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“Nos bons velhos tempos…”

(textos de opinião, produzidos no âmbito do Projeto-oficina Saber +)

 

           Quando me dizem “Nos bons velhos tempos” a minha reação é ou revirar os olhos (quando é dito a a meio de uma discussão) ou chegar perto da pessoa.

               Esta pequena expressão é usada para explicar o quão divertida e desafiante era a vida antes das tecnologias (ou “modernices”), quando os nossos pais ou avós nos veem a jogar Playstation no sofá. Pessoalmente, adoro as histórias que seguem esta fala tão icónica, especialmente se for a minha avó a contá-las, visto que passou muito tempo na Alemanha sem saber uma palavra quer de alemão quer de inglês. Porém, certas histórias são para criticar a nossa maneira de viver, o que me faz revirar os olhos, pois a nossa sociedade não é igual à sociedade de antigamente e, por vezes, não é possível fazer qualquer comparação.

               A derradeira pergunta aqui é: os velhos tempos são assim tão extraordinários? A minha resposta tanto é sim como não. Sim, mesmo agora vangloriamos os anos 60 e 80 seja pela moda, pela mentalidade ou pela música que ainda hoje é considerado algo “in”. Apesar disso também não podemos só pensar que as coisas boas foram feitas naquele tempo. A tecnologia, por exemplo, permite-nos contactar com qualquer pessoa ao redor do mundo com um simples clique. Isso é revolucionário e não foi criado “Nos bons velhos tempos”.

               Concluindo, cada um tem uma reação quando ouve esta expressão e ninguém escapa às reações, quando esta é dita.

                                                                                                                                          Ana Faria  12ºB

 

         Ao longo dos anos, a expressão “Nos bons velhos tempos” é constantemente repetida pelos mais velhos. Através da mesma, conseguimos observar o carinho e a alegria que esta causa naqueles que a mencionam.

        No meu caso, as pessoas que mais utilizam a expressão “Nos bons velhos tempos” são os meus avós. Estes usam-na, quando me contam histórias do seu passado e sempre que me falam de pessoas que causaram impacto nas suas vidas. Na sua perspetiva, esses tempos foram algo de extraordinário. No entanto, para mim, que não os vivi, não têm o mesmo valor.

       Efetivamente, no futuro vamos todos acabar por dizer o mesmo, quando nos recordarmos dos tempos de hoje em dia e vamos descrevê-los como extraordinários. Por exemplo, os nossos netos ouvirão de nós, exatamente, o mesmo que nós ouvimos hoje em dia dos nossos pais e avós.

       Em suma, não vivemos todos na mesma época nem passamos pelas mesmas memórias, mas, com certeza, a frase “Nos bons velhos tempos” trará sempre alegria a cada um que a mencione.

                                                                                                                                         Cátia Silva 12º B

 

          Na minha opinião, (entenda-se, como uma pessoa já nascida no século XXI), os “bons velhos tempos” de que muito ouço falar situam-se mais ou menos nos anos 70, 80 e 90, em que  viviam os membros da minha família. De facto, os meus familiares recordam uma época em que não existia muito do que há hoje, tal como os telemóveis, também conhecidos como uma peste (exceto o covid-19). Referem-se também a estilos tão diferentes, às músicas que tanto ouvimos, às pessoas e à sua forma de viver, bem distintas nos bons velhos tempos.

         Acho que essa foi uma época positiva, apesar de alguma escassez comparando-a com a atualidade, como é natural. Ainda assim creio que nasci numa época errada, pois gostava de ter vivido nesses anos para conseguir chegar ao presente e perceber o quanto a humanidade evoluiu em pequenos e grandes aspetos.

       Por fim, julgo, sinceramente, que deveria existir uma máquina do tempo que me pudesse transportar para um local onde a “grande música”, o “estilo vintage” e “ os bons velhos tempos” estivessem presentes.

                                                                                                                                Bernardo Sousa 12º B

 

Hoje em dia, e mais do que nunca, ouvimos frequentemente a famosa expressão “Nos bons velhos tempos…”. De facto, falamos de ou recordamos, quase diariamente, a nossa vida antes da pandemia. Lembramo-nos dos dias em que podíamos sair com amigos e familiares, sem nos preocuparmos com os “ajuntamentos” e recordamos a sensação de poder respirar o ar puro (sem que ele tenha de passar primeiro pelo “filtro” que agora nos segue para todo o lado).

Contudo, acredito que esta nova fase também possa ter alguns aspetos positivos. Como passamos mais tempo em casa, podemos tentar descobrir novos passatempos, aproveitando assim para nos distrairmos um pouco. Além disso, foi graças à pandemia que começamos a dar mais valor ao que perdemos, especialmente à nossa liberdade e daí a recordação nostálgica dos “bons velhos tempos”.

Concluindo, embora esta nova etapa esteja a ser um pouco complicada de ultrapassar, devemos acreditar que os “bons velhos tempos” voltarão bem como a nossa rotina.

                                                                                                                           Filipa Silva Pereira  12.º B

 

        A expressão “Nos bons velhos tempos…” é usado para evocar algumas memórias agradáveis (“bons”) que fazem parte do passado e de uma certa fase da vida de uma pessoa.

