Arquivo da Categoria: História e Geografia de Portugal

“ O regresso da Malta das Naus” , teatro na escola

No âmbito da disciplina de História e Geografia de Portugal, no dia 15 de maio , os alunos do 5º ano assistiram a uma dramatização levada a cabo pelos alunos da Sala Simbiose em parceria com o Centro de Inclusão Social  (CIS), orientados pelo professor Luís Baião, intitulada “ O regresso da Malta das Naus”. A mesma teve como objetivo motivar os alunos para um importante e rico período da história de Portugal os Descobrimentos e Expansão marítima portuguesa, do qual Portugal foi o pioneiro no século XV.

Os alunos demonstraram muito interesse e aplaudiram o trabalho realizado por todos os intervenientes.

Aos alunos ao professor Luís Baião, e às colaboradoras do CIS  OBRIGADA

O grupo de HGP

 

Opinião da turma do 5ºA sobre a peça de teatro (texto coletivo)

    Gostamos muito de assistir à peça de teatro «O regresso da Malta das Naus» que para além de educativa, pois abordava os descobrimentos portugueses e a vida a bordo das naus no século XV, foi muito engraçada.

   A peça começou com uma referência à copa do mundo para depois contar a viagem de Vasco da Gama e a sua chegada à India. Ao longo da atuação, os atores interagiram connosco, fizeram piadas e explicaram, de forma divertida, as dificuldades da  viagem e as difíceis condições de vida nas naus.

   Consideremos que foi uma forma ótima de contar um acontecimento importante da história do nosso país e sem dúvida que aprendemos coisas interessantes sobre os descobrimentos. Para além disso a atuação foi muito ativa e divertida com os efeitos de luzes, a música, as danças, as máscaras  e as partes cómicas. Este espetáculo alegrou o dia de toda a gente, pelo que, aos elementos da sala SIMbiose e ao professor Luís Baião um muito obrigado por nos proporcionarem momentos tão alegres.

                      Alunos do 5º A

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A propósito do 25 de abril…

Foi lançado um desafio aos alunos do 5º E, do 5º F e 5ºD em fazer uma pequena entrevista a um familiar que tenha vivido o 25 de abril de 1974 e foi bem acolhido. Foram sugeridas as seguintes questões:

1 – Que idade tinha a 25 de abril de 1974?

2 – O que fazia nessa altura?

3 – Que lembranças tem desse dia?

 

A avó da Madalena Correia, Mª Alice Dias, tinha 17 anos e trabalhava numa fábrica de sapatos, em Lourosa. Nessa manhã, estavam todos a trabalhar quando souberam que estava a acontecer uma revolução! Foram todos para a rua, sem entender muito bem o que se passava. Só muitas horas depois é que vieram a saber que o regime tinha acabado. Como eram proibidos de falar e de conviver, tornava-se muito difícil entender a situação. Na sua rua vivia um informador da PIDE que denunciava qualquer conversa sobre as críticas ao regime político. Se fossem apanhados, seriam presos e torturados. Como tinha muito medo, não falava com ninguém, apenas ia trabalhar e voltava para casa.

 

O avô da Matilde Pinho, Dionísio Pinho, tinha 32 anos e estava numa obra a fazer serviços de pichelaria. Lembra-se que, inicialmente, ficaram assustados. Depois, perceberam que o país iria iniciar uma democracia e isso deixou-os mais alegres.

 

A avó da Carolina Ferreira, Rosa Coutinho, tinha 11 anos e estava em casa. Lembra-se de ouvir muitos aviões e helicópteros, as pessoas estavam aflitas, sem saber o que se passava. Até que se ouviu dizer que estava a acontecer uma revolução.

 

O avô da Carolina Ferreira, António Coutinho, tinha 10 anos e estava na escola. Teve que ir embora da escola, pois dizia-se que ia haver uma revolução!

 

A avó da Mª Leonor Gomes, Conceição Sousa, tinha 18 anos e trabalhava numa fábrica de confeções. Lembra-se de haver muitas movimentações, entre pessoas comuns e os soldados. As pessoas estavam atentas ao que a rádio dizia e sentiam medo do que pudesse acontecer.

 

A avó da Maria Teixeira, Leopoldina Loureto, tinha 15 anos e estava na escola. As escolas fecharam e teve de ir para casa. O seu pai colocou a bandeira nacional à janela.

 

O bisavô da Anna Rita, Joaquim Alves, tinha 30 anos e trabalhava num armazém de vinhos. Os chefes da empresa foram ter com os funcionários e mandaram-nos para casa, pois não se sabia o que podia acontecer.

 

O avô do Simão Caldas, Artur Sousa, tinha 13 anos. Frequentava a escola e ajudava o seu avô no talho. Quando soube da notícia da revolução, estava a ir para a escola e ficou muito feliz, pois iriam ficar livres do regime do Estado Novo. Nessa altura, as pessoas não tinham o direito de liberdade de expressão e lembra-se que perto de si, vivia um informador da PIDE.

 

O avô do Filipe Mesquita, Manuel Reis, tinha 10 anos e estava na escola. Lembra-se que ficou cheio de medo, porque se dizia que vinha aí uma guerra muito grande e muitos soldados para a combater.

