Oficina de escrita
Imagina que és Bocage; vives dominado pelo espírito do Romantismo, acreditas, por isso, na morte por amor e no sofrimento como forma de estar vivo.
Produz uma página de diário, onde reflitas sobre o amor, o sofrimento amoroso e a morte de amor, da perspetiva de Bocage e dos românticos, como é evidente na ária de Martini.
Página de diário de um romântico incurável: Bocage
Lisboa, 1 de maio de 1800
Querido diário,
Hoje, busco inspiração no meu interior para relatar-te que, nesta suave manhã de primavera, nunca vi tão brandos olhos num alegre prado.
E, ah! o que aqueles olhos me fizeram, quando a vi tocar aquelas flores de mil cores, que explodiam vários aromas. Ouviam-se os pássaros amadores, com os seus versos modulados e seus ardores, que incitavam os meus olhares ardentes por entre as árvores sombrias. Mais tarde, vários animais a sorrir que, estando a alisar a erva, ela percorria com a maior pureza e até nas mais altas montanhas, onde deslizam os mais queixosos rios, se conseguia sentir o meu sofrimento, pois ela não me descobriu e, assim, fico isolado. Mas ai!, tudo o que vês, se eu não te vira, nesta manhã clara, me causara a mais triste noite!
Se eu puder morrer de amor, não há morte mais bela, porque, morte de amor, melhor do que a vida!
Até nunca,
Bocage
Inês Mota 10.º D