     A nostalgia que é evocada com esta expressão tende a suscitar um sentimento de saudade, porque, algumas vezes, é sentida a necessidade de recordar o passado por falta de identificação com o tempo presente. Assuntos como a música, a sociedade em si, a moda, a cultura e os comportamentos são os que mais provocam esta falta de identificação. E se repararmos, as faixas etárias que costumam recordar os “bons velhos tempos” são as mais velhas, e, em alguns casos, memórias do passado podem incluir momentos marcantes com pessoas que possam já não estar vivas ou contactáveis.

     Concluindo, a sociedade muda consoante os anos passam e muitas das pessoas que cresceram em tempos passados estão presas aos antigos costumes e rejeitam os novos. Pessoas já não presentes (com quem se estabeleceram laços fortes de ternura) levam às recordações dos “bons velhos tempos”.

                                                                                                                                   Hugo Silva, 12ºB

 

   

        Os “bons velhos tempos” remetem para épocas recordadas com muito carinho, visto que eram tempos práticos e com uma certa simplicidade.

       Geralmente, a frase “os bons velhos tempos ” é utilizada pela geração mais envelhecida, para explicar que antigamente as pessoas não dependiam da sua impressão digital e que viviam as suas vidas com uma rotina simples (casa, trabalho, igreja, lazer) com um único objetivo que consistia em ter uma vida sustentável.

       Na minha perspetiva, os anos prévios, apesar de não os ter vivido, foram tempos fenomenais. Foram tempos que abrangeram muitas mudanças em diferentes áreas: avanços tecnológicos e científicos, na medicina, na política, nos acontecimentos históricos (queda do muro de Berlim) assim como na cultura (música, artes).

       Na minha opinião, os “velhos tempos “deram início a coisas que são indispensáveis hoje em dia, tais como, o computador e os dispositivos móveis com o início das primeiras interfaces gráficas (Windows), atualmente incorporadas no mundo em que vivemos.

       Em síntese, os tempos antigos eram bons e devem ser guardados como a memória de uma vida feliz; porém, como tudo, o próprio mundo tem de evoluir.

                                                                                                        João Carlos Costa Camarinha 12º B

       

       O mundo está cada vez mais a mudar e já não é o mesmo desde há 50 anos, o que faz com que muitos utilizem a expressão “Nos bons velhos tempos…” para poder relembrar com carinho o passado e, de vez em quando, criticar o presente. Consigo entender o uso desta afirmação, embora não concorde com o facto de se glorificar tanto os tempos antigos.

        A nostalgia é um dos motivos pelo qual se usa tanto esta afirmação e, de vez em quando, este sentimento faz com que nós comparemos os tempos antigos com o tempo presente, mas, nestas circunstâncias temos de nos lembrar que existem também muitas coisas boas nos tempos atuais. Por exemplo, se não fosse por causa do avanço da tecnologia, neste momento de pandemia, estaríamos todos em casa sem ter aulas e também seria muito mais difícil produzir uma vacina. Também acredito que estes tempos, independentemente de terem sido bons, não são tão extraordinários e que este pensamento surge apenas por causa da nostalgia.

       Em síntese, na minha opinião, esta frase é utilizada, muitas das vezes, por causa da nostalgia inerente ao ser humano. Afinal, os tempos do passado não foram assim tão extraordinários!

João Paulo Sousa 12º B

 

       A expressão “nos bons velhos tempos” surgiu num momento de nostalgia de alguém, ao recorrer aos tempos passados para os comparar com os tempos atuais.

     Ora, atualmente, é cada vez mais comum ouvir essa expressão, porque o século em que vivemos é definido essencialmente pelo stresse generalizado e pelas tecnologias ameaçadoras.  É, portanto, frequente, recorrer às memórias dos “bons velhos tempos” para lembrar os tempos mais verdadeiros ou alegres, comparando-os com os tempos de atual mudança. De facto, é frequente ouvirmos da boca dos nossos familiares relatos sobre as brincadeiras de rua, descritas como tempos tranquilos ao ar livre, livres de cronómetros e de tecnologia. Comparando com a atualidade, vemos que o stresse “paira no ar” e as tecnologias são fundamentais no nosso quotidiano. Contudo, não quero defender que os tempos antigos eram melhores, uma vez que maus momentos também eram experienciados sobretudo devido à pobreza e à alta taxa de mortalidade.

   Em síntese, defendo que é essencial recordar os antigos momentos mais felizes, contudo não menosprezando os tempos atuais, que são também motivo de felicidade.

Jéssica Coutinho 12º B

 

     Os tempos antigos não são assim tão extraordinários, pois glorificam a destruição, a escravatura e a supremacia. Na verdade, a expressão “Nos bons velhos tempos…” é utilizada, especialmente, pelas pessoas mais velhas que não compreendem e têm dificuldade em acompanhar a evolução acelerada da tecnologia e de outros meios que ocorre a toda a hora.        

     Hoje, no entanto, se repararmos bem, nos países desenvolvidos, a população tem segurança, apoio do estado, assistência médica, entre outros serviços, o que não acontecia no passado, por isso é que eu prefiro os tempos modernos.

