Arquivo mensal: Janeiro 2019

Encontro com a escritora

 

Sempre que recebemos na nossa escola um(a) escritor(a), habituámo-nos com os nossos professores a recebê-los bem. Por isso, preparámo-nos o melhor possível.

Nesse dia, 14 de janeiro, no auditório grande, foi a vez de Cristina Carvalho, filha de Rómulo de Carvalho/ António Gedeão vir à nossa escola. Recebemo-la com leituras, música, ilustrações, versos soltos, perguntas … e muitos aplausos.

Estávamos muito ansiosos, até nervosos com o aproximar da hora. Não sabíamos muito bem como tudo iria correr! Mas, tudo correu como o previsto. A escritora ficou muito contente da forma como as turmas de 6º, 7º e 8º anos conheciam o seu “ O gato de Uppsala” e nós ficamos a saber mais sobre a sua obra.

No final, a Banda Sem Nome (ainda), do Projeto “Sim, somos capazes” voltou a presentear-nos com a sua atuação. Seguiu-se a sessão de autógrafos e a oferta à escritora de um retrato de seu pai, feito por uma aluna de Artes.

 Este dia ficará na nossa memória por tudo aquilo que fizemos, vimos e ouvimos.

               Texto 6ºF

CICLO DE CINEMA

 

 

 

 

 

 

 

O Cinema Chama Por Ti!

No dia 16 de janeiro, recebemos, na nossa Biblioteca Escolar, a visita de um grupo de crianças do JI de Ribes! Em articulação com o projeto “Na Senda Dos Contos”, escutaram a história “Os Ovos Misteriosos” de Luísa Ducla Soares, contada por alunos da turma 10ºA. Seguidamente, apresentaram algumas impressões sobre a narrativa destacando uma personagem muito especial – uma galinha que cuida com muito carinho de todos os filhos, aparentemente diferentes… O reconhecimento da diversidade cultural e a sua valorização através da construção de sentimentos de solidariedade, amizade, partilha e cooperação foram graciosamente descobertos por estas crianças perspicazes.  Prosseguimos o caminho da (re)descoberta destes valores humanos com o visionamento da curta-metragem de animação “Piper” de Alan Barillaro, que consta do Plano Nacional de Cinema (PNC). Associamos, assim, mais uma vez, a leitura e a cultura fílmica tentando despertar o gosto destas duas formas de saber… e de prazer! Alguns trabalhos serão posteriormente,  publicados, aqui, no blog “Expresso Jovem”!

HOMENAGEM AO GATO DE UPPSALA

 

O grande e gordo gato de Uppsala

Não era mero felino de sala

E com os donos foi viajar

Pois por eles devia zelar.

Partiram os três para Estocolmo,

Deixando a sua casa de colmo,

Para o belo Vasa admirar

Antes de o lançarem ao mar.

 

Navio potente como aquele

No mundo não havia igual

Era o orgulho de toda a gente,

Naquele feliz reino distante,

De terras frias e branco luar.

 

Após cinco dias a andar

E temível fogo enfrentar,

Finalmente se foram sentar,

Às portas da bela capital.

 

Enquanto o casal aguardava,

No meio de vasta multidão,

A partida do que se considerava

A obra-prima da nação,

O gatito, de natureza curiosa,

Resolveu saltar para o chão.

E, num piscar de olhos,

O seu pequeno cesto deixou,

Silenciosa e sorrateiramente,

Na grande cidade se aventurou.

 

Donos, aconchego e segurança,

Isso tudo ficou para trás,

Pois foi mais forte a sua vontade

De correr em plena liberdade

Pelas ruas daquela cidade.

 

Ao aperceberem-se da falta

Do pequeno e querido animal,

Entraram os donos em pânico,

Esquecendo navio e viagem inaugural.

 

Após correria desenfreada,

E horas de sofrida incerteza,

Exaustos e de alma pesada,

Só lhes restava a tristeza.

 

Com lágrimas nos olhos

E amargura no coração,

Voltaram ao ponto de partida,

Ao ouvirem o ribombar do canhão.

 

No porto reinava a euforia,

A desordem e a agitação,

Tudo envolto numa gritaria

Que emanava da multidão.

 

No meio daquele alvoroço

Que lhes causava confusão,

O bichano foram encontrar

No seu cestinho a ressonar.

 O grande maroto voltara,

Como se nada se passara,

E o seu ronronar inocente

Contrastava com a tragédia

Que assolaria aquela gente.

