“Nos bons velhos tempos…”

(textos de opinião, produzidos no âmbito do Projeto-oficina Saber +)

 

           Quando me dizem “Nos bons velhos tempos” a minha reação é ou revirar os olhos (quando é dito a a meio de uma discussão) ou chegar perto da pessoa.

               Esta pequena expressão é usada para explicar o quão divertida e desafiante era a vida antes das tecnologias (ou “modernices”), quando os nossos pais ou avós nos veem a jogar Playstation no sofá. Pessoalmente, adoro as histórias que seguem esta fala tão icónica, especialmente se for a minha avó a contá-las, visto que passou muito tempo na Alemanha sem saber uma palavra quer de alemão quer de inglês. Porém, certas histórias são para criticar a nossa maneira de viver, o que me faz revirar os olhos, pois a nossa sociedade não é igual à sociedade de antigamente e, por vezes, não é possível fazer qualquer comparação.

               A derradeira pergunta aqui é: os velhos tempos são assim tão extraordinários? A minha resposta tanto é sim como não. Sim, mesmo agora vangloriamos os anos 60 e 80 seja pela moda, pela mentalidade ou pela música que ainda hoje é considerado algo “in”. Apesar disso também não podemos só pensar que as coisas boas foram feitas naquele tempo. A tecnologia, por exemplo, permite-nos contactar com qualquer pessoa ao redor do mundo com um simples clique. Isso é revolucionário e não foi criado “Nos bons velhos tempos”.

               Concluindo, cada um tem uma reação quando ouve esta expressão e ninguém escapa às reações, quando esta é dita.

                                                                                                                                          Ana Faria  12ºB

 

         Ao longo dos anos, a expressão “Nos bons velhos tempos” é constantemente repetida pelos mais velhos. Através da mesma, conseguimos observar o carinho e a alegria que esta causa naqueles que a mencionam.

        No meu caso, as pessoas que mais utilizam a expressão “Nos bons velhos tempos” são os meus avós. Estes usam-na, quando me contam histórias do seu passado e sempre que me falam de pessoas que causaram impacto nas suas vidas. Na sua perspetiva, esses tempos foram algo de extraordinário. No entanto, para mim, que não os vivi, não têm o mesmo valor.

       Efetivamente, no futuro vamos todos acabar por dizer o mesmo, quando nos recordarmos dos tempos de hoje em dia e vamos descrevê-los como extraordinários. Por exemplo, os nossos netos ouvirão de nós, exatamente, o mesmo que nós ouvimos hoje em dia dos nossos pais e avós.

       Em suma, não vivemos todos na mesma época nem passamos pelas mesmas memórias, mas, com certeza, a frase “Nos bons velhos tempos” trará sempre alegria a cada um que a mencione.

                                                                                                                                         Cátia Silva 12º B

 

          Na minha opinião, (entenda-se, como uma pessoa já nascida no século XXI), os “bons velhos tempos” de que muito ouço falar situam-se mais ou menos nos anos 70, 80 e 90, em que  viviam os membros da minha família. De facto, os meus familiares recordam uma época em que não existia muito do que há hoje, tal como os telemóveis, também conhecidos como uma peste (exceto o covid-19). Referem-se também a estilos tão diferentes, às músicas que tanto ouvimos, às pessoas e à sua forma de viver, bem distintas nos bons velhos tempos.

         Acho que essa foi uma época positiva, apesar de alguma escassez comparando-a com a atualidade, como é natural. Ainda assim creio que nasci numa época errada, pois gostava de ter vivido nesses anos para conseguir chegar ao presente e perceber o quanto a humanidade evoluiu em pequenos e grandes aspetos.

       Por fim, julgo, sinceramente, que deveria existir uma máquina do tempo que me pudesse transportar para um local onde a “grande música”, o “estilo vintage” e “ os bons velhos tempos” estivessem presentes.

                                                                                                                                Bernardo Sousa 12º B

 

Hoje em dia, e mais do que nunca, ouvimos frequentemente a famosa expressão “Nos bons velhos tempos…”. De facto, falamos de ou recordamos, quase diariamente, a nossa vida antes da pandemia. Lembramo-nos dos dias em que podíamos sair com amigos e familiares, sem nos preocuparmos com os “ajuntamentos” e recordamos a sensação de poder respirar o ar puro (sem que ele tenha de passar primeiro pelo “filtro” que agora nos segue para todo o lado).

Contudo, acredito que esta nova fase também possa ter alguns aspetos positivos. Como passamos mais tempo em casa, podemos tentar descobrir novos passatempos, aproveitando assim para nos distrairmos um pouco. Além disso, foi graças à pandemia que começamos a dar mais valor ao que perdemos, especialmente à nossa liberdade e daí a recordação nostálgica dos “bons velhos tempos”.

