Arquivo mensal: Março 2023

RECITAL DE POESIA “ENTRE NÓS E AS PALAVRAS”

 

       E há poetas que são artistas”, e há também artistas que são poetas, que trabalham os versos dos outros como se, de facto, tivessem brotado das profundezas do seu próprio ser. Só assim podemos compreender o que se passou no dia 14 de março, no recital de poesia “Entre nós e as palavras”  protagonizado pelo ator Pedro Lamares.

     O auditório grande encheu-se de alunos e alunas do ensino secundário (regular e profissional), jovens e pouco crentes neste tipo de atividades cheias de palavreado rimado! Ainda  por cima, não era pro bono (pagar para sofrer ou aborrecer-se não fazia muito sentido, pelo menos para quem ainda não aprendera o verdadeiro sentido dos versos pessoanos “Deus ao mar o perigo e o abismo deu,/ mas  nele é que espelhou o céu” ).

   A sala tinha cadeiras, muitas cadeiras… não daquelas macias, onde os rabos encontram o conforto aveludado dos verdadeiros auditórios. Também não havia os desníveis ligeiros dos anfiteatros que deixam ver um bocadinho mais acima da cabeçorra que parece crescer à nossa frente.

       Sem bastidores nem cortinas, só a nudez imponente do palco se insinuava aos olhos dos que,  às turmas, iam entrando. As fileiras de cadeiras duras foram sendo preenchidas…uns mais à frente, aconchegados ao palco, outros mais diluídos na centralidade do auditório, outros  mais distanciados da boca de cena …enfim, como em todo o lado… (não podiam ficar todos ao colo, embora haja sempre alguns com mais colo do que outros… C’est la vie!).

   Inusitadamente, não havia vestígios de tecnologias, a não ser as que os alunos apertavam sofregamente entre os dedos, sabendo de antemão que as “storas” não tardariam a embirrar com aqueles “gadgets”, janelinhas luminosas que dão para o outro lado da rua da vida e que dão sentido à existência juvenil.

     Súbito, uma voz profunda e limpa insinuou-se entre o ainda ruidoso público…e o manto do sussurro poético foi abafando suavemente o auditório, afagando alguns ouvidos mais atentos e despertando outros, os que, pouco a pouco, se deixaram contagiar pela beleza das palavras, dos versos, dos poemas, das breves histórias. Entre nós e as palavras cresceu um corredor de emoções (até as andorinhas presas nas paredes altas esvoaçaram em liberdade).

      Foi bonita a festa da palavra, o encontro com a arte de dizer os versos dos outros!

   Foi bonito o silêncio de um auditório cheio de gente nova embalada pelo ritmo da poesia…

     Afinal, cada um dos alunos ali presentes é ainda um poema por dizer!

 

                                                                                                                                  Clara Faria

 

 

O TEATRO na ESCOLA Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente

Apreciações críticas da dramatização da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, pelo ator Alexandre Sá, da Associação Teatro Educação – «Teatro da Mala».  

 

Sofia Barbosa |10.ºA

O teatro tem o poder de mudar o modo como vemos o mundo. É das formas de arte mais antigas e respeitadas, mas, mesmo assim, é subvalorizado. Os jovens, na sua maioria, não gostam do teatro. Os jovens de Canelas, na sua maioria, não gostavam de teatro. Não gostavam de teatro, porque, provavelmente, nunca haviam visto uma peça de teatro ou, provavelmente, nunca se tinham visto perante uma boa peça de teatro. De qualquer forma, a sua opinião sofreu uma drástica mudança no dia 15 de fevereiro de 2023. Alexandre Sá mudou, talvez para sempre, a nossa perceção acerca do teatro. Trazido pela Associação Teatro Educação (ATE) – «Teatro de mala» – , o ator revolucionou uma peça que já era revolucionária por si só. Aos olhos dos alunos presentes, a Farsa de Inês Pereira tomou uma perspetiva completamente diferente, fazendo com que os mesmos lhe atribuíssem o devido valor. No auditório da Escola Básica e Secundária de Canelas, os alunos permitiram-se apreciar, quiçá pela primeira vez, a arte que é a literatura portuguesa. 

De um modo brilhante, a peça foi adaptada para ser interpretada por um só talentoso ator. Alexandre Sá saltou de personagem em personagem – desde Inês até aos Judeus casamenteiros – com uma perícia excecional. Encarnou cada uma e tornou-as suas, proporcionando um momento único e cheio de criatividade. Moveu todos os alunos e professores, fazendo-nos rir e chorar (de rir), ouvir e aclamar, cantar e dançar. Trouxe o século XVI até ao ano de 2023, dando, assim, um toque de modernidade a este clássico português. O ator entregou-se ao momento e à obra, dedicando-se a cem por cento ao espetáculo. Prendeu-nos ao palco através de elementos cénicos peculiares, de uma magnífica trilha sonora e interagindo com o público, incluindo-o em vários momentos da apresentação. Ao permitir que os alunos participassem na encenação e subissem ao palco, conseguiu tornar toda a experiência ainda mais mágica.

