Os bichanos também são manhosos…
Fui passar as férias de verão numa aldeia.
Uma manhã acordei cedo, levantei-me e aproximei-me da janela. Abri-a e a luz do sol entrou no meu quarto.
Olhei lá para fora: as galinhas já tinham abandonado o galinheiro e andavam de um lado para o outro. O enorme gato branco da vizinha olhava para elas fixamente.
Olhei também. As galinhas pareciam entusiasmadas com a conversa. Tentei imaginá-la:
– Outra vez grãos de milho para o pequeno-almoço!- resmungou uma.
– Quem me dera que fossem migalhas de pão!- concordou outra.
– Pois eu prefiro minhocas.- concluiu uma galinha preta, apanhando uma e apressando-se a comê-la.
– Quando era criança não entendia o sabor das minhocas mas agora acho-as deliciosas.- disse uma galinha gorda e acastanhada aproximando-se duma árvore e deitando-se na sua sombra.
Olhei para cima e vi o gato da vizinha em cima da árvore preparado para um salto. Fiquei assustada: e se o gato apanhar a galinha?
O gato saltou. A galinha fez um grande esforço e conseguiu escapar deixando penas nas garras do gato.
As suas companheiras, assustadiças, esconderam-se também.
O gato deitou-se no chão fingindo adormecer. As galinhas saíram devagar dos seus esconderijos e, curiosas, aproximaram-se do gato que se levantou de um salto e já ia apanhar uma.
De repente, o gato deu um passo para trás e desatou a correr. Atrás dele corria um grande cão da rua que detestava gatos.
As galinhas esperaram um pouco para ver se o gato voltava e continuaram a sua conversa.
“Os bichanos também são manhosos”- pensei eu afastando-me da janela e saindo do quarto, pois toda a gente já acordou e estava na hora de ir tomar o pequeno-almoço.
Alexandra Piskunova, 6º C
O gato e os seus ciúmes
Era uma vez, um gato chamado Kiko, que morava numa quinta com o seu dono e os restantes animais. Ele era um gato muito ciumento para com as galinhas da quinta, pois o seu dono não gostava muito dele mas sim das galinhas.
Todos os dias quando o dono acordava, o gato ia ao galinheiro ver se conseguia roubar os ovos das galinhas e tentar matar uma delas. Como ele só recebia comida do dono, no fim de semana, o gato tinha de se alimentar de algo. Às vezes comia ratos, mas quando não os encontrava, tinha de comer os ovos e as galinhas mortas que caçava no galinheiro .
Isso acontecia todos os santos dias. O dono da quinta tinha muitos prejuízos pelas mortes das galinhas!Por causa disso, ele foi investigar o caso. Como não via nenhuma cobra, lobo, raposa, ou qualquer outro animal pensou que pudesse ser o seu gato a matar as galinhas. Esteve a vigiar, de longe, o Kiko durante algum tempo.
Passado meia semana, na quarta – feira, ele apanhou o seu gato a roubar uma das suas galinhas! Muito rápido foi atrás dele e quando o apanhou exclamou:
– Ah! És tu malandro, quem me rouba e mata as minhas galinhas! Vai haver um grande castigo para ti! Podes crer!
O gato só fazia aquilo para não morrer de fome, a partir daquele dia, foi expulso da quinta, mas, antes disso, antes do castigo, o seu grande amigo da quinta falou com ele:
– Kiko! Meu amigo, acho que este é o teu último dia para estares aqui comigo! Ouvi dizer que vais ser expulso da quinta!
O Kiko não conseguiu dizer nada ao amigo, porque foi arrastado para a rua, onde viveu o resto da sua vida.
Agora a quinta está mais tranquila, mas o amigo do Kiko, que ficou lá o resto da sua vida triste, sentiu a falta da presença do amigo.
Henrique Silva, 6ºC