma. Estava algemado e com o rosto no chão, quando morreu. A revolta com o caso levou milhares de pessoas às ruas, num protesto antirracista praticamente em todos os estados americanos. Até quando a cor determinará quem somos? Infelizmente, esse não foi o único caso de racismo e nem será o último. Após o ocorrido, houve muitas manifestações por todo o mundo contra os atos de racismo. De facto, temos que fazer muito barulho para sermos ouvidos, independente da classe social, género ou cor, todos merecemos respeito.

    2020 está a ser um caos: há pessoas inocentes a pagar o preço pelo descuido de outros e também pela opinião alheia, a liberdade de expressão está a ser utilizada de uma maneira tão supérflua. O mundo está cada vez mais estranho; ao invés de evoluirmos, estamos a regredir, a história está a repetir-se, os mesmos erros estão a ser cometidos, estamos a ignorar o nosso passado. Se não aprendermos com o passado, como vamos evoluir? O que o futuro nos reservará? 

        Espero que, aí no futuro, a humanidade tenha aprendido a valorizar a vida e o planeta.

                                                                       Da vossa antepassada

                                                                                  Isabelle

Isabelle Silva n.º 7 10.º D

 

                                                                                                                        Canelas, 16 de janeiro de 2021

     Olá Lara! 

    Sou eu, a Lara do passado, uma menina de 15 anos, cheia de sonhos por realizar, de ânsia por vivenciar coisas novas e também com algum receio do futuro. Depois de leres esta carta, faz uma reflexão sobre como vias o mundo e como ele está; é importante que faças uma viagem por dentro de ti.

     Podes pensar que não, mas é bastante complicado passar para papel todas os sentimentos e emoções que estou a sentir neste momento, mas aqui vai. Agora estou sentada na secretária do quarto, em casa dos pais, a pensar no que te quero dizer no futuro. Espero mesmo que, quando estiveres a ler isto, estejas já na tua casa, junto aos testes que vais ter que entregar aos teus alunos ou à beira dos teus meninos e do teu marido. Estou no início do 10º ano, já com os olhos bem atentos ao futuro e com o desejo de querer as médias mais altas possíveis para entrar numa universidade perto de casa, licenciar-me no curso que quero e, quiçá, tirar o mestrado. 

       Espero que, daqui a alguns anos, o mundo tenha evoluído para melhor, o que me custa muito a acreditar porque, a cada ano que passa, parece não haver salvação possível para a humanidade. São tantos os episódios tristes e horríveis que vemos que me fazem acreditar que vai continuar assim. Neste momento, estamos a viver uma grande pandemia e, mesmo assim, a falta de civismo e respeito pelo próximo é pouca. Parece que quase ninguém se importa com o seu bem-estar, o dos amigos e familiares e com o do mundo. Os recursos naturais do próximo ano já estão a ser usados e o planeta está cada vez mais poluído. Em 2020, o racismo continua, bem como a corrupção, a justiça não atua como devia e poderia continuar a enumerar mais acontecimentos que, infelizmente, ainda existem.

         O meu Eu do futuro, quando estiver a ler isto, espero que confirme a realização de todos os meus desejos e que diga que as minhas expectativas, as que tenho hoje em dia – estudar Humanidades se concretizaram.

                                                                       Até sempre

                                                                       Lara

          Lara Portilha,nº9,10ºD