 

De facto o navio poderoso,

Grande, seguro e tão formoso,

Pelo rei mandado construir,

Na água não soube fluir,

E mal rajada de vento soprou,

Indesejavelmente baloiçou.

Sem que ninguém o esperasse

Sobre o costado esquerdo se inclinou

E em menos de dez minutos,

No porto de Estocolmo se afundou.

 

Muitas das gentes que embarcaram

No negro das águas ficaram,

Outras agarrando-se à vida,

Com muita força bracejaram,

E ao abismo do mar escaparam. 

 

Pelo gato ter deambulado

Nenhum dos três morreu afogado

Quando a imperfeita nau alagou

No dia em que no mar se estreou.

 

Foi assim que um simples gato,

Sem nome e sem recato,

Os seus donos salvou da morte

E lhes trouxe grande sorte.

 

Este gato bem-aventurado,

Que de Uppsala viajou,

É o herói de uma história

Que Cristina tão bem contou.

Poema coletivo elaborado pela turma do 6.º A

A escritora Cristina Carvalho na nossa escola

 

 

A escritora Cristina de Carvalho esteve na nossa escola, numa sessão literária dinamizada por quatro turmas e respetivos docentes de Português, centrada no seu livro “O gato de Uppsala”, em articulação com a biblioteca escolar.

Esta atividade procurou celebrar a leitura como ato comunicativo, de liberdade e de criação, um espaço de encontro, criativo e inclusivo. A promoção da leitura saiu deste encontro literário certamente reforçada.

Os alunos apresentaram recriações da obra, da poesia à dramatização, a que se juntaram a música e a arte, com a exposição de diversos trabalhos dos alunos muito apreciados pela autora. As intervenções de todos os alunos foram extraordinárias, deixando a escritora visivelmente comovida e encantada com as atividades promovidas.

Cristina de Carvalho, filha do professor e poeta Rómulo Carvalho (António Gedeão), é uma autora com uma vasta obra: 18 livros já publicados, dos quais oito têm a chancela de qualidade do Plano Nacional de Leitura. A sua obra está traduzida em inglês, francês e italiano e foi publicada pela Editora Sextante/Porto Editora, Planeta Manuscrito, Relógio de Água e Edições Parsifal.

Com a sua obra “Olhar e a Alma, romance de Modigliani”, obteve o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores / RTP em 2016 e nas palavras de agradecimento que proferiu por essa distinção, dedicou também o prémio a todos os professores e alunos de todas as escolas que percorreu em Portugal e no estrangeiro.

 

A criatividade presente nos testes…

Texto A: Por que razão o céu é azul?

Tudo começou há muitos milhões de anos, no tempo dos dinossauros. Parecia um dia normal, até que, vindo do céu, um cometa gigante chocou com o nosso planeta, matando todos os dinossauros existentes. Com o choque, todo o céu se encheu de imediato de fumo e outros gases. Durante muitos anos, foi um céu muito escuro, sem cor. Mas um dia, passados milhões de anos após a tragédia, todo o fumo desapareceu como por magia e o céu ficou azul. Parecia um céu novo, mas, na verdade, era o mesmo de sempre, só que, desta vez, colorido com a alma de todos os dinossauros azuis daquela altura. Assim tudo se encheu de cor e a partir daí o céu nunca mais perdeu a sua cor, tornando-se um céu mais bonito, limpo e cheio das almas daqueles gigantescos seres vivos.

VASCO REIS – 8ºB

 

Texto B: A ave que coloriu o céu

Há muitos milhões de anos, na época em que o céu não tinha cor, existia uma espécie de ave muito diferente das espécies atuais. Era uma ave enorme, com olhos igualmente grandes e um bico arredondado. Tinha uma penugem e enormes asas que apresentavam vários tons de azul. Mas a característica principal que as diferenciava das restantes espécies era o facto de, por onde passasse, deixar um rasto azul no céu. Parecia que estava a colorir o mesmo, como se fosse uma tela em branco, pintada por esta magnífica ave! Com a luz do sol, as partes do céu pintadas ficavam com um tom azul claro muito bonito. Com o passar do tempo, estas aves foram colorindo o céu. Até ao dia em que uma catástrofe misteriosa fez com que a espécie se extinguisse. Nunca ninguém descobriu o que se tinha passado naquele dia, porém há pessoas que acreditam que as nuvens são partes do céu que não foram pintadas pelas aves azuis e outras acreditam que estas estão presas naquele vazio e que a chuva não passa das suas lágrimas.

SAMI HAJLEH – 8ºB