     Além disso, o passado é frequentemente descrito como eras de guerras atrás de guerras: no século XX, tivemos a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, onde a Europa e o resto do mundo ficaram desfeitos e destruídos. Deste modo, como é que é possível acharmos este passado tão extraordinário?

      É inegável que nos tempos antigos também ocorreram imensos acontecimentos e surgiram invenções que vieram a mudar o mundo por completo, como a Era dos Descobrimentos em que Portugal impulsionou a descoberta e delineação do mapa do mundo. Contudo, na época atual, surgem todos os dias imensos eventos que ultrapassam os que aconteceram outrora, como é o caso do envio dos astronautas para a lua pela Space X, que inaugurou uma nova era de viagens tripuladas comerciais.

      Em suma, o passado não é tão esplêndido e ilustre como os tempos modernos, pois a humanidade continua a evoluir tão rapidamente que os acontecimentos do passado passam a ser irrelevantes.

Flávia Ferreira 12.º B

 

        Ao longo da minha vida, fui ouvindo permanentemente a expressão “nos bons velhos tempos”, e sempre concordei com essa expressão, até há um ano atrás.

       Na minha opinião, é bom recordar o passado, afinal temos o privilégio de possuir uma memória para tal. Porém, acredito que o recordarmos também pode ser prejudicial, por vários motivos.

      Primeiro, pode impedir-nos de viver plenamente o nosso presente, visto que estamos muito ocupados a pensar no passado e, neste compasso, perdemos as coisas magníficas que possuímos hoje. Facilmente encontramos um exemplo significativo do que afirmo: basta observar as pessoas que, devido a esta pandemia, estão focadas no passado sem procurar uma maneira de aproveitar o seu presente.                        

     Por outro lado, rememorar constantemente o que já passou pode afetar-nos psicologicamente. Podemos transfigurarmo-nos em pessoas amargas, frias e sem qualquer objetivo de vida. Essa atitude é visível nas pessoas de idade que, devido à sua condição física atual, recordam os “velhos tempos” com olhos de tristeza e de amargura.

     Concluindo, apesar de ser bom recordar os bons e os maus momentos, estou convencida de que é indispensável viver de forma a aproveitar a vida e o que ela nos dá, sem nos prendermos demasiado ao passado.

Marta Alves 12º B

       

        Os “bons velhos tempos” são mencionados com frequência, naturalmente, pelas pessoas mais velhas e, na minha perspetiva, não passa de uma ilusão por parte das mesmas.

         É normal partilhar essa opinião com base no que vemos nas notícias – a infindável guerra na Síria, a atual crise pandémica, o aquecimento global – tudo isto aponta para uma sociedade em degradação e um planeta em colapso. Assumo assim, que é fácil tornarmo-nos pessimistas. Porém, não partilho da mesma opinião. Tanto a nível mundial, como a nível nacional, é indiscutível a mudança positiva de todos os indicadores de qualidade de vida dos cidadãos (a esperança média de vida, o nível de educação, a prosperidade do cidadão) e até mesmo a evolução da mentalidade do ser humano. E toda esta evolução, evidente e indiscutível nos dois últimos séculos, deveu-se, essencialmente, ao Iluminismo e às ideias que caracterizam este conceito – o primórdio da ciência sobre os cânones estabelecidos, do conhecimento sobre a ignorância, dos valores humanistas sobre a autoridade dos mais poderosos.

       Em conclusão, sabemos que não existem quaisquer garantias de que estes valores, que tão bem serviram a humanidade até hoje, continuem a acompanhar o progresso futuro. Mas sabemos também que se evitarmos o retrocesso e o regresso aos valores que perduravam anteriormente, seremos capazes de prolongar esta evolução em prol de uma humanidade mais próspera e feliz.

Marisa Santos Ferreira  12ºB

 

         A expressão «Nos bons velhos tempos…» é bastante utilizada, remetendo para os bons momentos vividos no passado.

       Esta frase faz-me reviver os tempos da minha infância, onde o meu maior problema era escolher com qual dos brinquedos iria brincar durante aquele dia inteiro em casa da minha avó. Contudo, apesar de ser óbvio que esta era uma vida descomplicada e sem aborrecimentos, todos nós queríamos crescer depressa demais, o que agora percebo claramente que foi um erro.

      Agora, anos volvidos da infância, é possível afirmar que essa foi a melhor fase da minha vida, rodeada de muitos amigos e de toda a família, algo que eventualmente se vai desvanecendo, visto que deixamos de ter tempo para esses momentos tão importantes e necessários.

      Na altura, como todas as crianças,  todos queríamos “ser grandes” e, hoje, que o somos, só queríamos poder regressar à infância.

 Rafaela Marques  12ºB

 

             Certamente que, em algum momento da vida, já todos proferimos a expressão «Nos bons velhos tempos…».

               Ora, esta expressão pode remeter para vários pontos de vista, por exemplo, para a recordação do passado, vários cenários onde fomos felizes e que, entretanto, foram mudando ao longo do tempo. Pode ser encarada como uma forma de evasão do presente ou até pode remeter para certos comportamentos ou atitudes que deveríamos ter tomado, mas que nunca chegaram a ser postos em consideração.

