Texto livre realizado a partir de um conjunto de palavras fornecido:

parede branca; planeta distante; animal estranho; nome do autor; tesouro; espelho; carrinho de linhas

 

Às vezes, penso em como odeio ter crescido, como o meu mundo mudou, apenas por ter mais quatro ou cinco anos. É que agora eu sei pensar, analisar as coisas à minha volta… mas não gosto mesmo nada de o saber fazer!

Deprime-me ver como há pessoas más, egoístas, pessoas que fazem com que cada um dos meus dias possa do nada piorar, apenas por eu ter consciência que essas pessoas existem. E deprime-me ainda mais saber que eu estou rodeada dessas pessoas. Odeio conseguir perceber que a maior parte das coisas que me contam é mentira, ou então entender que não sou importante para quase ninguém. Odeio ainda saber que se amanhã não estivesse cá, ninguém iria sentir a minha falta. No entanto, se fosse ao contrário, se esse alguém importante para mim, alguém que eu considere um tesouro na minha vida, amanhã já cá não estivesse, eu iria perder parte de mim ao perder essa pessoa.

Talvez esteja a ser eu a egoísta ao pensar assim. Mas, sim, é assim que eu me sinto. E sinto-me assim, porque todos me veem como se fosse uma parede branca, sem espírito, sem cor, algo neutro, sem vida, algo banal, sem importância. Às vezes apetece-me sair, ir para um sítio bem longe, um planeta distante, onde haja um mundo paralelo e lá passar umas férias, umas longas férias… algum mundo desconhecido, algo diferente, com pessoas diferentes, frutos estranhos, animais estranhos, algum mundo em que se eu lá vivesse e ouvisse falar do nosso mundo, achasse que o estranho seria este e não aquele!

Às vezes sinto-me mal por pensar desta forma e saber que o mundo está cheio de coisas bem piores, como a guerra, o terrorismo… coisas bem mais importantes do que o que sinto, o que vivo. Mas este assunto toca-me mais do que qualquer outro, é algo que me consegue derrubar o coração e desfazê-lo em bocados, depois só com a ajuda de vários carrinhos de linha para conseguir cozê-lo novamente!

E perturbo-me mais e mais cada vez que me olho ao espelho, dizendo “Gabriela, aguenta-te, nada vai mudar!” Penso nisto e sei que muito provavelmente isto é o meu ponto fraco.

Gabriela Barbosa, n.º11 8ºH

(Este texto não é real. Escrevi-o como ficção, mas sabendo que muita gente pensa assim. Porém, não é o meu caso. Na verdade, foi uma forma que encontrei para usar/escrever as palavras todas do exercício de escrita!)