Concluindo, embora esta nova etapa esteja a ser um pouco complicada de ultrapassar, devemos acreditar que os “bons velhos tempos” voltarão bem como a nossa rotina.

                                                                                                                           Filipa Silva Pereira  12.º B

 

        A expressão “Nos bons velhos tempos…” é usado para evocar algumas memórias agradáveis (“bons”) que fazem parte do passado e de uma certa fase da vida de uma pessoa.

     A nostalgia que é evocada com esta expressão tende a suscitar um sentimento de saudade, porque, algumas vezes, é sentida a necessidade de recordar o passado por falta de identificação com o tempo presente. Assuntos como a música, a sociedade em si, a moda, a cultura e os comportamentos são os que mais provocam esta falta de identificação. E se repararmos, as faixas etárias que costumam recordar os “bons velhos tempos” são as mais velhas, e, em alguns casos, memórias do passado podem incluir momentos marcantes com pessoas que possam já não estar vivas ou contactáveis.

     Concluindo, a sociedade muda consoante os anos passam e muitas das pessoas que cresceram em tempos passados estão presas aos antigos costumes e rejeitam os novos. Pessoas já não presentes (com quem se estabeleceram laços fortes de ternura) levam às recordações dos “bons velhos tempos”.

                                                                                                                                   Hugo Silva, 12ºB

 

   

        Os “bons velhos tempos” remetem para épocas recordadas com muito carinho, visto que eram tempos práticos e com uma certa simplicidade.

       Geralmente, a frase “os bons velhos tempos ” é utilizada pela geração mais envelhecida, para explicar que antigamente as pessoas não dependiam da sua impressão digital e que viviam as suas vidas com uma rotina simples (casa, trabalho, igreja, lazer) com um único objetivo que consistia em ter uma vida sustentável.

       Na minha perspetiva, os anos prévios, apesar de não os ter vivido, foram tempos fenomenais. Foram tempos que abrangeram muitas mudanças em diferentes áreas: avanços tecnológicos e científicos, na medicina, na política, nos acontecimentos históricos (queda do muro de Berlim) assim como na cultura (música, artes).

       Na minha opinião, os “velhos tempos “deram início a coisas que são indispensáveis hoje em dia, tais como, o computador e os dispositivos móveis com o início das primeiras interfaces gráficas (Windows), atualmente incorporadas no mundo em que vivemos.

       Em síntese, os tempos antigos eram bons e devem ser guardados como a memória de uma vida feliz; porém, como tudo, o próprio mundo tem de evoluir.

                                                                                                        João Carlos Costa Camarinha 12º B

       

       O mundo está cada vez mais a mudar e já não é o mesmo desde há 50 anos, o que faz com que muitos utilizem a expressão “Nos bons velhos tempos…” para poder relembrar com carinho o passado e, de vez em quando, criticar o presente. Consigo entender o uso desta afirmação, embora não concorde com o facto de se glorificar tanto os tempos antigos.

        A nostalgia é um dos motivos pelo qual se usa tanto esta afirmação e, de vez em quando, este sentimento faz com que nós comparemos os tempos antigos com o tempo presente, mas, nestas circunstâncias temos de nos lembrar que existem também muitas coisas boas nos tempos atuais. Por exemplo, se não fosse por causa do avanço da tecnologia, neste momento de pandemia, estaríamos todos em casa sem ter aulas e também seria muito mais difícil produzir uma vacina. Também acredito que estes tempos, independentemente de terem sido bons, não são tão extraordinários e que este pensamento surge apenas por causa da nostalgia.

       Em síntese, na minha opinião, esta frase é utilizada, muitas das vezes, por causa da nostalgia inerente ao ser humano. Afinal, os tempos do passado não foram assim tão extraordinários!

João Paulo Sousa 12º B

 

       A expressão “nos bons velhos tempos” surgiu num momento de nostalgia de alguém, ao recorrer aos tempos passados para os comparar com os tempos atuais.

     Ora, atualmente, é cada vez mais comum ouvir essa expressão, porque o século em que vivemos é definido essencialmente pelo stresse generalizado e pelas tecnologias ameaçadoras.  É, portanto, frequente, recorrer às memórias dos “bons velhos tempos” para lembrar os tempos mais verdadeiros ou alegres, comparando-os com os tempos de atual mudança. De facto, é frequente ouvirmos da boca dos nossos familiares relatos sobre as brincadeiras de rua, descritas como tempos tranquilos ao ar livre, livres de cronómetros e de tecnologia. Comparando com a atualidade, vemos que o stresse “paira no ar” e as tecnologias são fundamentais no nosso quotidiano. Contudo, não quero defender que os tempos antigos eram melhores, uma vez que maus momentos também eram experienciados sobretudo devido à pobreza e à alta taxa de mortalidade.

