Saber viver, saber morrer.

Durante a minha vida:

  Todos nascemos com um plano de construção diferente, somos todos diferentes, costumes diferentes, maneiras diferentes, mas no fim somos todos iguais, temos direitos iguais, somos todos humanos e temos um coração sendo bom ou mau, temos um.

  Nascemos bebés e morremos, não todos da mesma maneira nem da mesma idade, mas no fim morremos, passamos por uma grande experiência chamada vida. Nascemos da nossa mãe depois de nove meses de gravidez. Nascemos numa determinada data, uma data especial, vamos para o nosso novo lar conhecer o resto da nossa família. Aprendemos a beber e comer, mais tarde a gatinhar, subimos o 1º degrau da escada da nossa vida, onde fazemos o nosso 1º aniversário e apagamos a 1ª vela.

  Continuamos a subir e damos o 1º passo, sem ajuda de pessoa alguma, falamos a primeira palavra, mais tarde começamos a ver crescer os primeiros dentes de leite e a comer pela nossa pequena mão. Apagamos a 2ª vela e subimos mais um degrau na vida.

  Vão acontecer muitas coisas nesta etapa da vida, onde ficamos mais inquietos por saber como as coisas funcionam e acontecem, mexemos nisto e naquilo, sem nunca parar. Entramos para a creche, onde aprendemos a fazer muitas atividades, a interagir com outras crianças da nossa idade e fazemos os primeiros amigos que depois irão passar a melhores amigos. Fazemos 3, 4 e 5 anos e já subimos 5 degraus na vida. Entramos para o 1º ano, temos muito para aprender e aplicar no dia a dia. Passam-se uns anos e entramos para o 4º ano, que é muito especial porque é a passagem do 1º ciclo para o 2º.

  Deixamos saudades no coração dos colegas, dos amigos e da professora que nos viu crescer toda esta etapa da vida.

  Fazemos 10 anos, o aniversário mais importante, porque é a passagem de um algarismo para dois. Aí já subimos 10 degraus na escada da vida e vamos ficando mais velhos. 

  Passamos para o 5º, 6º e 7º anos, quando já temos 12 anos, significa que a nossa infância está a acabar e que já subimos 12 degraus. 

  Continuamos para o 8º,9ºe 10ºanos, onde nesta etapa da vida fazemos 15 anos e isso significa que a infância acabou e a adolescência começa. 

  11º e 12º ficam para trás, saímos da escola e vamos para a universidade. Agora nesta etapa da vida, cada um escolhe o que quer ser e estudar. 

  Aí faço 18 anos e tiro, durante alguns anos, um curso para poder ser astronauta. Acabou a faculdade e candidato-me, a ser astronauta, na NASA, e eles aceitam-me vendo o meu curriculum. Testam a minha experiência no campo. Preparam-me para ir para o espaço, durante mais ou menos 3 anos, numa ida a Marte.

  Chega o grande dia, em que vou num grande foguetão a esse planeta. 3 anos passaram e regressei, vi a minha família, amigos e colegas de trabalho. 

  Que grande felicidade, mais uns anos passaram e fui ao espaço muitas mais vezes.

  Reformei-me aos 65 anos. Nessa grande altura já tinha subido 65 degraus. Vou viver para a antiga casa de campo dos meus falecidos avós, com o meu marido e os meus filhos. Fui envelhecendo durante uns longos anos. Fiz 90 anos de vida, subi 90 degraus. 

  Acabei por falecer aos 95 anos, numa altura muito feliz, no dia anterior tinha visto os meus netinhos. 

 

Durante a minha morte:

  Ao morrer, fechei os olhos para todo o sempre e não os podia abrir mais, mesmo que quisesse. Morri, estou morta, não posso voltar a interagir com outro ser humano. Aceito o verdadeiro facto de estar morta, aceito sem problemas, afinal todos morremos. Acordei numa espécie de sonho, um sonho muito delicado e bonito. À minha frente tinha 10 anjos, com velas na mão, 5 de cada lado de dois grandes homens. Deram-me as boas vindas, disseram-me que estava no céu, no sítio, onde todos os meus antepassados tinham ido parar. 

  Agradeci por me terem recebido e aberto as portas. Agora estava instalada na casa do Céu, dos meus antepassados, a casa a que um anjo me tinha levado, uma casa de campo muito simples, pequena e bonita. Havia em redor, além do campo, uma aldeia com muitas casinhas simples, como a que eu tinha. 

  Comecei com a minha vida habitual, como tinha, antes de morrer, só que comecei do 0. Senti uma grande diferença, uma diferença muito incomum, era uma vida, muito mais calma e pacífica, onde não havia guerras, lutas, violência, roubo, dor, tristeza e sofrimento. 

  Era o paraíso, paisagens bonitas e relaxantes, pessoas felizes e compreensivas. Era tudo uma maravilha, pairava a alegria e a santidade governava, em tudo o que era lugar. Uns anos se passaram e eu já tinha 122 anos de vida, tinha feito muitos amigos, e tinha-me tornado uma professora de ensino especial, que ajudava no céu, crianças com deficiências. Gostava muito da minha vida quando era viva, mas se a quero comparar agora, com a nova vida, a vida do céu é muito melhor. 

  Passaram-se mais anos, e recebo a feliz e triste notícia que os meus filhos morreram e vieram para o céu, para junto de nós!

  Gostei dessa notícia e eles ficaram felizes por me verem a mim e ao meu marido. Também começaram a viver a sua habitual vida. 

  No tempo que eu tinha livre, ia tomar um café e comer uma nata, ao café que ficava no centro da aldeia, mas outras vezes, via os meus netos crescer e serem bons homens com um belo trabalho. 

  Os anos foram passando, deixei de trabalhar estava a ficar muito, muito, velha e fraca, mas não estava a sofrer. 

  Passava o dia a dormir numa cama, acordava só para comer, depois voltava a deitar-me e a dormir. Morri a segunda vez, mas desta vez não fui para uma dimensão nova. Colocaram-me novamente, num caixão de mármore, e colocaram-me numa prateleira, que ficava num templo, entre um vale, chamado Pai e Filho. Eu, dentro do caixão fui para lá, mas a minha família continuava a viver a sua nova vida no céu, enquanto a outra parte da família continuava a viver e a morrer. 

Daniela, 6ºB

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