 Por outro lado, ao contrariar os padrões, esta interpretação da Farsa de Inês Pereira levou a que nós, alunos, acedêssemos à aprendizagem. Através da linguagem informal e das músicas que ouvimos na rádio, dei-nos algo com o qual nos podemos identificar, tornando toda a experiência mais apelativa. Expôs-se o tão característico caráter cómico, desvendou-se o enredo e clarificou-se a dimensão crítica desta tão aclamada sátira vicentina, tudo de forma a que fosse facilmente compreendido por jovens do século XXI.

 Do meu ponto de vista, é através da inovação que se salva a arte e, no dia 15 de fevereiro de 2023, o teatro português ficou mais longe da sua ruína. Os alunos foram presenteados com a oportunidade de presenciar uma estonteante exposição desta bela arte, fazendo com que a sua opinião acerca da mesma mudasse. Deu-se uma segunda chance ao teatro e até mesmo à Farsa de Inês Pereira e muitos foram surpreendidos.

 Depois disto, há até quem diga que o teatro é fixe afinal. Há até quem ouse dizer que aprender assim até vale a pena.

 

Diana Bessa | 10.º A

 No passado dia 15 de fevereiro, tivemos a oportunidade de assistir à dramatização da «Farsa de Inês Pereira», pelo ator Alexandre Sá, da Associação Teatro Educação (ATE).

 Esta peça, escrita por Gil Vicente em 1525, dramatiza a história de vida de Inês, uma jovem sonhadora que procurava um homem de classe social privilegiada com quem pudesse casar, para assim se libertar do domínio exercido por sua mãe.

 Mal entrámos no Grande Auditório da Escola, local onde a peça decorreu, deparámo-nos com o ator a dançar e a cantar excentricamente, à espera que nós, os espectadores, nos sentássemos nos nossos devidos lugares.

Existem inúmeras maneiras de representar esta peça, porém, Alexandre Sá, mesmo que sozinho a atuar (com uma pequena ajuda do nosso colega de turma, André Almeida, a interpretar o papel de Moço), conseguiu captar a nossa atenção e despertar muito riso na plateia. Conseguiu, ainda, educar-nos, de forma moderna e descontraída, sobre a Farsa de Inês Pereira, e combater os estereótipos negativos que os alunos têm relativamente aos textos literários.

O ator também fez paragens, onde nos explicava, de forma simples e clara, a cena que ele tinha representado anteriormente, usando uma varinha infantil, cor-de-rosa, para indicar que estava fora da personagem, e, como é obvio, o público adorou. No final desta excelente representação, Alexandre Sá proporcionou-nos uma sessão de fotos.

Na minha opinião, esta peça foi bastante educativa e cativante. Diverti-me imenso e aprendi bastante.

Íris Ferreira | 10.º A

 O «Teatro da mala» apresenta-nos uma versão moderna e adaptada da obra Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, com a particularidade de ser representada por um ator apenas, Alexandre Sá.

Na minha opinião, a peça foi muito bem conseguida, prendendo a atenção do público do início ao fim. Os apartes do ator para explicar algumas cenas acabam por ser muito úteis para a interpretação da mesma, para além de serem interativos com o público e provocarem o riso.

Por ser uma versão modernizada, Alexandre Sá consegue ainda concretizar os vários processos de cómico pensados por Gil Vicente e adaptá-los de maneira a tornar a peça uma autêntica comédia. O facto de ser representada por uma pessoa apenas poderia ser um ponto negativo, no entanto, a excelente adaptação e o carisma do ator tornam a peça muito dinâmica, não havendo espaço para a monotonia.

Concluindo, este é, sem dúvida, um espetáculo a não perder, que nos prova que o teatro pode ser divertido e educativo ao mesmo tempo. 

Ana Sofia Familiar | 10.ºA

No passado dia 15 de fevereiro, a Associação Teatro Educação trouxe até nós uma representação da «Farsa de Inês Pereira», através do ator Alexandre Sá.  

Durante o espetáculo, o ator interpretou sozinho todas as personagens, mudando várias vezes de acessórios, expressões faciais e voz. No decorrer da peça, Alexandre Sá fez várias pausas, criando oportunidades para explicar, de uma forma bastante esclarecedora, tudo o que tinha acabado de dizer e representar, o que contribuiu para que nós conseguíssemos compreender ainda melhor a ação dramática. A certa altura, foi chamado ao palco um colega nosso, o André, para fazer o papel de “Moço”, acabando por protagonizar alguns momentos engraçados e importantes. Sem dúvida que a sua aparição contribuiu para que a peça se tornasse ainda mais divertida e engraçada.

Por fim, quando terminou, houve um tempo disponível destinado ao esclarecimento de dúvidas. Alguns de nós aproveitaram para tirar uma fotografia com o ator. Foi sem dúvida uma experiência incrível, em que, além de aprendermos, ainda nos conseguimos divertir. Foi, na minha opinião, uma atividade necessária e bastante educativa.

