Texto expositivo
À medida que o estilo de vida da população, não só portuguesa como mundial, sofreu bruscas alterações ao longo das últimas décadas, verificou-se também um aumento significativo do número de pessoas afetadas por doenças mentais.
Através da análise dos dados recolhidos pelo Observatório Nacional de Luta contra a Pobreza sobre a Saúde Mental em Portugal, é possível constatar que as doenças que mais afetam as mulheres são a depressão e a ansiedade, enquanto que no caso dos homens prevalecem os transtornos por uso de substâncias e a ansiedade.
Na sociedade atual, as redes sociais funcionam não só como um meio de divulgação de informação mas também de partilha do dia a dia e realidade de cada um, realidades essas por muitas vezes irreais. Essa propaganda de estilos de vida irreais e inexequíveis gera naqueles que consomem esse conteúdo sentimentos de fracasso ou inutilidade, o que se reflete na forma como a pessoa se vê a si mesma, levando ao aparecimento de transtornos mentais como ansiedade e depressão.
Para além disso, é também um fator relevante a taxa de desemprego em Portugal, especialmente o desemprego jovem, que atingiu em 2024 os 22%. Associadas à falta de trabalho surgem as dificuldades económicas, que, por sua vez, podem ter impacto no núcleo familiar. Como forma de evasão a estes problemas, as pessoas procuram refúgio no uso de substâncias como drogas e álcool.
Em suma, a saúde mental é um tema cada vez mais relevante e é necessário procurar formas de minimizar o impacto das doenças a ela associadas na vida das pessoas. Tais medidas podem passar por campanhas de sensibilização que realcem a importância da procura de ajuda e do descanso tanto mental quanto físico, uma vez que a saúde física se reflete na mental e vice-versa. No fundo, trata-se de adotar a velha máxima “mente sã em corpo são” (do latim Mens sana in corpore sano).
Ana Francisca Novais Pinto, 12º B