Todos os artigos de Paula Rodrigues

Uma atividade de escrita criativa ao som da música “As 4 estações” de Vivaldi.

 
“Imagina que vais ao centro comercial com a tua mãe e passas numa loja de música onde os instrumentos falam…
Escreve um diálogo entre eles.”
 
 

   -Sabes que eu sou o mais bonito, certo? – disse o violino.

    -Mentiroso, todos os instrumentos sabem que eu sou o mais bonito. – declarou a harpa.

   -Mentiroso és tu, eu sou mais bonito e a minha melodia é muito melhor que a tua! – exclamou o violino.

    -Se eu não fosse mentiroso não era igual a ti! E peço desculpa estares a iludir-te, mas a minha melodia é muito melhor e calma! – exclamou a harpa.

   -Não sabes o que dizes. Eu sou muito mais caro e famoso que tu.

  -Não vais continuar a sonhar, pois não? Eu sou mais cara, famosa e grande que tu! – disse a harpa.

   -Na parte do grande eu concordo contigo, mas no resto não.

    -Calem-se, pá! – exclamou o dono da loja. -Depois não reclamem que não vos compram.

    E continuaram a discutir e nunca foram comprados.

 

Lara Silva, 6.ºE

 

Quadras populares e o S. João

Este ano vai ser diferente
Não vamos poder estar com muita gente
Cuidados devemos ter
Para não adoecer!

Os manjericos já comprei
As sardinhas já assei
Vamos comer e dançar
Que os santos estão a chegar!

Sofia, nº25, 6.ºH

 

Ó meu São João
hoje vou ter que ver televisão,
não posso ir ao bailarico
preciso de estar em casa para cuidar do meu manjerico.

Quero ouvir foguetes,
dar marteladas,
ouvir raspanetes
e fazer palhaçadas!

Bárbara Alves,nº 4, 6.ºD

No São João 
bebe-se licor beirão,
comem-se sardinhas
nas nossas casinhas.

Na maior noite do ano
lançamos o balão 
muita diversão e alegria
Pois é noite de São João!

Bernardo Fernandes, nº4, 6.ºH

 

Na noite de S. João 
Vamos para a rua festejar 
Este ano devido ao Covid
em casa temos de ficar!

Meu querido S. João 
Faz-me muito querer estudar 
Para o sétimo ano
Eu poder passar!

José Santos,nº14, 6.°H

 

No S. João
cantamos muitas canções
lançamos balões 
e pedimos desejos!

Da Ribeira vou à Foz
de martelinho na mão 
vou cantar para o S. João
até ficar sem voz.

Bernardo Marques, nº5, 6.ºH

Poesia a partir de contos

 Textos poéticos a partir dos contos analisados em sala de aula e no âmbito do projeto “Na Senda dos Contos”.

A Gaivotinha                                                             

Tudo começou, quando um gato                                  

um ovo encontrou                                                         

e com um nobre ato                                                      

a cria ajudou.           

                                                     

Era uma gaivota linda                                                   

chamada Ditosa                                                             

Muito sortuda e ainda                                                   

mais maravilhosa!                                                          

 

Desejava muito voar                                                      

e aos gatos pediu ajuda.                                                 

Bastava acreditar                                                            

e aproveitar vento e chuva.                                            

 

O poeta participou,                                                        

Zorbas se emocionou,                                                   

a gaivota voou                                                               

e tudo mudou!                                                                

7ºF (texto construído a partir do conto História de uma Gaivota e do Gato que a                      Ensinou a Voar, de Luís Sepúlveda)  

 

O Regresso do Cavaleiro

Um cavaleiro na Dinamarca

pela floresta a andar

com a família à sua espera

Para o Natal festejar.

 

Esteve numa gruta em Belém

onde nasceu o Divino Menino.                                                    

De lá satisfeito veio                                                         

E seguiu o seu caminho.

 

Difícil foi o regresso                                               

pois dificuldades foi encontrar                                                      

por isso houve pouco progresso                                            

e logo começou a rezar.