Beatriz Duro |10ºC

 No dia 15 de fevereiro, às 09:15h, as turmas de 10.º ano assistiram a uma representação da Farsa de Inês Pereira. Dramatizada por um único ator, Alexandre Sá, da Associação Teatro Educação (ATE), a atividade teve o intuito didático de ajudar os alunos na compreensão de uma peça tão elaborada como a de Gil Vicente.

O ator utilizou assessórios, fantoches e vestes, e recorreu, diversas vezes, à música para criar os climas pretendidos, assim como para diferenciar as cenas e personagens umas das outras. A interação com o público, com a chamada de um dos seus elementos ao palco, foi também um fator essencial para manter a atenção e interesse dos alunos. Através da declamação da maioria dos versos da peça e dos apartes para esclarecer o desenrolar dos acontecimentos, Alexandre Sá permitiu uma melhor assimilação dos conteúdos estudados em aula. Pessoalmente, uma das partes de que mais usufruí foi a altura em que este apresentou a opinião de Inês relativamente ao pretendente, Pêro Marques, demonstrando que não correspondia de todo às suas expectativas, chegando até a troçar dele.

 Para concluir, considero que foi uma atuação muito bem conseguida, que, apesar de ter um carácter educativo, permitiu-nos também ter um momento lúdico e de descontração. Considero que, associado a este momento, se deve fazer uma adaptação da célebre máxima latina «ridendo castigat mores» (A rir se corrigem os costumes) para, neste caso, «A rir também se aprende».

Soraia Ferreira | 10.ºA

 A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, dramatiza a vida de uma jovem que sonha com um ideal de marido. Quando as suas expectativas são, supostamente, atendidas, esta percebe que “sonhava” com o homem errado.

Encerrando uma crítica a vários tipos sociais, esta peça foi representada pelo ator, Alexandre Sá, no dia 15 de fevereiro, no auditório da nossa escola. De uma maneira descontraída e chamativa, foi permitido aos alunos aprofundarem o conhecimento da obra, que é objeto de estudo no 10.º ano.

O ator, que interpreta sozinho todas as personagens, fez um ótimo trabalho de representação. Foram feitas pequenas interrupções ao longo da peça, de modo a explicar e contextualizar a respetiva situação, tendo facilitado a aprendizagem da farsa.

 Assim, Alexandre Sá deu a conhecer a intemporalidade e moralidade com que Gil Vicente recheou a obra, além de oferecer uma outra forma de estudo aos alunos que mostram resistência à leitura. Tudo com muito humor, já que, afinal, «A rir se castigam os costumes».

Sandra Oliveira |10ºC

 No dia 15 de fevereiro de 2023, assistiu-se, na EBSC, à Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, peça encenada e representada por Alexandre Sá, da Associação Teatro Educação.

Foi abordada toda a ação dramática, destacando-se os aspetos essenciais. A peça inicia com o descontentamento de Inês em relação à sua vida, o seu monólogo e o diálogo com a Mãe. Depois, a chegada de Lianor Vaz, que apresenta a Inês um pretendente para casar, Pêro Marques, por quem ela mostra desagrado. Facilmente se conclui que Inês não queria casar com alguém da vila, simples e ingénuo. Seguidamente entram os Judeus, Latão e Vidal, o Escudeiro e o Moço (que assinala a verdade das mentiras contadas pelo seu amo). Brás da Mata, o Escudeiro, corteja Inês e é bem sucedido. A trama continua, com a vida a dar uma grande lição a Inês.

Todas as personagens da farsa foram representadas pelo ator Alexandre Sá.

Particularmente, considero que foi uma peça de teatro esplêndida e muito bem representada. No final de cada cena, o ator fazia uma breve explicação do que tinha acabado de acontecer, de uma forma percetível e cómica ao mesmo tempo.

Gostei muito desta peça e da maneira como nos foi apresentada. As músicas, os elementos teatrais e a expressividade complementaram toda a farsa, tornando-a agradável de ver. Os cómicos de situação, as personagens-tipo e os restantes aspetos que incorporam a peça já a tornam igualmente cómica, principalmente graças à ironia de algumas personagens.

Por fim, esta obra de Gil Vicente é muito marcante, visto que trata/crítica, através do riso, problemas de uma época, que permanecem nos dias de hoje.

 

Comportamento e poder das multidões no século XXI

Eis algumas reflexões dos nossos alunos sobre um tema muito pertinente e sempre atual:

 

Multidões incontroláveis

Sofia Barbosa |10.º A

      Não é novidade para ninguém – nem para os nossos antepassados – que uma multidão enraivecida, eufórica ou em busca de um propósito comum é terrível, imparável. 

