Sete horas da manhã. Toca o despertador. Levanto-me e visto-me. Com um ar sonolento vou lavar a cara, despertando gradualmente. Acabo de me arranjar e vou tomar o pequeno-almoço que, sorridente, me espera. Olho para o relógio. Já estou atrasada. Pego na mochila e saio de casa. Entro no carro e observo a rua aparentemente pacífica que me rodeia. Mas o meu olhar detém-se no ar rabugento e apressado das pessoas.
Chego à escola, como se tivesse entrado numa tempestade num copo de água. Dirijo-me alegremente para a primeira aula. Seguem-se outras; diferentes e iguais. Vão passando as horas… chega o almoço. Com os amigos, vou para a cantina. Reparo em muitos olhares tristes, sarcásticos e tímidos à minha volta. A fila caminha. Entro e passo o cartão. Um bom tempo passado com piadas sem nexo e gargalhadas sinceras. Volto para a aula. Bocas e boatos são jogados para o ar.
Acabaram as aulas. Saio da escola direitinha para casa. Um ambiente mais sonoro. Passam vizinhos ao meu lado. Penso em dizer boa tarde. Nenhuma palavra. Apenas o ladrar dos cães interfere naquela telenovela muda.
Entro em casa com a maior alegria do mundo, à espera que anoiteça. Que chegue o amanhã para repetir tudo de novo. Só com as vozes da minha mente, refletindo sobre este mundo novo.
Amanhã será outro dia. Com vozes e esperança.
Matilde Pereira – 9ºG