 

Já perto de casa desanimou                                                   

mas a esperança nunca perdeu.                                                            

 Um pinheiro iluminado avistou                                                              

Que a casa o conduziu.

 7ºH (texto construído a partir do conto O Cavaleiro da Dinamarca, de Sophia de M. B. Andresen)

 

Texto de opinião sobre “A importância dos 10 m a ler”

                  O “10 minutos a ler” é um projeto a que a escola aderiu e nós gostamos bastante. Há livros diferentes para diversos anos, de acordo com a idade e os interesses da matéria em estudo.

        Esta atividade de leitura diária deve ser feita em todas as disciplinas, num determinado tempo semanal que se vai alternando à medida que as aulas vão decorrendo.

                A nossa biblioteca escolar escolheu o livro “Os meninos que enganavam os nazis” para todo o 6.°ano, de forma a conhecermos melhor como era a vida num período de guerra e destruição no século XX. Este assunto foi escolhido para que ninguém se esqueça do Holocausto em que milhões de pessoas foram torturadas e mortas em campos de concentração só porque pensaram de modo diferente.

               Na nossa opinião, todos os professores devem ler quando chega a sua vez, mas isso nem sempre acontece! Porém, há  professores que leem mais de dez minutos e às vezes enquanto trabalhamos, os professores encantam-nos com a leitura do livro.

             Em síntese, achamos que esta atividade dos “10 minutos a ler” é surpreendente, inovadora e educativa, porque nos leva a aumentar o nosso vocabulário, a conhecer situações reais que aconteceram a muitas pessoas e sensibilizar-nos para que algo semelhante nunca volte a acontecer.

 

Texto coletivo 6.º E

               

 

                 Os “10 minutos a Ler” foram propostos pela biblioteca escolar do Agrupamento de Escolas de Canelas e aprovados pelo Conselho Pedagógico. Consiste na leitura de uma obra, durante 10 minutos, em qualquer disciplina, no mesmo horário semanal que se vai alterando. Para o 6º ano foi proposto a obra “Os Meninos que enganavam os Nazis”. Esta leitura foi interrompida durante o ensino à distância, quando foi lida a obra ”Aristides de Sousa Mendes”. Estes livros estão integrados no tema “Holocausto”, trabalhado em algumas disciplinas.

        Destacamos vários aspetos positivos nesta atividade, como treino da leitura expressiva, expansão do vocabulário, aquisição de novos conhecimentos sobre a vida dos judeus na época, promove a participação dos alunos, ajuda a desenvolver a criatividade e imaginação dos mesmos.

        No entanto, temos de referir alguns obstáculos à realização desta atividade, nomeadamente, alguns professores não a cumprem, por acharem que “retira tempo precioso” e que é “desnecessária para os alunos”.

                Para concluir, depois de analisarmos diferentes perspetivas, achamos que a prática dos “10 m a ler” é importante, pois traz bastantes benefícios, como conhecimentos, que não são transmitidos no tempo de aulas normal. Permitiu-nos ler obras interessantes que realçam os valores fundamentais da dignidade humana.

                 A nossa turma considera que a atividade deve ser continuada.

A turma do 6.ºD

 

          A atividade “10 m a Ler” apresentada pela biblioteca, tornou-se projeto do agrupamento, aprovado pelo Conselho Pedagógico. Consiste em ler todos os dias, em tempos letivos alternados, ao longo do ano, a mesma obra para todos os alunos de um determinado ano. Iniciámos a leitura do livro “Os meninos que enganavam os Nazis”. Durante o confinamento lemos “Aristides de Sousa Mendes”, partilhado na classroom. Quando voltamos para o ensino presencial, retomámos as aventuras da família Joffo. Estes dois livros abordam a questão do “Holocausto”.

               Queremos destacar como aspetos positivos: torna a prática da leitura como um hábito permitindo a todos os alunos que a façam, ajuda a desenvolver a imaginação, adquirir vocabulário e novos conhecimentos e aumentar a autonomia da leitura.

                      Não podemos deixar de referir que esta atividade nem sempre se realiza, porque alguns professores não a aceitam.