      Voltemos atrás no tempo, até à Idade Média, momento no qual se reconheceu, talvez pela primeira vez, a grandiosidade e terribilidade do povo português. A independência de Portugal estava em risco e a liberdade das gentes estava ameaçada – pendiam ambas por um fio. A sua única esperança de garantir estes dois elementos (Mestre de Avis) estava, pensavam eles, em perigo de vida. Recusando-se a abdicar da sua identidade, a perder contra os castelhanos, o povo de Lisboa uniu-se, manifestou, ameaçou. Para pôr fim à fúria e desordem, ofereceu-se à multidão aquilo pelo qual lutavam: D. João I estava vivo. Isto foi o que nos mostrou Fernão Lopes. Todavia, o poder de um alargado aglomerado de pessoas não se mostrou apenas ali, naquele momento, em Portugal. Tem vindo a revelar-se ao longo dos séculos, das gerações, por todo o mundo. 

        A questão é que este poder é usado tanto para o bem como para o mal. 

        Quando as pessoas decidem mudar o mundo, fazer a diferença, então elas vão fazê-lo!

        Este «monstruoso» poder manifestou-se há relativamente pouco tempo. Foi no ano em que o mundo parou, mas o coração das gentes continuou a rugir em nome da justiça. George Floyd, um homem negro, acabara de ser morto por um polícia branco, após ter roubado um item numa loja. Contudo, o polícia não foi condenado por ter roubado a vida de George. Assim, por todo o mundo, pessoas enraivecidas fizeram-se ouvir, em busca da justiça. A verdade é que, após um mês de lutas constantes e longas manifestações, a rebelião pacificou-se. O agente foi preso e George Floyd foi vingado. 

       No entanto, como já foi mencionado, as multidões podem causar numerosos danos. Era janeiro de 2019, em Paris, e eu e a minha família estávamos a contemplar a célebre capital. As ruas estavam inundadas por polícias que revistaram mochilas, turistas, locais. O motivo de tal inquietação era descortinável. Trabalhadores revoltados haviam saído à rua na noite anterior para manifestarem o seu descontentamento. Podiam observar-se ainda vestígios da sua ira: objetos queimados, lixo, montras partidas, monumentos vandalizados. Pelo que lutavam não me recordo, mas tenho a certeza de que se fizeram ouvir. 

        Conclui-se, assim, que, de facto, multidões motivadas podem voltar o mundo de cabeça para baixo e ninguém fará nada acerca disso, pois pará-las é impossível. O mais surpreendente é que, sem sombra de dúvidas, este poder não lhes é desconhecido. As pessoas sabem que o possuem e não têm medo de o aplicar. O problema é que, tal como os ventos de Éolo, uma vez libertada, essa força é praticamente incontrolável. 

 

O poder das multidões

Íris Ferreira |10.º A

     Tal como se pode ler nas páginas escritas por Fernão Lopes, o povo é ainda o grupo mais poderoso e capaz de fazer mudanças quando se une.

    Do meu ponto de vista, o espírito coletivo pode ser símbolo de grandeza, mas também de terribilidade. Quando agimos em grupo, o nosso comportamento é totalmente diferente daquele que temos quando estamos ou agimos sozinhos. Em grupo, temos tendência para sermos mais corajosos, impulsivos, vingativos e cruéis.

    Quando levada por um bom motivo ou ideal, uma multidão consegue coisas grandiosas, como defender um país ou conquistar e manter a sua independência. Um exemplo é o do povo ucraniano que lutou e contínua a lutar pelo seu país, pela sua independência e pela sua nacionalidade, juntos como um só e com o mesmo objetivo. Infelizmente, nem tudo é bom e grandioso e as pessoas também se unem por más razões, como é o caso dos terroristas, que se juntam para matarem pessoas e espalharem o caos. Estes, infelizmente, são cada vez mais e agem de maneira mais frequente, o que poderá mostrar que a sociedade está a caminhar para algo muito negativo. A violência tornou-se banal e o ódio está presente todos os dias.

    Em suma, o poder da alma coletiva pode ser positivo ou negativo, sem espaço para meios-termos. No que toca à influência das multidões, só existem duas cores: preto ou branco, sem espaço para cinzentos.

 

Multidões: heroínas ou vilãs?

Soraia Ferreira |10.ºA

    O primeiro grande prosador português, Fernão Lopes, ficou conhecido pela sua escrita extraordinária, mas também por dar destaque ao povo. O cronista ilustrou perfeitamente o ganho de consciência coletiva, pelo que nos fez perceber que, enquanto seres individuais, o nosso comportamento é bastante diferente do que assumimos enquanto grupo, isto até os dias de hoje.

    Na minha opinião, as multidões do século XXI (e também de outros séculos) apresentam um poder inexplicável, que tanto pode ser usado para o bem como para o mal. Esta afirmação é baseada na existência de protestos (como exemplo). Considero emocionante a união que pode existir num grupo de pessoas completamente diferentes, porém, com algo em comum: a vontade de lutar por um direito que acredita ser seu ou até de outro.