               No entanto, é importante compreender o passado, pois o seu conhecimento ajuda-nos a entender o porquê de as coisas terem evoluído como evoluíram, o que nos impede de cometer os mesmos erros. Porém, a constante contemplação dos «bons velhos tempos» pode vir a ser mórbida a partir do momento em que nos impede de apreciar o lado bom do agora que se vive. Na verdade, todas as épocas, pelas quais passámos, têm os seus problemas, mas não implica que se ande em sofrimento contínuo pelo facto de as boas memórias não poderem mais voltar.

               Concluindo, às vezes, é inevitável a comparação entre estes dois momentos e o assumir-se a preferência pelo passado, mas, afinal, a vida atual talvez não seja assim tão má para se persistir na memória desses «bons velhos tempos». 

                                                                                                                                Raquel Pardilhó  12ºB

 

     Quando ouvimos a expressão «Bons velhos tempos…», associámo-la de imediato ao passado, como se fosse uma época boa para recordar, o que é na verdade, mas, por vezes, tal como tudo na vida, este não é assim tão bom e pode ou não ser recordado com essa expressão.

     Na minha opinião, relembrar o passado é importante para a nossa vida, pois tudo o que vivemos torna-nos no que somos hoje. Quer os bons momentos quer os maus farão parte da nossa vida para sempre e, afinal, o que seríamos nós sem memória? Esquecer-nos-íamos dos momentos? Esquecer-nos-íamos das pessoas que fizeram parte da nossa vida e que hoje já não estão cá? Esquecer-nos-íamos dos momentos que nos transformaram nas pessoas que somos hoje? É exatamente por isso que eu acho que o passado é tão importante para nós, porque, para além de aprendermos com ele, é bom recordá-lo. O passado faz-nos querer recuar, voltar aos tempos de ingenuidade, de felicidade e de imaginação.

      No entanto, como já referi, nem tudo na vida é bom: existem momentos (dolorosos) que devem ser esquecidos e continuar bem enterrados no passado.

     Concluindo, os tempos antigos fazem parte da nossa história de vida e são importantes para o nosso presente, contribuindo, possivelmente também, para a construção do nosso futuro.

Renata Silva  12ºB

 

           A década de setenta foi maravilhosa e contribuiu para mudanças no mundo inteiro. Emergiram novas teorias, invenções, múltiplas criações artísticas (quer na música quer na arquitetura).

           Na minha opinião, os anos 70 e 80 do século passado foram tempos extraordinários. Em Portugal, em 1974, ocorreu um evento histórico que depôs o regime ditatorial do Estado Novo. Este movimento ficou conhecido por Revolução dos Cravos e é, sem dúvida, um dos mais importantes momentos históricos (senão o mais importante) da História de Portugal.

          Este tempo foi magnífico, pois nele surgiram gritantes invenções, tais como: o computador pessoal, que modernizou o sistema educativo (entre outros); o primeiro videojogo, criado num laboratório militar e que consistia em duas barras e um ponto. No entanto, aquele abriu o caminho para a indústria bilionária que conhecemos hoje.

          Muitas pessoas (com uma idade superior aos 40 anos) dizem que os objetos e eletrodomésticos da década de 80 tinham uma excelente durabilidade, enquanto hoje em dia, os que compramos funcionam apenas no período coberto pela garantia. Além disso, a infância dessas pessoas era muito mais feliz do que a das crianças de hoje, que nascem já com um telemóvel na mão.

          Concluindo, considero que a expressão “Bons velhos tempos…” remete para essa década, em que existia maior simplicidade, vivia-se a vida de forma mais tranquila, comparando-a à atualidade .

Válter Silva 12.º B

Texto descritivo sobre um animal, inspirado em OnjaKi

Papagaio


Sou um papagaio
E gosto de falar.
Se me escreveres uma música
Também a posso cantar. 
Também sou conhecido como loiro, 
mas não sou assim, 
a menos que faças uma 
permanente em mim. 
80 anos posso viver,
são muitos anos a render.
Piadas de rir, até mais não poder…
Não te safas seco, 
nem que te escondas
num beco!
Muitos nos metem em jaulas,
para nós darmos aulas de comédia,
mas só ensinamos  a média.
Tenho umas penas lindas
E muito coloridas,
que só de olhar 
começas a chorar!

Daniela Silva, 6ºB

 

Jaguar

     É um felino de porte grande, para ir às áreas de serviço precisa de ir pelos pesados e não pelos ligeiros. 
     Por ser também chamado de  onça-pintada deixo esta pergunta: 
 Será que ela é pintada ou gosta de pintar? 
     Ele é o terceiro, não de uma corrida, mas sim o terceiro maior felino, mesmo atrás do tigre e do leão. 
    Tem uma mordida poderosa, portanto cuidado:
mãos dentro dos bolsos e pés dentro dos sapatos!
     As suas presas são do tamanho de um taco de beisebol.

     Frequentemente convive com a onça e, certas vezes, até se sentam para jantar à luz das velas.
 