   Em síntese, defendo que é essencial recordar os antigos momentos mais felizes, contudo não menosprezando os tempos atuais, que são também motivo de felicidade.

Jéssica Coutinho 12º B

 

     Os tempos antigos não são assim tão extraordinários, pois glorificam a destruição, a escravatura e a supremacia. Na verdade, a expressão “Nos bons velhos tempos…” é utilizada, especialmente, pelas pessoas mais velhas que não compreendem e têm dificuldade em acompanhar a evolução acelerada da tecnologia e de outros meios que ocorre a toda a hora.        

     Hoje, no entanto, se repararmos bem, nos países desenvolvidos, a população tem segurança, apoio do estado, assistência médica, entre outros serviços, o que não acontecia no passado, por isso é que eu prefiro os tempos modernos.

     Além disso, o passado é frequentemente descrito como eras de guerras atrás de guerras: no século XX, tivemos a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, onde a Europa e o resto do mundo ficaram desfeitos e destruídos. Deste modo, como é que é possível acharmos este passado tão extraordinário?

      É inegável que nos tempos antigos também ocorreram imensos acontecimentos e surgiram invenções que vieram a mudar o mundo por completo, como a Era dos Descobrimentos em que Portugal impulsionou a descoberta e delineação do mapa do mundo. Contudo, na época atual, surgem todos os dias imensos eventos que ultrapassam os que aconteceram outrora, como é o caso do envio dos astronautas para a lua pela Space X, que inaugurou uma nova era de viagens tripuladas comerciais.

      Em suma, o passado não é tão esplêndido e ilustre como os tempos modernos, pois a humanidade continua a evoluir tão rapidamente que os acontecimentos do passado passam a ser irrelevantes.

Flávia Ferreira 12.º B

 

        Ao longo da minha vida, fui ouvindo permanentemente a expressão “nos bons velhos tempos”, e sempre concordei com essa expressão, até há um ano atrás.

       Na minha opinião, é bom recordar o passado, afinal temos o privilégio de possuir uma memória para tal. Porém, acredito que o recordarmos também pode ser prejudicial, por vários motivos.

      Primeiro, pode impedir-nos de viver plenamente o nosso presente, visto que estamos muito ocupados a pensar no passado e, neste compasso, perdemos as coisas magníficas que possuímos hoje. Facilmente encontramos um exemplo significativo do que afirmo: basta observar as pessoas que, devido a esta pandemia, estão focadas no passado sem procurar uma maneira de aproveitar o seu presente.                        

     Por outro lado, rememorar constantemente o que já passou pode afetar-nos psicologicamente. Podemos transfigurarmo-nos em pessoas amargas, frias e sem qualquer objetivo de vida. Essa atitude é visível nas pessoas de idade que, devido à sua condição física atual, recordam os “velhos tempos” com olhos de tristeza e de amargura.

     Concluindo, apesar de ser bom recordar os bons e os maus momentos, estou convencida de que é indispensável viver de forma a aproveitar a vida e o que ela nos dá, sem nos prendermos demasiado ao passado.

Marta Alves 12º B

       

        Os “bons velhos tempos” são mencionados com frequência, naturalmente, pelas pessoas mais velhas e, na minha perspetiva, não passa de uma ilusão por parte das mesmas.

         É normal partilhar essa opinião com base no que vemos nas notícias – a infindável guerra na Síria, a atual crise pandémica, o aquecimento global – tudo isto aponta para uma sociedade em degradação e um planeta em colapso. Assumo assim, que é fácil tornarmo-nos pessimistas. Porém, não partilho da mesma opinião. Tanto a nível mundial, como a nível nacional, é indiscutível a mudança positiva de todos os indicadores de qualidade de vida dos cidadãos (a esperança média de vida, o nível de educação, a prosperidade do cidadão) e até mesmo a evolução da mentalidade do ser humano. E toda esta evolução, evidente e indiscutível nos dois últimos séculos, deveu-se, essencialmente, ao Iluminismo e às ideias que caracterizam este conceito – o primórdio da ciência sobre os cânones estabelecidos, do conhecimento sobre a ignorância, dos valores humanistas sobre a autoridade dos mais poderosos.

       Em conclusão, sabemos que não existem quaisquer garantias de que estes valores, que tão bem serviram a humanidade até hoje, continuem a acompanhar o progresso futuro. Mas sabemos também que se evitarmos o retrocesso e o regresso aos valores que perduravam anteriormente, seremos capazes de prolongar esta evolução em prol de uma humanidade mais próspera e feliz.

Marisa Santos Ferreira  12ºB

 

         A expressão «Nos bons velhos tempos…» é bastante utilizada, remetendo para os bons momentos vividos no passado.