    Por outro lado, e como já foi mencionado anteriormente, este grandioso poder pode, também, ser usado para o mal, como é o caso do bullying. Acompanho várias situações onde a vítima fica tão esgotada psicologicamente que chega ao ponto de tirar a própria vida. Não é arrepiante? Um conjunto de seres humanos fazer um outro ser humano perder a vontade de viver?! Isto faz-nos chegar à tal situação do nosso comportamento em grupo. Parando para pensar, o bullying é, normalmente, praticado por um conjunto, atacando um único indivíduo. Deste modo, o conjunto sente-se mais poderoso por ser, precisamente, um conjunto. E esta lógica repete-se, quer a motivação seja boa quer seja má.

   Assim, confirmo que, de facto, é impressionante o comportamento e poder das multidões, mas que este poder deveria ser utilizado, exclusivamente, para praticar o bem.

 

A multidão por trás da mudança

Carlota Prazeres | 10.ºC

    A importância do comportamento e do poder das multidões foi e será sempre valorizada, tanto pela sua influência positiva como negativa. Quando pensamos em multidões, vem-nos à cabeça, na maior parte das vezes, as consequências negativas que elas provocam. Mas nem sempre é assim.

  Em primeiro lugar, temos, como uma ótima referência do poder das multidões, os protestos. Quer seja pelas ruas de uma cidade ou pela vasta Internet, os protestos demonstram ter uma grande influência no público em geral e nos governos em particular. Isto pode dar-se devido ao elevado número de participantes ou, talvez, à sua motivação. No entanto, não se pode negar que tocam a opinião pública de uma forma decisiva. Existem vários exemplos de protestos que conseguiram, ou pelo menos, chegaram mais perto de alcançar o seu objetivo. Aqui, é explícita a importância da organização e do comportamento coletivo, quando a população se junta por uma causa na qual acredita. Exemplos recentes disso são os protestos que têm acontecido no Irão para combater a polícia da moralidade, e os protestos que foram e vão acontecendo na América Latina pela legalização do aborto.

   Para além disso, o comportamento coletivo é extremamente importante em tudo o que nos rodeia. Exemplo disso é a ajuda coletiva entre as pessoas, visível no trabalho de muitas associações, que são também um ponto de referência do comportamento das multidões do século XXI. Quer seja nas instituições de ajuda aos animais, ao ambiente, aos idosos, o facto de muitas funcionarem à custa de voluntariado demonstra a ação coletiva levada a cabo pela população.

   Finalmente, apesar de haver muita influência negativa propagada pelas multidões, penso que é importante realçar as consequências positivas que pessoas juntas por uma causa que as apaixona conseguem conquistar.

 

O poder das multidões

Mariana Oliveira | 10.ºC

    Com o passar dos séculos, o comportamento e poder das multidões mudou bastante, no entanto, nem todos os atos assumidos são negativos.

    Atualmente, no século XXI, a população dá a entender que, numa situação difícil, é cada um por si. Estamos unidos durante um jogo da seleção, tendo esperança de que a nossa pátria vencerá, mas, depois da derrota, a culpa é dos jogadores e da sua falta de esforço. Em tempos de crise, as pessoas enlouquecem, gastam demasiado dinheiro em coisas que não são necessárias em grande quantidade, não deixando nada para quem realmente precisa. Numa situação de violência, consideram que o mais certo é filmar, em vez de intervir. Estas ações levam-nos a crer que a sociedade está perdida. Porém, não está!

   Se viajarmos um pouco para o passado, conseguiremos lembrar-nos de diversos movimentos que fizeram total diferença na comunidade atual. Entre os mais variados atos, gostaria de destacar o movimento das sufragistas. Mulheres que nada tinham, mas que se juntaram e tornaram possível o direito ao voto para todos cidadãos, sem exceção. A conquista do voto mostra a todos que somos iguais, porque somos seres humanos.

   Temos também exemplos mais recentes de adolescentes que lutam pelo bem-estar ambiental do nosso planeta, que é um assunto de extrema importância. Foram feitas manifestações e sensibilizações em prol do nosso mundo, da nossa casa. Essas pessoas uniram-se e fizeram, mesmo que mínima, a diferença na comunidade.

    Considero que o principal elemento de uma sociedade são as pessoas e, se essas pessoas almejarem um objetivo que contribua para o bem comum, podem fazer grandes coisas. Com isto, também quero dizer que devemos ter respeito e empatia pelo outro, para assim, possuirmos uma força coletiva inabalável e honrarmos aqueles que tanto lutam.

 

A força do «Todo»

Beatriz Duro | 10ºC

   Não é de agora o uso da expressão «A união faz a força»! Bem sabemos que assim é. Tal como antigamente o povo se juntava em torno de um objetivo comum, na atualidade também são múltiplas as situações em que isso acontece.