 

Bárbara Alves, 6ºD

 

 

Peixe Pedra

   O peixe pedra é um dos peixes mais sorrateiros e covardes do oceano.
     É venenoso e para caçar, camufla-se nas pedras, esperando que algum peixe pouse em cima dos seus espinhos. 
     É o campeão das escondidas no Oceano e está no top Ten dos peixes mais feios. 
Como come outros peixes, ninguém quer ser amigo dele. 
 Se algum humano, pisar nele, terá  vontade de amputar a perna …e atirá-la para fora.
Dizem que os peixes pedra estão entre os peixes mais mortíferos. Com um veneno potente nas suas barbatanas dorsais espinhosas e tão forte que até pode matar um ser humano. Possui ossos equivalentes a «canivetes» presos nos seus olhos.

Afonso Manuel,6ºD

 

Raposa Vermelha

    Eu sou uma raposa-vermelha, ou Volpe rossa, na Itália.
    Nós, raposas, temos sabedoria e astúcia, que incluem: mudar de forma, destreza, habilidades de observação, disfarce, camuflagem, invisibilidade, persistência, gentileza e velocidade.  Não simbolizamos apenas a astúcia e inteligência, mas também a capacidade de solucionar problemas, não de matemática, isso deixamos para os humanos, mas, por exemplo, se nenhum animal encontrar maneira de atravessar o rio, a raposa encontrará um tronco e o empurrará, ou encontrará um atalho.
   Os celtas, diziam que as raposas são guias no mundo espiritual, pois conhecem as florestas intimamente. No Japão, a raposa é considerada um dos espíritos da chuva e um mensageiro do Inari, o deus do arroz. Nas Tribos do norte a raposa era vista como mensageiro inteligente e nobre e na Tribos das pradarias, a raposa era considerada uma trapaceira, que gasta piadas pesadas ou, pior ainda, atrai a morte! 

   Dói as pessoas acusarem-me de coisas que eu obviamente faço!
   Mas, em geral, todos têm que concordar, que a raposa é o animal mais astuto, inteligente, sagaz e ágil da natureza.

Catarina Almeida, 6ºB

 

 

Girafa

Vive na savana, com aquele pescoço enorme.

Cuidado girafa, lembra-te: não podes ficar doente, pois não há cachecol que cubra esse teu longo pescoço!

Quando tiveres fome, come folhas, não estrelas, ainda ficas com a garganta arranhada!

Sofia, 6ºH

 

Tucano

    O Tucano voa pela floresta a exibir o seu bico, é tão vaidoso que mais parece um pavão. 
    Vive num clima quente, passa a vida a suar…

    Adora estar na copa, não a tratar da louça, mas a observar a paisagem.

    É uma ave que se encontra desde o México até à Argentina, tendo família em vários pontos do Mundo.

    O Tucano gosta de fruta, mas tem de comer insetos, senão fica de castigo a lavar a louça na copa.

     Há alguns com bom gosto,  vivem em florestas tropicais, mas será que eles estão sempre de férias?

Nuno Novo, 6ºD

 

Canguru 

O canguru é um animal mamífero que vive na savana. 
É malandro e saltitão.
É alto, com pernas curtas e tem uma bolsa. Parece uma mulher, com tanta coisa que lá deve ter…
 Pratica desportos tal como o boxe e o salto em comprimento, mas é melhor no boxe, até já derrotou o John Cina. 

João, 6ºD

 

Sou um ser de 4 patas, adivinhem quem eu sou?

    Sou um mamífero, da família dos canídeos e como primo tenho o lobo… Respeitinho, respeitinho, estes não são para brincadeiras, mesmo em minoria é preciso ter cuidado. 

    Sou também o melhor amigo do homem. Sim, penso que existe uma forte amizade.

   Além de ter um excelente olfato, a minha audição é ainda melhor, sou bom caçador e corredor vigoroso, mesmo quando sou um rafeiro. 

    Sou um figurão, uma figura importante, até em filmes de Hollywood já participei.

    É hora de desvendar o mistério:
    Sou o cão, o meu nome científico é Canis Lupos Familiaris

   No Brasil e em muitas partes do mundo sou conhecido por cachorro.

   Ai, o que  estás a pensar….não sou de comer. Não me confundas com cachorro quente, cheio de mostarda e queijo derretido, hum já estou com água na boca!

 . 
Beatriz Santos, 6º H

 

 

 

 

 

Eu sou uma pantera e à noite ninguém me vê , sou escura como a noite. 

Se me queres vencer numa corrida, boa sorte para ti , como-te primeiro e depois vou atrás de um javali.

Gosto de estar na sombra, às vezes consigo ser muito preguiçosa , mas se quiseres brincar, cuidado sou perigosa.

Sou muito linda,  até os reis  se vão curvar, mas como tenho 4 patas  torna-se difícil desfilar.

Gosto de carne fresca e fácil de apanhar, mas se for preciso lá vou eu ter de me levantar.

Tenho dentes fortes e não  preciso de os escovar , mas  tenho um hálito que faz pessoas desmaiar.

Gosto da minha casa, ela é muito confortável , protejo-a  com quantas patas for preciso.
Se quiseres entrar,  Ahah! novato, vais ter de ser comidooooo.