       Esta frase faz-me reviver os tempos da minha infância, onde o meu maior problema era escolher com qual dos brinquedos iria brincar durante aquele dia inteiro em casa da minha avó. Contudo, apesar de ser óbvio que esta era uma vida descomplicada e sem aborrecimentos, todos nós queríamos crescer depressa demais, o que agora percebo claramente que foi um erro.

      Agora, anos volvidos da infância, é possível afirmar que essa foi a melhor fase da minha vida, rodeada de muitos amigos e de toda a família, algo que eventualmente se vai desvanecendo, visto que deixamos de ter tempo para esses momentos tão importantes e necessários.

      Na altura, como todas as crianças,  todos queríamos “ser grandes” e, hoje, que o somos, só queríamos poder regressar à infância.

 Rafaela Marques  12ºB

 

             Certamente que, em algum momento da vida, já todos proferimos a expressão «Nos bons velhos tempos…».

               Ora, esta expressão pode remeter para vários pontos de vista, por exemplo, para a recordação do passado, vários cenários onde fomos felizes e que, entretanto, foram mudando ao longo do tempo. Pode ser encarada como uma forma de evasão do presente ou até pode remeter para certos comportamentos ou atitudes que deveríamos ter tomado, mas que nunca chegaram a ser postos em consideração.

               No entanto, é importante compreender o passado, pois o seu conhecimento ajuda-nos a entender o porquê de as coisas terem evoluído como evoluíram, o que nos impede de cometer os mesmos erros. Porém, a constante contemplação dos «bons velhos tempos» pode vir a ser mórbida a partir do momento em que nos impede de apreciar o lado bom do agora que se vive. Na verdade, todas as épocas, pelas quais passámos, têm os seus problemas, mas não implica que se ande em sofrimento contínuo pelo facto de as boas memórias não poderem mais voltar.

               Concluindo, às vezes, é inevitável a comparação entre estes dois momentos e o assumir-se a preferência pelo passado, mas, afinal, a vida atual talvez não seja assim tão má para se persistir na memória desses «bons velhos tempos». 

                                                                                                                                Raquel Pardilhó  12ºB

 

     Quando ouvimos a expressão «Bons velhos tempos…», associámo-la de imediato ao passado, como se fosse uma época boa para recordar, o que é na verdade, mas, por vezes, tal como tudo na vida, este não é assim tão bom e pode ou não ser recordado com essa expressão.

     Na minha opinião, relembrar o passado é importante para a nossa vida, pois tudo o que vivemos torna-nos no que somos hoje. Quer os bons momentos quer os maus farão parte da nossa vida para sempre e, afinal, o que seríamos nós sem memória? Esquecer-nos-íamos dos momentos? Esquecer-nos-íamos das pessoas que fizeram parte da nossa vida e que hoje já não estão cá? Esquecer-nos-íamos dos momentos que nos transformaram nas pessoas que somos hoje? É exatamente por isso que eu acho que o passado é tão importante para nós, porque, para além de aprendermos com ele, é bom recordá-lo. O passado faz-nos querer recuar, voltar aos tempos de ingenuidade, de felicidade e de imaginação.

      No entanto, como já referi, nem tudo na vida é bom: existem momentos (dolorosos) que devem ser esquecidos e continuar bem enterrados no passado.

     Concluindo, os tempos antigos fazem parte da nossa história de vida e são importantes para o nosso presente, contribuindo, possivelmente também, para a construção do nosso futuro.

Renata Silva  12ºB

 

           A década de setenta foi maravilhosa e contribuiu para mudanças no mundo inteiro. Emergiram novas teorias, invenções, múltiplas criações artísticas (quer na música quer na arquitetura).

           Na minha opinião, os anos 70 e 80 do século passado foram tempos extraordinários. Em Portugal, em 1974, ocorreu um evento histórico que depôs o regime ditatorial do Estado Novo. Este movimento ficou conhecido por Revolução dos Cravos e é, sem dúvida, um dos mais importantes momentos históricos (senão o mais importante) da História de Portugal.

          Este tempo foi magnífico, pois nele surgiram gritantes invenções, tais como: o computador pessoal, que modernizou o sistema educativo (entre outros); o primeiro videojogo, criado num laboratório militar e que consistia em duas barras e um ponto. No entanto, aquele abriu o caminho para a indústria bilionária que conhecemos hoje.

          Muitas pessoas (com uma idade superior aos 40 anos) dizem que os objetos e eletrodomésticos da década de 80 tinham uma excelente durabilidade, enquanto hoje em dia, os que compramos funcionam apenas no período coberto pela garantia. Além disso, a infância dessas pessoas era muito mais feliz do que a das crianças de hoje, que nascem já com um telemóvel na mão.

          Concluindo, considero que a expressão “Bons velhos tempos…” remete para essa década, em que existia maior simplicidade, vivia-se a vida de forma mais tranquila, comparando-a à atualidade .

Válter Silva 12.º B