    Como em todas as ocasiões da nossa vida, há sempre vários lados para analisar a mesma situação e, por conseguinte, distintas opiniões vão surgindo. Desde sempre que partilhar com um grupo as mesmas perspetivas e valores nos traz algum conforto. Faz-nos sentir que não estamos sozinhos. Esse sentimento de pertença, que tanto nos agrada, é o que origina a satisfação de estarmos em grupo.

    Havendo, para tudo, o lado mais positivo e o lado mais negativo, este tema não podia ser exceção. São vários os exemplos concretos de situações benéficas que resultaram de uma atividade com um fim coletivo: a conquista dos direitos das mulheres, a luta para travar os avanços das alterações climáticas, as associações de caridade ou até um tema recorrente nos últimos tempos: a união do povo ucraniano frente aos ataques russos. Contudo, são do nosso conhecimento outras situações mais infelizes. O sentimento de impunidade que está associado ao ato coletivo é um problema bastante atual na sociedade. Ao acharem que, por não terem sido as únicas a errar, não necessitam de responder pelos seus atos, as pessoas têm mais facilmente comportamentos violentos quando atuam em conjunto, como no caso do bullying, por exemplo.

   A moderação e o equilíbrio são o segredo para podermos conviver em paz. Apesar de estarmos em conjunto, devemos lembrar-nos de que cada um tem a sua identidade e que as opiniões dos outros são tão válidas quanto as nossas.

 

Juntos, fazemos a diferença

Sandra Oliveira | 10°C

       Em pleno século XXI, as multidões ainda se mantêm fortes, fazendo-se ouvir.

     Efetivamente, são multidões que se unem, à partida, com o intuito de mudar a mente humana, tornando-a mais progressiva e evoluída. Um exemplo: quando as sufragistas lutaram pelo direito ao voto, em relação às mulheres, foi uma luta diária que nos ajudou a conquistar direitos como a liberdade de expressão e, em parte, mais igualdade.

  Essas movimentações de enorme grandeza apoiam e ajudam a população a autodescobrir-se e a batalhar por aquilo em que acredita. Podem, ainda, promover a união entre países e sociedades em prol da ajuda a outros que estejam a viver um momento difícil, de guerra ou de fome, dando apoio alimentar e social.

       A alma coletiva chega mais além do que indivíduo isolado, motivo pelo qual se juntam multidões para transformar o mundo presente num lugar melhor. São elas que se fazem ouvir e juntas têm voz suficiente para alcançar o objetivo pretendido e o que em si querem modificar. Outro exemplo tem decorrido no Irão, onde um grupo maioritariamente feminino demonstrou apoio a uma mulher que foi condenada à morte. E não foi apenas através das palavras que elas se fizeram ouvir, mas da ação e do exemplo, cortando os cabelos, alcançando assim a atenção das pessoas e dos países. Um movimento solidário que expressou que aquela mulher não estava sozinha, mas rodeada de pessoas para a apoiarem. Deu-se, assim, voz ao meio feminino que ainda hoje é muito desvalorizado e oprimido.

     Concluindo, existem diversos exemplos possíveis para mostrar o quanto uma população unida, a lutar por aquilo que defende, em benefício do próximo, pode ser forte. Da mesma forma, através dos métodos certos, a mensagem pode chegar a milhões de pessoas. A meu ver, com as ações corretas, para fazer o nosso mundo evoluir, essas manifestações coletivas são essenciais, valorizando a ideia de que juntos podemos fazer a diferença.

 

Webgrafia:

https://www.istockphoto.com/pt/foto/acima-vista-da-multid%C3%A3o-de-pessoas-alegre-mostrando-os-polegares-para-cima-gm472475618-64097773

LIBERDADE

A afirmação de José Jorge Letria – «liberdade é, antes de mais nada, o respeito pelos outros e o respeito que os outros nos devem em função os nossos direitos» – surge como pretexto para algumas reflexões sobre esse valor universal

LIBERDADE

 

Artur Pereira, 12.ºA

   Quando eu era pequeno, liberdade era poder ver televisão até tarde e comer chocolate todos os dias. Sentia-me aprisionado pelas regras dos meus pais, então, ser livre era ver-me livre delas. Mas, ao longo do tempo, o conceito de liberdade tem transcendido dentro de mim, até que se tornou impossível de compreender.

   O que somos nós? Criaturas que só podem viver num planeta, dos infinitos que existem; criaturas que só conseguem aceder a uma parte restritíssima do espetro da luz e som; criaturas que vivem em corpos com muitas exigências, como comer e dormir. É impossível chamar livre a algo que existe neste contexto tão pequeno.