 

Beatriz Silva, 6ºB

 

 

Saber viver, saber morrer.

Durante a minha vida:

  Todos nascemos com um plano de construção diferente, somos todos diferentes, costumes diferentes, maneiras diferentes, mas no fim somos todos iguais, temos direitos iguais, somos todos humanos e temos um coração sendo bom ou mau, temos um.

  Nascemos bebés e morremos, não todos da mesma maneira nem da mesma idade, mas no fim morremos, passamos por uma grande experiência chamada vida. Nascemos da nossa mãe depois de nove meses de gravidez. Nascemos numa determinada data, uma data especial, vamos para o nosso novo lar conhecer o resto da nossa família. Aprendemos a beber e comer, mais tarde a gatinhar, subimos o 1º degrau da escada da nossa vida, onde fazemos o nosso 1º aniversário e apagamos a 1ª vela.

  Continuamos a subir e damos o 1º passo, sem ajuda de pessoa alguma, falamos a primeira palavra, mais tarde começamos a ver crescer os primeiros dentes de leite e a comer pela nossa pequena mão. Apagamos a 2ª vela e subimos mais um degrau na vida.

  Vão acontecer muitas coisas nesta etapa da vida, onde ficamos mais inquietos por saber como as coisas funcionam e acontecem, mexemos nisto e naquilo, sem nunca parar. Entramos para a creche, onde aprendemos a fazer muitas atividades, a interagir com outras crianças da nossa idade e fazemos os primeiros amigos que depois irão passar a melhores amigos. Fazemos 3, 4 e 5 anos e já subimos 5 degraus na vida. Entramos para o 1º ano, temos muito para aprender e aplicar no dia a dia. Passam-se uns anos e entramos para o 4º ano, que é muito especial porque é a passagem do 1º ciclo para o 2º.

  Deixamos saudades no coração dos colegas, dos amigos e da professora que nos viu crescer toda esta etapa da vida.

  Fazemos 10 anos, o aniversário mais importante, porque é a passagem de um algarismo para dois. Aí já subimos 10 degraus na escada da vida e vamos ficando mais velhos. 

  Passamos para o 5º, 6º e 7º anos, quando já temos 12 anos, significa que a nossa infância está a acabar e que já subimos 12 degraus. 

  Continuamos para o 8º,9ºe 10ºanos, onde nesta etapa da vida fazemos 15 anos e isso significa que a infância acabou e a adolescência começa. 

  11º e 12º ficam para trás, saímos da escola e vamos para a universidade. Agora nesta etapa da vida, cada um escolhe o que quer ser e estudar. 

  Aí faço 18 anos e tiro, durante alguns anos, um curso para poder ser astronauta. Acabou a faculdade e candidato-me, a ser astronauta, na NASA, e eles aceitam-me vendo o meu curriculum. Testam a minha experiência no campo. Preparam-me para ir para o espaço, durante mais ou menos 3 anos, numa ida a Marte.

  Chega o grande dia, em que vou num grande foguetão a esse planeta. 3 anos passaram e regressei, vi a minha família, amigos e colegas de trabalho. 

  Que grande felicidade, mais uns anos passaram e fui ao espaço muitas mais vezes.

  Reformei-me aos 65 anos. Nessa grande altura já tinha subido 65 degraus. Vou viver para a antiga casa de campo dos meus falecidos avós, com o meu marido e os meus filhos. Fui envelhecendo durante uns longos anos. Fiz 90 anos de vida, subi 90 degraus. 

  Acabei por falecer aos 95 anos, numa altura muito feliz, no dia anterior tinha visto os meus netinhos. 

 

Durante a minha morte:

  Ao morrer, fechei os olhos para todo o sempre e não os podia abrir mais, mesmo que quisesse. Morri, estou morta, não posso voltar a interagir com outro ser humano. Aceito o verdadeiro facto de estar morta, aceito sem problemas, afinal todos morremos. Acordei numa espécie de sonho, um sonho muito delicado e bonito. À minha frente tinha 10 anjos, com velas na mão, 5 de cada lado de dois grandes homens. Deram-me as boas vindas, disseram-me que estava no céu, no sítio, onde todos os meus antepassados tinham ido parar. 

  Agradeci por me terem recebido e aberto as portas. Agora estava instalada na casa do Céu, dos meus antepassados, a casa a que um anjo me tinha levado, uma casa de campo muito simples, pequena e bonita. Havia em redor, além do campo, uma aldeia com muitas casinhas simples, como a que eu tinha. 

  Comecei com a minha vida habitual, como tinha, antes de morrer, só que comecei do 0. Senti uma grande diferença, uma diferença muito incomum, era uma vida, muito mais calma e pacífica, onde não havia guerras, lutas, violência, roubo, dor, tristeza e sofrimento. 

  Era o paraíso, paisagens bonitas e relaxantes, pessoas felizes e compreensivas. Era tudo uma maravilha, pairava a alegria e a santidade governava, em tudo o que era lugar. Uns anos se passaram e eu já tinha 122 anos de vida, tinha feito muitos amigos, e tinha-me tornado uma professora de ensino especial, que ajudava no céu, crianças com deficiências. Gostava muito da minha vida quando era viva, mas se a quero comparar agora, com a nova vida, a vida do céu é muito melhor. 