               Para concluir, a turma do 6.ºB considera esta atividade essencial para a nossa formação enquanto leitores. Sugerimos, que no próximo ano, não seja sobre “Holocausto” tema muito cruel.

A turma do 6.ºB

 

           O “10m a Ler” é uma atividade que consiste em ler todos os dias da semana, qualquer que seja a disciplina, dez minutos da obra proposta. Este projeto é dinamizado pela biblioteca da escola, que distribuiu livros por todas as turmas, adequados a cada nível de escolaridade. Começamos a ler “Os Meninos que enganavam os Nazis” e durante o confinamento passamos a ler a biografia de “Aristides de Sousa Mendes”. Este ano as duas obras escolhidas estão integradas no tema comum do “Holocausto”.

           Na nossa opinião destacamos positivamente o desenvolvimento do vocabulário e da leitura, o conhecimento da personalidade de Aristides de Sousa Mendes que ajudou a salvar milhares de judeus da perseguição nazi, a história dos irmãos Joffo que tiveram de fugir de casa, na França ocupada pelos alemães.

         Por outro lado, destacamos, negativamente, o facto de nem todos os professores cumprirem a atividade e , como cada aluno lê silenciosamente o seu livro, é mais difícil ao professor apoiar no esclarecimento de dúvidas.

              Para finalizar, gostaríamos de afirmar que esta atividade é muito interessante e deve continuar. Propomos que a leitura seja feita coletivamente e que todos os professores a respeitem.

 

A turma do 6.ºH

“Os meninos que enganavam os nazis”

 

      Ultimamente tenho lido o livro “Os meninos que enganavam os nazis”, uma história verídica sobre um menino judeu e o seu irmão a viverem num mundo nazi.

      Este livro leva-nos numa viagem que nos coloca nos sapatos de crianças que tentam sobreviver num mundo onde a sua religião é ilegal, um conceito bastante interessante. Apesar de ainda não ter lido o livro por completo, é um bom livro. Nem sempre está de acordo com o seu nome, mas é um livro bastante descritivo e ao mesmo tempo fácil de compreender, apesar de uma mão cheia de palavras francesas e alemãs.

     Um livro extremamente interessante que recomendo ao leitor desta crítica. 

 

João Barroso, n.º 14 – 6.º I

 

             

 

Identidade de género: a MULHER na literatura

Diálogos improváveis entre a Mulher de Ontem e a de Hoje

Inspiradas no tema proposto “Diálogos improváveis entre a Mulher de Ontem e a de Hoje”, decidimos escrever um diálogo entre Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher votante em Portugal, e duas alunas inquietas com a crescente despreocupação com a política nacional e consequentes elevadas taxas de abstenção juvenis.

Alice – Reparaste na taxa de abstenção das últimas eleições presidenciais?

Cátia – Eu vi, mais de 60%, um absurdo. Foi a maior taxa de abstenção de sempre em eleições presidenciais!

Alice – Honestamente estava à espera de pior, mas o valor acabou por ser muito elevado.

Cátia – A sério que não percebo como é que ainda existem pessoas que defendem que votar “não vale a pena”, pois “vai dar tudo ao mesmo”.

Alice – Mais preocupante ainda é quando são jovens que partilham essa mentalidade. Nestas eleições presidenciais, por exemplo, a grande maioria do grupo que não exerceu o seu direito de voto foram jovens portugueses.

Cátia – Que vergonha. 

Carolina – Se fossem meus netos viam o que era bom para a tosse!

Alice – Ah, quem falou?

Carolina – Carolina Beatriz Ângelo, muito prazer.

Cátia – Quem é a senhora?

Carolina – Médica, republicana e sufragista, não vos diz nada?

Alice – Foi a primeira mulher a exercer o direito ao voto em Portugal!

Cátia – Aproveitando uma falha no texto da lei. A senhora é genial, deixe-me que lhe diga.