   E, como se isso não bastasse, nós aprisionamo-nos ainda mais. Inventamos culturas que nos prendem dentro de padrões, como a monogamia, trabalho, escola, família ou religião. Para além de termos de seguir as regras da sobrevivência, ainda somos ensinados a viver. Mas o maior atentado à liberdade pela cultura é a linguagem, a categorização de tudo em desenhos. Pensemos, por exemplo, em «maçã». Aparentemente, todos sabemos o que é uma maçã? Mas eu discordo. Eu não consigo aceder a toda a realidade de uma maçã. Mesmo com mil câmaras, há sempre infinitas possibilidades inexploradas. Quando é trincada, com o passar do tempo, a sua cor muda e oxida, os triliões de átomos que a constituem estão em constante alteração. E toda esta realidade surge categorizada apenas em símbolos que, no nosso cérebro, fazem todo o sentido. E onde é que estaríamos sem a cultura? Estaríamos mais livres. Ou, pelo contrário, tudo seria um caos? Não sei.

   Eu imagino a liberdade como o nada, e, nesse nada, eu entraria em pânico. Sem cima, nem baixo, sem forma ou gravidade, se surgisse uma linha, eu ficaria mais descansado, faria dela o meu chão e já tinha os pés assentes. No entanto, deixaria de ser livre!

  Então talvez regras e realidade restrita seja algo bom, pelo menos temos algumas certezas, conseguimos viver e, embora a nossa liberdade seja pouca, conseguimos fazer muitíssima coisa com ela.

 

Clara Carvalho, 12.ºA

  Liberdade, apenas uma palavra com nove letras, é, para mim, depois do amor, o sentimento mais importante no ser humano. Liberdade, é a base das nossas vidas.

  Quando eu era pequena, a minha mãe dizia-me: «A tua liberdade acaba quando a dos outros começa». Sinceramente, eu ainda não consigo explicar concretamente o que isso significa, mas, pelo pouco que entendo, a liberdade é algo que provém da mutualidade entre os seres humanos. Acredito que cada um de nós deve viver a sua própria vida da maneira que deseja, livremente, desde que não invada a vida do outro, que está também a viver a sua vida. Penso que os nossos direitos e deveres são um bom exemplo para ilustrar isso. Em Portugal, todas as crianças têm o direito de ir à escola. Se, porventura, os pais de uma criança do primeiro ciclo não a quisessem levar à escola, simplesmente porque queriam ficar a dormir mais umas horas, esses pais estariam a pôr os seus interesses pessoais à frente dos direitos da criança privando, assim, a sua liberdade.

  Por outro lado, cada um de nós é livre para pensar no que quiser e bem entender, contudo nem sempre somos livres para o dizer. O que eu pretendo comunicar é que, por vezes, muitos de nós fazemos comentários desnecessários, em que insultamos ou desprezamos as pessoas. Isto é nada mais nada menos que desrespeitar o outro e, consequentemente, tirar-lhe a respetiva liberdade. Tal como José Jorge Aletria diz, a «liberdade é, antes de mais nada, o respeito pelos outros e o respeito que os outros nos devem em função os nossos direitos».

   Em suma, a liberdade é um passo para a felicidade, uma vez que consiste na cooperação com os outros, incluindo o respetivo respeito.

 

Clara Filipa, 12.ºA

   Liberdade pode apresentar vários significados e gerar pontos de vista completamente   diferentes a seu respeito. Para muitos, liberdade é não estar preso, para outros, é a ação de se conseguirem expressar sem medo. Para mim, ter liberdade é não ter medo de viver.

  Liberdade! Será que todos se sentem livres? Ou será que mesmo tendo liberdade, algumas pessoas se sentem sufocadas pelo medo? 

   Hoje em dia, olhando para a história do passado, liberdade é não ser escravizado, é poder ser o que se quiser e seguir uma determinada religião, sem que alguém nos castigue por isso. Mas o medo…o medo faz com que a liberdade pareça nula.

  Como adolescente do século XXI, posso considerar-me parcialmente livre, mas nunca serei totalmente livre, enquanto viver com medo. Medo esse que não é do escuro, não é de fantasmas, mas é um medo gigante das pessoas que formam a nossa sociedade. Só irei mudar e tornar-me livre quando não tiver medo de andar sozinha; só serei livre quando me sentir segura para usar uma saia sem medo do que possa acontecer; só me sentirei livre quando puder deixar de olhar por cima do ombro na rua.

  Do meu ponto de vista, liberdade significa ser livre de medos e receios, é poder ter opiniões, crenças religiosas, voz na sociedade. Todos temos deveres e direitos, toda a gente tem o direito à liberdade e o dever de não interferir com a liberdade do outro. Porque a liberdade é como um isolamento, eu tenho o direito de a ter (mantendo-me no meu espaço) e tenho o dever de não me intrometer na do outro (não se pode invadir um isolamento que já pertence a alguém). As pessoas devem sentir-se livres e dar espaço para que os outros também se sintam soltos das amarras que os impedem de voar.

  Em modo de conclusão, para ser livre é necessário viver sem medo do que se pode encontrar ao virar da esquina; e o dever de cada um é não se colocar ao virar da esquina. 

 

Catarina Ferreira, 12.º A

   A liberdade é algo que faz parte de cada um de nós por direito. No entanto, acredito que «a nossa liberdade termina quando a do outro começa», provando que o respeito é essencial para todos podermos usufruir desse direito.