  Passaram-se mais anos, e recebo a feliz e triste notícia que os meus filhos morreram e vieram para o céu, para junto de nós!

  Gostei dessa notícia e eles ficaram felizes por me verem a mim e ao meu marido. Também começaram a viver a sua habitual vida. 

  No tempo que eu tinha livre, ia tomar um café e comer uma nata, ao café que ficava no centro da aldeia, mas outras vezes, via os meus netos crescer e serem bons homens com um belo trabalho. 

  Os anos foram passando, deixei de trabalhar estava a ficar muito, muito, velha e fraca, mas não estava a sofrer. 

  Passava o dia a dormir numa cama, acordava só para comer, depois voltava a deitar-me e a dormir. Morri a segunda vez, mas desta vez não fui para uma dimensão nova. Colocaram-me novamente, num caixão de mármore, e colocaram-me numa prateleira, que ficava num templo, entre um vale, chamado Pai e Filho. Eu, dentro do caixão fui para lá, mas a minha família continuava a viver a sua nova vida no céu, enquanto a outra parte da família continuava a viver e a morrer. 

Daniela, 6ºB

Viagem marcante

    Até à data de hoje nunca fiz uma viagem que me tivesse marcado. Se me perguntassem qual era o meu destino de sonho, eu não conseguiria dizer, porque existem inúmeros países que eu gostava de visitar.

   Entre eles está a Índia: um país asiático, cuja capital é Nova Deli e fica numa região chamada subcontinente indiano. O território indiano delimita-se com o Paquistão, a noroeste; com a China, o Nepal e o Butão, a norte, e com o Bangladesh e Myanmar, a nordeste. Possui um território que abrange uma área de 3,3 milhões de km2, onde vivem cerca de 1,2 bilhões de pessoas (o que coloca o país em segundo lugar entre os países mais populosos do mundo).

    Se fosse para a Índia, tinha vários locais que adorava conhecer e tinha uma experiência para realizar. Para mim, este é um país com uma cultura fascinante, decorrente do facto de a principal religião ser o Hinduísmo. As casas indianas costumam ter um santuário, um dos atos de adoração envolve a oferenda de incenso e flores aos deuses. Além de orações, os mantras (sons divinos) são praticados pelo povo indiano. A gastronomia indiana caracteriza-se por ser bem condimentada com diversas especiarias. Outra particularidade deste país é os seus habitantes não comerem carne de vaca, pois é considerado um animal sagrado. Em relação à música, os indianos têm um estilo musical bastante alegre. As danças são também bastante conhecidas tal como o vestuário típico de lá. Em termos de locais turísticos, a parte que mais adorava visitar é o Taj Mahal, pela sua história e arquitetura, o Lago Pichola, o Templo de Akshardhm, as Grutas de Ajanta, entre outros. A experiência que eu adorava realizar lá era fazer voluntariado com crianças de rua e ajudá-las, isto é, ensiná-las e envolvê-las em diferentes atividades, auxiliar a equipa local nas atividades do dia a dia (como preparar refeições).

     A viagem à Índia ia ter um grande impacto na minha vida porque, ajudar outras pessoas, ia fazer-me muito feliz e este país é rico em cultura e monumentos.

 

Lara Portilha,nº9,10ºD

 

    Uma viagem que eu gostaria de fazer era à Etiópia.

   Pode pensar-se que é pouco mais que um deserto ou um palco de fome e miséria e até de guerra. De facto, a Etiópia não é destino para quem quer viagens fáceis e pouco desafiantes. Contudo, na verdade, a Etiópia é um país comovente. É um destino para quem quer ser impactado, tanto física como emocionalmente. A Etiópia é um dos países mais fascinantes de África, tendo um aceitável número de locais classificados como Património Mundial pela UNESCO. O património histórico e cultural da Etiópia tem a sua pérola maior nas inigualáveis igrejas escavadas de Lalibela, mas inclui também locais como as ruínas de Aksum ou a cidade fortificada de Harar Jugol, isto para além do Vale do Omo, onde habitam algumas das tribos mais exuberantes da Etiópia. Quanto ao património natural, destaque para as paisagens do Parque Nacional de Simien, localizado entre Gondar e Axum, no norte do país. Tudo somado não faltam atrações espetaculares na Etiópia.

   Esta seria a minha viagem à Etiópia, uma viagem que seria impactante na minha vida, que concretizaria um dos meus objetivos: poder ajudar as pessoas que estão a viver na miséria.

 

Augusto Maia n.º 3 10.º D

Página de um diário de um marinheiro dos Descobrimentos

Oceano Atlântico, 2 de novembro de 1501

       Querida Amélia,

 

         Está uma noite muito escura e barulhenta. Todos, na nau, estão agitados, incluindo eu.

