Eco da memória coletiva, a dramatização apresentada esta semana no grande auditório da nossa escola apresentou o texto Leandro, Rei da Helíria, de Alice Vieira, com uma roupagem fresca e original.
Resgatando a metáfora do sal, medida de um amor imensurável, presente no conto tradicional O sal e a água, os nossos atores (sim, porque na dádiva, na alegria e na entrega incondicional igualam ou superam os profissionais), reavivaram os valores da simplicidade e do amor nas relações humanas, pilares tantas vezes esquecidos ou ofuscados por Amarílis, Hortênsias, Simplícios e Felizardos que persistem em grassar em reinos temporalmente longínquos ou próximos.
Com uma linguagem simples, adereços da casa, cenário minimalista, sonoplastia elementar, os alunos do 12.º C, orientados pela docente Georgina Tavares, proporcionaram aos mais novos um espetáculo ímpar que constituirá também memória coletiva da nossa comunidade.
Porque importa resgatar o âmago do que nos distingue como humanos, (enclausurados nas sombras da aparência, cativos das matizes do ter: ter de mostrar, ter de quantificar, ter de provar, ter de, ter de… , aniquilamos frequentemente o Ser), esta atuação que parte de um conto tradicional, abre espaço para as possibilidades e impossibilidades da sobrevivência do amor num contexto em que tudo o resto parece proliferar.
Sara Ribeiro