Crónicas

Primatas

       O começo das aulas é algo incrível! Antes das aulas começarem, os alunos ficam alguns minutos sem o professor na aula e é nessa altura que tudo começa.

      Chego à escola, dirijo-me à minha sala e cá fora já dá para ouvir um monte de grunhidos e palavras codificadas, que nem um génio das  palavras conseguiria compreender tais absurdos. Sento-me na minha cadeira, coloco os meus fones, pois prefiro ouvir música do que aquele bando de sons estridentes. Analiso cada ser que está naquela sala e chego à conclusão que nós somos muitos parecidos com uns ancestrais nossos. Eles são barulhentos, vivem maioritariamente na selva e gostam de andar pelas árvores. Os sons e os gestos são praticamente idênticos e o instinto de se mostrar aos outros é igual. Ainda dizem ser superiores a eles o que, na minha humilde opinião, não é verdade!

    Se este for o nosso destino, vamos  descer na hierarquia das espécies, vamos tornar-nos numa civilização onde não há ordem nem leis. Se estiver errada, peço desculpa!

Tatiana Vicente,9.º B

 

    Durante a pandemia em que vivemos, sabemos (ou pelo menos deveríamos saber) que são fundamentais a máscara e o distanciamento social. 

     Contudo, como vivemos num mundo de pessoas que, aparentemente são desprovidas de intelecto, vemos cenas lamentáveis. Não nos antecipemos, voltemos ao começo de tudo! Em meados de março, quando o uso da máscara não era obrigatório, as pessoas esforçavam-se para manter a distância segura, realmente tinham medo da COVID-19. Porém, hoje vemos pessoas com máscara, no supermercado, por exemplo, mas cada vez mais próximas umas das outras, chegando até a tocarem-se. Tal não acontece só nos supermercados, se formos ver as escolas recém reabertas, quase parece que não há pandemia! É como se os alunos pensassem que são imunes ao vírus e não precisassem de respeitar as ordens das autoridades de saúde. 

     É lamentável o comportamento humano durante esta época! Fica, assim, a pergunta: “Será que estas pessoas têm um mínimo de amor-próprio ou de amor aos seus familiares e amigos? ”

Gabriel Inocêncio, 9.º B

           

 

     Ajudas. Será que é possível para todos os necessitados? Nesta fase difícil que estamos todos a passar, devido à pandemia COVID-19, chega ajuda para todos?

     Esta semana foi lançada a notícia sobre a suspensão de um aluno devido à partilha do seu lanche com o colega. De facto, o que fez foi extremamente irresponsável, mas já se perguntaram sobre o que o levou a fazer isso? O colega não tinha lanche, não tinha comida, tinha fome!

    Por que é que alguém vai para a escola sem lanche? Será que os pais se esqueceram de lho comprar ou não teriam dinheiro para o filho poder alimentar-se na escola? 

    O aluno que partilhou o seu lanche, apenas viu um colega com fome, uma criança com fome. O futuro deste país são as crianças e muitas delas, infelizmente, estão com fome! Vê-se muita gente preocupada com o “voltar ao normal” querendo dar passos maior do que a perna.

    Para chegar ao fim desta guerra, temos de pôr fim a estas pequenas coisas que, afinal, só são vistas como importantes quando já não há nada a fazer,no entanto, elas têm grande impacto na vida de todos.

     Por um lado, a COVID-19, apesar de ter aumentado as desgraças, fome, racismo, alterações climáticas, abandono de animais, etc. levou alguns, e não todos, infelizmente, a olhar um pouco melhor à sua volta e ver a realidade do país e do mundo.

Inês Santos 9.º B

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