Tal como Martin Luther King, também Nelson Mandela «pregava a igualdade», defendendo que «somos todos braços da mesma árvore».
(Textos de opinião realizados em contexto de avaliação da Expressão Escrita)
Por alunos do 11.º Ano
Beatriz Duro | 11 C
Há temas sobre os quais nunca é demais falar. Igualdade é um deles. Certos conceitos devem surgir associados a este, não faria sentido falarmos de Igualdade se a ela não estivessem associados a Empatia, a Solidariedade, a Entreajuda, o Respeito, entre tantos outros. Todos temos a perceção da importância destes valores, no entanto, nem sempre nos lembramos deles.
Sou de opinião que, na sociedade atual, estamos cada vez mais absorvidos com nós próprios, como seres individuais. A rotina atarefada do dia a dia impede-nos, muitas vezes, de tirarmos tempo para valorizar o outro. Quantas vezes nos esquecemos de agradecer à nossa avó a comida que ela fez especificamente a pensar em nós, ao nosso pai a boleia para o shopping, à nossa irmã a peça de roupa emprestada, à nossa professora o carinho extra, quantas vezes damos o cuidado e a preocupação da nossa mãe como garantidos.
Ironicamente, tivemos algo que nos fez parar para refletir: uma pandemia obrigou-nos a uma reflexão sobre quem somos enquanto indivíduos e enquanto sociedade. Contudo, quando voltámos à rotina, voltamos a esquecer-nos da importância que os outros têm na nossa vida. Rapidamente deixámos de falar do esforço implacável de toda a comunidade médica quando mais precisámos deles.
A verdade é que é muito mais fácil focarmo-nos em nós e, só quando temos necessidade, lembrar-nos dos outros. Mas é um comportamento que precisa de ser corrigido. Pior do que tomarmos as pessoas como garantidas, é desvalorizá-las. Devemos recordar-nos de que cada um de nós é composto por um bocadinho diferente dos outros.
Gosto de pensar que qualquer pessoa que entre na nossa vida irá contribuir para o nosso crescimento. Quer a influência seja positiva ou negativa, fará a diferença na pessoa em que nos vamos tornar.
Giovana Monteiro Viana | 11 D
No contexto humano, fomos sempre dependentes uns dos outros, do nascimento ao meio social em que nos integramos.
Do meu ponto de vista, a premissa «Eu só posso ser pessoa através das outras pessoas» é válida, se considerarmos a genética (interpretação literal), na medida em que um casal se reproduz para a criação de outra pessoa. Assim, esta nova vida será dependente das pessoas que a colocaram no mundo, e consequentemente, conclui-se a validação deste argumento, em que esta nova pessoa é uma pessoa por causa de outras pessoas.
Outro contexto em que esta premissa pode ser considerada válida é no quesito social. De facto, a socialização com outros indivíduos é fundamental, tanto para o desenvolvimento pessoal e das relações sociais, como para a integração no mercado de trabalho ou na dinâmica política. Tornamo-nos realmente pessoas, quando interagimos com outras pessoas, descobrindo interesses pessoais e entrando numa jornada de autoconhecimento através do contacto com outros seres humanos. Como vivemos em sociedade, tornamo-nos pessoas através de novas experiências, novas sensações e novas atividades, como o trabalho ou a política. Em todos os casos, é necessário considerar as outras pessoas para haver um funcionamento adequado destas atividades.
Concluindo, esta premissa pode ser aplicada em todas as dimensões da vida, em que somos capazes de fazer a mudança através da força de vontade e considerando a igualdade, pois «só podemos ser pessoas através das outras pessoas».
Lara Bastos | 11 D
O meu EU só está completo quando os outros fazem parte «dele».
Na minha opinião, é a sociedade como um todo que faz de nós aquilo que somos enquanto indivíduos.
Em primeiro lugar, para sermos nós próprios, precisamos da contribuição de cada indivíduo que nos rodeia. Por exemplo, alguém que viva numa sociedade que não promova a tolerância e a aceitação nunca vai ter a sua individualidade totalmente validada, ou seja, nunca vai ter o seu Eu completo. Da mesma forma, a nossa identidade é muito influenciada pelos ideais da sociedade ou, melhor dizendo, da comunidade em que estamos inseridos. Apesar de podermos ser aquilo que queremos ser, sem influências, é quase impossível não termos hábitos provenientes da nossa comunidade. Somos quem somos, porque estamos inseridos num determinado grupo. Por exemplo, somos diariamente confrontados com pessoas do nosso meio, que nos influenciam com as suas opiniões. De cada uma retiramos uma parte, que vai constituir a nossa própria opinião.
Em conclusão, a nossa identidade é afetada e influenciada pelas pessoas e pelo ambiente em que vivemos.
Luís Miguel Costa | 11 D
O ódio pelo próximo, apenas pela diferença da cor da pele, da religião ou da sexualidade, é completamente injustificado. Vivemos num mundo que já se encontra devastado pelas alterações climáticas e, a acrescentar a isso, continuamos a valorizar a superioridade de uma raça ou religião, ignorando o facto de que pertencemos todos ao mesmo grupo, ao grupo dos seres humanos.
Ao olharmos para trás na cronologia humana, podemos ver grandes feitos, desde o fogo até a roda, desde a aterragem na lua ao primeiro smartphone. Foi em cada um desses momentos que se provou que a colaboração entre os homens nos catapulta para um futuro mais claro, independentemente da sua cor, das suas crenças ou do seu género.
Quando Nelson Mandela disse que «somos todos braços da mesma árvore», acredito que era a isso que se referia. Todos nós temos as nossas diferenças, porém, não deixamos de fazer todos parte da mesma árvore: a árvore humana. O ódio pode e deve ser combatido porque, ao contrário das características que nos definem, o ódio não é natural, é algo que se ensina e se aprende. Porém, da mesma maneira que se ensina o ódio, também se podem ensinar os valores da tolerância e do amor ao próximo, tal como defendiam Martin Luther King e Nelson Mandela.
Mariana Oliveira| 11 C
Todos nós, eu que escrevo e vós que ledes, somos seres humanos. Não digo que somos pessoas, pois há uma grande diferença entre ser-se Pessoa e ser-se ser Humano.
Aquilo que nos caracteriza como seres humanos é a nossa capacidade de raciocinar e de ter um pensamento crítico. Este é o único fator que nos distingue dos animais irracionais (porque, sim, nós também somos animais), mas afinal de contas, porque é que nem todos nós somos Pessoas? É muito simples. Acredito que a grande maioria de nós já experienciou ou tomou conhecimento de alguma crueldade que nos fez pensar: «Ele não tem sentimentos!» ou «Como é que ela foi capaz de fazer isto?». É nesses momentos de reflexão que temos a certeza de que somos, de facto, Pessoas.
As Pessoas sentem. As Pessoas importam-se com o bem-estar dos outros. As Pessoas aprendem desde sempre a ser Pessoas. Contudo, só podemos ser Pessoa através de outras Pessoas. Aqueles que espalham a bondade, a solidariedade e a gentileza fazem dos outros (de nós) seres humanos que também se tornarão Pessoas e também espalharão esses princípios. Por mais que queiramos negar, é impossível vivermos sozinhos; nós precisamos uns dos outros, precisamos do toque e do afeto uns dos outros. Por tais motivos, afirmo, novamente, que quem não tem nenhuma destas capacidades não pode ser uma Pessoa.
Considero, porém, que um dia o mundo entenderá a beleza de ser-se Pessoa, e deixaremos de viver num planeta apenas cheio de seres humanos.