Texto de opinião a propósito das vantagens e desvantagens de nos mostrarmos aos outros tal como somos, prescindindo (ou não) de máscaras sociais.

  

Quem é que nunca escondeu o seu verdadeiro “eu” com medo da rejeição ou da crítica alheia?

  A verdade é que todos nós nascemos e crescemos em busca de aceitação por parte da sociedade, muitas vezes omitindo quem realmente somos ou mesmo criando personagens com características completamente opostas ao nosso “eu”.

  Pergunto-me se seremos verdadeiramente felizes quando todas as relações que estabelecemos ao longo da nossa vida são baseadas numa mentira.

   Claro que em certas ocasiões é essencial o uso de uma máscara social, por exemplo, se estivermos num momento festivo, num dia em que nos sentimos particularmente desanimados, muito provavelmente iremos optar por utilizar uma personagem que, por um lado, vai proteger a nossa intimidade do exterior e, por outro, irá promover a nossa inserção naquele meio. Não deixamos de nos sentir tristes naquele contexto, mas não é dessa forma que nos queremos apresentar, sendo, portanto, útil o recurso a uma personagem atenciosa e bem-educada que responda às exigências daquela situação e ao que é esperado pelo coletivo.

   Para além disso, podemos considerar que também existem máscaras que nos ajudam a reforçar a autoestima e a desenvolver as nossas capacidades, quando, por exemplo, temos de fingir que estamos seguros e à vontade num determinado papel. Mais tarde ou mais cedo essas características poderão passar efetivamente a fazer parte da nossa pessoa.

   Porém toda esta temática das máscaras sociais é demasiado perigosa. É preciso ter um domínio e um autocontrole fantásticos para não nos perdermos no meio de tantos “eus”. O que remete para uma outra questão: Será que temos uma real identidade para além de todas estas construções com que nos vamos enfeitando todos os dias?

   Sendo como for, a chave para sermos nós mesmos é não nos importarmos com o que os outros esperam de nós. De facto, nunca iremos agradar a todos e levar uma vida a tentá-lo é simplesmente esgotante, fazendo com que desta forma vivamos para os outros e não para nós.

Beatriz Penas, nº 12.º B

 

            Ao longo da nossa vida, ocorrem situações em que sentimos a necessidade de usar uma máscara para, por exemplo, escondermos certos sentimentos. Contudo, do mesmo modo que as máscaras trazem vantagens, também poderão ter desvantagens.

            De facto, um ponto positivo a favor do uso de máscaras seria a preservação da nossa saúde mental e bem-estar. Por vezes, mais vale fingir não ouvir algumas opiniões, ou até fingir concordar com elas, não criando discussões desnecessárias que nos poderiam deixar transtornados.

            Do mesmo modo, a criação responsável de diferentes personagens/personalidades pode ajudar-nos a ultrapassar obstáculos que nos aparecem na vida. Por exemplo, tentar passar um ar mais confiante numa apresentação oral, aumentando as probabilidades de obter uma melhor nota.

            Apesar de tudo, as máscaras sociais também trazem algumas desvantagens ao ser humano. Parece-me evidente que se uma pessoa passar o tempo todo a desempenhar um papel, terá uma grande probabilidade de perder o seu verdadeiro “eu”.Desta forma a sua personalidade irá desaparecer e nunca conseguirá ter amigos que a amem e respeitem pelo que é.           Além disso, sentir-se-á triste e confusa para o resto da sua vida, não sendo capaz de se identificar quando se olhar ao espelho.

            Concluindo, devemos sempre manter-nos fiéis a nós próprios, enquanto, de maneira saudável e responsável, nos adaptamos ao ambiente que nos rodeia, escondendo, por vezes, certos traços da nossa personalidade.

Eva Rocha, 12.º B

 

          Na minha opinião, podemos entender as máscaras sociais como os papéis ou as personagens que desempenhamos em diferentes etapas da nossa vida e que são fundamentais para garantir a nossa adaptação social.

                 Efetivamente, o nosso verdadeiro “eu” certamente já escondeu ocasionalmente alguma coisa, por medo do que dirão, por insegurança, receio da rejeição e da crítica. Consequentemente, muitas vezes, não mostramos aos outros como realmente somos. No entanto, não importa o que fizermos ou como nos mostramos, pois nunca iremos agradar a todos.

                  Assim, o melhor de sermos nós mesmos é que para além de podermos ser puros, autênticos e obter bem-estar, as pessoas que nos aceitam, quando o fazem, fazem-no pelo que nós somos de verdade.

                  Em suma, sermos aceites, sendo nós mesmos, é uma grande libertação. Não devemos tentar agradar ao outro e satisfazer as suas expectativas, porque, em última instância, só quando mostramos o que realmente somos é que estabelecemos relações verdadeiras.

Rafaela Teixeira 12.º B

 

              Atualmente, uma grande parte da sociedade tem medo de mostrar aquilo que realmente é. As pessoas “escondem-se” não só para ter mais visibilidade aos olhos dos outros, como também para não se sentirem julgadas.

            De facto, existe uma percentagem de humanos que acredita que precisa de ter para ser. Por causa disso, criam e exibem máscaras sociais que espelham o que gostariam de ser materialmente (roupa, joias, carros, estatuto, corpo esculpido, reconhecimento social, entre outros). Preferem viver para fora a viver para dentro, entrando, assim, em sofrimento e necessidade sufocantes de mostrar o que não têm, nem são, unicamente, para alimentar o seu ego.

             Por outro lado, há pessoas que têm receio e vergonha de mostrarem a sua verdadeira identidade, por terem medo de não serem aceites tal como são e serem julgados pelos seus gostos ou comportamentos, pondo sempre uma máscara para que não sejam sujeitas ao juízo social.

            Apesar disso, vivermos a nossa vida sem máscaras sociais é das melhores sensações que podemos ter. Viver sem sentir pressão das outras pessoas, fazermos as nossas escolhas honestas de acordo com a nossa natureza e desejos, aproveitar a vida “sem filtros”. Não são as nossas roupas, o estatuto, as medalhas, as conquistas e os bens materiais que definem o que nós somos, e muito menos que permitem o nosso verdadeiro bem-estar.

            Resumindo, acredito que se as pessoas ultrapassarem as suas  inseguranças e ignorarem a opinião dos outros (pois não somos o que temos), conseguirão atingir a paz interior. Tocarão a liberdade (de ser elas próprias com tudo o que são e têm dentro do seu coração) e, assim, a verdadeira felicidade.

Inês Ribeiro nº8, 12.ºD