  Considero que a nossa liberdade, muitas vezes, acaba por desaparecer nas coisas mais simples, como em decidir o que vamos vestir quando saímos à rua. Claro que, na nossa sociedade, podemos vestir e usar o que queremos, porque temos liberdade para isso. Porém, o respeito que os outros deviam ter por nós nem sempre está presente. Os comentários negativos, por vezes, escondem-se por trás da chamada «liberdade» e da frase «Estou apenas a dar a minha opinião». Assim, acredito que a liberdade é usada, muitas vezes, como desculpa para atitudes negativas, contrariando a sua essência.

  Por outro lado, a nossa liberdade é sempre fundamental, nem que seja para nos sentirmos melhores com nós mesmos e também para nos sentirmos mais importantes. No dia a dia, algumas das nossas opiniões podem ser desvalorizadas ou podemos acreditar que nem devemos falar o que pensamos, porque não vamos ser ouvidos. No entanto, acredito que há sempre situações que nos ajudam a perceber que aquilo que nós pensamos será valorizado. Por exemplo, em situação de trabalho, a opinião do trabalhador pode não ser a mais relevante para o chefe, mas para os amigos e família, a nossa ajuda é sempre importante e, por isso, a nossa liberdade de expressão não é posta em causa e não há espaço para o desrespeito.

  Em suma, para mim a liberdade é sinónimo de ouvir e ser ouvido, de respeitar a opinião dos outros e de ser respeitado também. Acredito que este direito deveria ser mais valorizado, porque é ele que nos pode levar a alcançar tudo o que queremos.

 

Eva Saraiva, 12.º A

  Quando pensamos em liberdade, metaforicamente, associamos o vocábulo a cores como o branco ou o vermelho e a conjuntos de pessoas a lutar pela mesma causa. Se formos realistas e refletirmos, quando pensamos em liberdade, vem-nos ao pensamento tudo a que temos direito, mas pouco nos lembramos dos nossos «deveres».

   A meu ver, o conceito de liberdade deve, então, ser um espaço aberto ao equilíbrio entre os direitos e os deveres, postos no mesmo nível. Por exemplo, várias vezes por ano, ouvimos nas notícias que diversos setores de uma empresa fazem greve, ou seja, lutam pelos seus direitos, mas estarão essas pessoas a cumprir os seus deveres? Outro exemplo, até bastante simples de compreender, relaciona-se com os casais, em que o homem tem, aparentemente, o direito de sair e a mulher, o «dever» de se manter em casa. O facto de o homem usufruir apenas dos seus direitos condiciona de forma grave a liberdade da outra pessoa em causa. Por isso, encontrando o equilíbrio entre direitos e deveres, obtém-se a liberdade, sendo preciso saber usufruir dela.

  Por outro lado, as pessoas podem ser livres de fazer o que querem, todavia, não o fazem, porque reprimem certas vontades. Por este motivo especificamente, eu penso que, para sermos totalmente livres, teríamos de nos livrar de vários julgamentos e é, aqui, que voltam a entrar os deveres.

 Para terminar, acrescento apenas que, para sermos livres, temos de proporcionar liberdade ao outro de igual forma, para sermos livres temos de poder cantar em frente a uma plateia ou não deixar de vestir o que gostamos, só porque o outro não gosta.

 

Rita Machado, 12.ºA

  A liberdade de cada ser humano tem vindo a aumentar ao longo dos tempos, mas, infelizmente, nem todos a conseguem alcançar.

  Durante estes últimos meses, pudemos observar, principalmente através das notícias, o que se está a passar no Irão. Mulheres são presas e mortas por não usarem uma peça de vestuário, o hijabe. Durante os últimos meses, esta imposição levou a grandes manifestações, não só no Irão, mas também à volta do mundo. Pretende-se que as mulheres, nesse país, possam finalmente alcançar a liberdade de escolha, depois de tantos anos a serem forçadas a usar o hijabe. Outro exemplo que é importante mencionar é o que está a acontecer nos Estados Unidos da América este ano. Um país considerado desenvolvido, mundialmente conhecido e respeitado por políticos e cidadãos à volta do mundo, decidiu ilegalizar o aborto. É preocupante que, em pleno século XXI, ainda estejamos a debater e a questionar um direito e a liberdade das mulheres.

  Na minha opinião, a liberdade não depende só do país onde vivemos, das leis que os nossos políticos fazem, também depende da sociedade onde nos inserimos. As ditas “minorias” do mundo dificilmente conseguirão, pelo menos a curto prazo, alcançar o mesmo grau de liberdade que está ao alcance das restantes.

  Para concluir, «A liberdade é, antes de mais nada, o respeito pelos outros e o respeito que os outros nos devem em função dos nossos direitos». Isto significa que, enquanto não nos respeitarmos, nunca conseguiremos alcançar a liberdade para os 8 biliões de pessoas que existem no mundo.