      Uma grande tempestade encontrou-nos no meio do caminho e estamos a ficar sem soluções. O capitão não sabe o que fazer para nos salvar e os marinheiros continuam a tentar tirar a água da nau, mas é em vão. A tempestade está descontrolada. Trovões não param de cair do céu, o vento vai para todos os lados e a chuva cai com toda a sua força. As nuvens têm num cinzento tão escuro que se confunde com o azul da noite. A probabilidade de sobrevivermos é muito baixa; as velas estão rasgadas, o mastro está prestes a cair e ninguém vai conseguir tirar a água toda do porão. 

       Eu acredito que não conseguiremos sair ilesos desta situação, por isso, escrevo-te esta carta. Eu amo-te muito, a ti e ao nosso filho, Manuel. Vós sois a luz da minha vida e eu não sei o que seria de mim sem vós! Fico agradecido por tudo. Vou rezar a Deus para que tudo vos corra bem e esta carta possa chegar a ti.

      Infelizmente, terei de deixar a carta por aqui. O capitão e alguns dos meus colegas que sobraram precisam da minha ajuda. 

     

                                                                                  Para sempre no teu coração, 

                                                                                                                                        Joaquim

 

Ana Jesus, n.º 2, 10.º D

 

 

 

Oceano Atlântico, 25 de julho de 1529. 

            Querido Diário,  

           Hoje foi o dia mais assustador da minha vida, nunca senti tanto medo e impotência! Só de relembrar aquele momento, sinto calafrios! Tudo aconteceu tão rápido, foi como se o universo estivesse contra nós e tudo o que fazíamos para o navio não afundar era inútil. Por mais que eu sinta um desespero só ao recordar, vou contar com detalhes o que ocorreu naquele trágico dia. 

       Lembro-me de acordar cedo; o dia estava gracioso, o oceano estava tão calmo e belo que transmitia uma sensação de paz ao meu coração; sempre admirei o mar, pensava que tínhamos uma conexão, e não o culpo pelo que aconteceu. No final da tarde, o dia estava escuro e sombrio, a paz que eu sentia, desapareceu. Chovia e o vento estava muito forte, não éramos nós que controlávamos o navio e sim o vento. Sentia-me como uma marionete: a tempestade tinha ganho uma força inexplicável, o navio balançava de um lado para o outro sem piedade. A água do mar entrava por todos os lugares do navio, como se o quisesse o possuir completamente, e, com tudo isso a acontecer, o pior realizou-se: o navio afundou e, junto com ele, todas as minhas emoções boas. Eu e alguns marinheiros conseguimos segurar-nos em pedaços de madeiras que não foram completamente destruídos pela tempestade. Queria que o capitão tivesse tido a mesma sorte; porém, ele morreu com honra e dignidade. O navio tinha um valor significativo para todos, lembro-me dele dizer: “ Em grande parte, tu és o capitão do navio e o mestre da sua própria alma”, tal como dizia Robert Koppel. Não sei se foi sorte, mas a água trouxe-nos até uma ilha. 

    Estamos nessa ilha há algumas horas e eu já sinto que é uma eternidade. Eu e os marinheiros fomos explorar a ilha e encontramos uma árvore muito bonita, com frutos vermelhos. Todos estavam com tanta fome que comeram a casca, as sementes e as folhas dessa fruta misteriosa, essa fruta tinha um sabor único. Depois descobrimos que eram  frutas vermelhas da árvore de Teixo encontradas em toda a América do Norte, Europa e partes do Oriente Médio.  

 

 

 

                                   Em parte incerta do Oceano Atlântico, 26 de julho de 1529 

            Querido Diário, 

            Eu não sei o que está a acontecer! Após tantas coisas, eu e o resto dos marinheiros resolvemos descansar um pouco e esperar por ajuda. Porém, hoje, quando acordoei, vi que todos estavam em péssimas condições de saúde: alguns estão com dor de cabeça, tremores, pupilas dilatadas, tonturas, fraqueza e outros morreram. Alguns morreram enquanto eu dormia, sinto-me perdido, não sabemos o que nos fez tão mal, mas eu desconfio que foi aquela fruta misteriosa, eu devia ter pensado que essa fruta podia ser venenosa. Sinto que foi culpa minha, como posso ter sido tão inocente? O que me garante que eu não sou o próximo? O que devo fazer? Onde estou? 

Sinto dificuldades em respirar e o meu coração está muito acelerado; se eu morrer, pelo menos, devo despedir-me corretamente. 

Mãe, se estiveres a ler isto, nunca esqueças que eu te amo muito e que sinto a tua falta. Creio que a senhora estava certa, eu não devia ter tomado a decisão de me tornar marinheiro, pelo menos não agora. 

Pai, sei que tudo o que mais querias para a tua vida e para a minha era eu ser marinheiro. Realizei o sonho, é pena que isso tenha custado a minha vida; tudo o que eu mais queria era o teu amor e respeito, nunca esqueças que, acima de tudo, eu continuo a amar-te. 

Irmã, sei que a nossa família pode ser complicada, mas acima de tudo precisamos de nos manter unidos, não deixes que eles decidam o que deves fazer no futuro, sei que estás destinada a grandes conquistas, sempre estarás no meu coração. 

Agora que contei a minha história, posso morrer em paz… 

 

Um simples marinheiro

Martim Domingues.

 

Isabelle Silva, n.º 7, 10.º D