Carolina – Teoricamente, não se tratava de uma falha, o código eleitoral da época determinava o direito de voto a “todos os portugueses maiores de 21 anos, residentes em território nacional, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família”, ora eu, em 1911, uma mulher alfabetizada, com os seus 32 anos, com formação superior e, que sendo viúva, me tornava chefe de família, reunia todas as condições necessárias para votar. O problema surgiu pelo facto de ser mulher, a sociedade machista da época não tolerava uma mulher independente, quanto mais uma votante, mas uma vez que a lei não especificava que apenas os cidadãos do sexo masculino tinham capacidade eleitoral, e que eu preenchia todos os outros requisitos legais, nada puderam fazer para me impedir de exercer o meu direito de votante.

Alice – Uma das primeiras grandes vitórias para o feminismo nacional.

Carolina B. A.  – Ora nem mais. Preocupa-me é que a minha batalha tenha sido em vão…

Cátia – Pois, efetivamente o seu esforço não é sequer conhecido por muitos…

Carolina B. A. – Não faço caso de receber nenhum tipo de fama ou troféu pela minha luta, até porque, mais do que uma conquista individual, tratou-se de um triunfo coletivo feminino. O que acho que muitos jovens não percebem, é que para hoje eles terem o privilégio de votar, muitas outras personalidades corajosas tiverem que se impor também. 

Alice – O direito do voto, torna-se, portanto, muito mais do que um direito, trata-se de um dever cívico-social, certo?

Carolina B. A. – Justamente!

Cátia – Eu falo por mim, a política às vezes torna- se um bicho de sete cabeças para os adultos, pudera para a juventude. 

Alice – É verdade, é um assunto tão interessante e importante como complicado, daí para muitos jovens ser um tópico pouco cativante, chegando até a ser maçudo. 

Carolina B. A. – Admito que assim o seja, mas esse desinteresse começa pelo facto de muitos não saberem exatamente, por exemplo, a importância e o poder que o simples ato de votar pode ter. É fundamental sensibilizar e informar os jovens para a importância de participar nos atos de cidadania e valorizar os processos democráticos.

Cátia – Isso é possível?

Carolina B. A. – Claro que sim, podemos começar por criar programas de educação política nas escolas, por exemplo. 

Alice – Uma ótima ideia! A escola não auxilia apenas no desenvolvimento de alunos com competências educacionais para integração no mundo de trabalho, mas também apresenta um papel essencial no processo de formação de cidadãos ativos e socialmente responsáveis.

Cátia – Exato! Já o ministro da educação defendia que a escola é indispensável na criação de “sociedades livres, democráticas e sustentáveis”.

Carolina B. A. – Precisamente. Com estas bases, os jovens percebiam que a política envolve tudo e todos à nossa volta e determina quase tudo o que diz respeito à nossa vida em sociedade.

Alice – Destruímos, também, portanto, o preconceito de a política ser muito distante e inacessível para a maioria, que se encontra somente na mão dos grandes órgãos de poder, dos partidos políticos ou de algumas elites.

Cátia – E enquanto extinguimos o desinteresse geral dos jovens na política, enquanto lhes dávamos igualmente um espaço livre, seguro e acessível para compreenderem e debater o que é afinal a política, e qual o papel dos jovens no cenário político nacional.

Carolina B. A. – Até porque todos os cidadãos devem ter o direito de conhecer o cenário político nacional e tudo o que implica a atuação ativa política para o seu país.

Alice – Desta forma poderíamos diminuir drasticamente a iliteracia política, e, com isso, obter jovens (votantes) mais conscientes e ativos para com a política. Tantas vantagens reunidas num só projeto, incrível!

Alice – Foi um privilégio conhecê-la!

Cátia – Digo o mesmo, tirou-nos esta preocupação de cima!

Carolina B. A. – Ora essa, o prazer foi todo meu, meninas!

 

Alice Baião Nº1, 11ºC

Cátia Santos Nº9, 11ºC

 

Links que nos auxiliaram na escrita deste texto:

https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/Carolina-Beatriz-Angelo.aspx

https://www.jn.pt/nacional/e-preciso-agir-urgentemente-junto-dos-jovens-para-combater-abstencao-10950828.html

https://sicnoticias.pt/programas/1525/2020-11-17-1525.-O-desinteresse-na-politica