 

O avô da Luana Sabença, David Sabença, tinha 17 anos e era motorista em Gaia. Quando saiu, viu muitos carros do exército e ficou espantado com a situação. Chegou a casa, ligou a televisão e percebeu que se falava de Liberdade. Aí, começou a entender o que se estava a passar.

 

O avô da Matilde Santos, tinha 22 anos e estava em Lisboa, na rua do Carmo. Marchava na tropa e aí ficou até ao 1º de maio.

 

O avô da Matilde Almeida, António Almeida, tinha 7 anos e andava na 1ª classe. Lembra-se que havia muitas pessoas nas ruas, com cravos nas mãos e os soldados com armas e cravos. Vivia no Porto e nesse dia não foi para a escola. O pai foi para a rua e a mãe ficou com ele em casa. Gritavam “ Liberdade” e “ O fim da ditadura”. No final cantaram o hino de Portugal.

A avó da Íris Sousa, Fernanda Silva, tinha 29 anos e era camiseira. O avô estava na guerra em Moçambique. Nesse dia, ela parou de trabalhar, saiu de casa e viu uma enorme multidão que atirava cravos.

 

A avó da Mariana Fonseca, Deolinda Costa, tinha 15 anos e trabalhava numa fábrica de fazer flores em tecido. Estava a trabalhar, quando começou a ouvir as colegas a falarem de uma manifestação em Lisboa. Falava-se de Liberdade e contra o fascismo! No fim do dia, ela estava muito feliz, porque já podia falar sem medos.

 

O avô da Lara Santos, Alberto Rocha, tinha 23 anos e era camionista. Lembra-se que parecia um dia igual aos outros, até que ouviu durante a madrugada a música de Zeca Afonso, “Grândola, Vila Morena” e percebeu que algo de muito diferente estava a acontecer!

 

A avó do Gonçalo Correia, Felicidade Santos, tinha 25 anos e era costureira. Lembra-se do medo que sentiu ao passar a ponte D. Luís, por haver muita polícia armada.

 

A avó do Gabriel Fonseca, Rosalina Pinto, tinha 22 anos e trabalhava numa empresa na Sª da Hora. Tem lembranças desse dia, mas não sabia o que estava a acontecer.

 

A avó do Leandro Carvalho, Prudência Carvalho, tinha 28 anos fazia os trabalhos domésticos e era costureira. O avô, Joaquim Carvalho, tinha 32 anos e trabalhava numa fábrica de moldes. Ambos perceberam, logo de manhã cedo, que foi um dia de grande felicidade e o primeiro dia de Liberdade.

A avó da Caroline Gonçalves, Olinda Pinto, tinha 14 anos e frequentava o liceu Almeida Garrett. Ela foi para a escola, mas não houve aulas. Lembra-se que nos meses seguintes foi tudo muito confuso.

 

A tia da Lara Martins, Lucinda Oliveira, tinha 11 anos e estava na escola. Lembra-se que a irmã trabalhava no Porto, numa fábrica e que nesse dia fechou mais cedo. Ouviu falar que os soldados saíram à rua juntamente com o povo reclamar a Liberdade, cujo símbolo se tornou o cravo vermelho.

 

A avó do Martim Pinto, Maria Soares, tinha 15 anos e era aprendiz de costureira, no Porto. Lembra-se que nesse dia, quando quis regressar a casa, ao chegar à ponte D. Luís, os militares não a deixaram passar e por isso teve que ficar em casa da senhora onde andava a aprender a costurar.

 

O avô da Leonor da Silva,  tinha 22 anos e estava na Bélgica como refugiado de Portugal. Lembra-se que nesse dia  estávamos numa ditadura e passámos a viver  na democracia.

 

O avô da Ariana Vasconcelos,  tinha 12 anos. Nessa altura ele trabalhava num café perto de casa a lavar chávenas. A lembrança que ele tem é que foi para casa porque o café fechou e ele ficou todo feliz.

 

O avô do Diego Caccia,  Antônio Valdir Caccia (65 anos) é brasileiro e sempre morou no Brasil. No dia 25 de Abril de 1974, ele tinha apenas 15 anos e trabalhava como empacotador num supermercado. Infelizmente, ele não se recorda de assistir ou ler qualquer notícia sobre a Revolução em Portugal. Com o passar dos anos, ele estudou e entendeu a importância desta data para os Portugueses.  Lamenta por não se recordar exatamente do fato daquele dia e ano.

Visita de estudo ao Museu do Holocausto

 

 

     No dia 9 de novembro de 2022, quarta-feira de tarde, as turmas de sexto ano fizeram uma visita de estudo ao Museu do Holocausto, na cidade do Porto.

    Estávamos muito ansiosos! Já há muito tempo que não fazíamos nada semelhante. A pandemia criou-nos muitas dificuldades…

     Entrámos na camioneta pelas 14 horas e chegámos lá por volta das 14:30.

   Como se evocava o 84º aniversário sobre “A noite dos Cristais” ficámos um pouco à espera para entrar. Várias escolas e muitas turmas tinham aceitado o convite do museu para estarem presentes nesta evocação.

   Entrámos por volta das 15 horas e posso dizer que foi uma boa experiência. Descobri mais sobre a perseguição aos judeus e todo o sofrimento que viveram.

    O museu não é muito grande e estava muita gente. Às vezes, sentimos muito calor e uma sensação de abafado. Acho que não foi só isso! As imagens dolorosas que vimos também nos provocaram muitas emoções!

   Vimos que as «camas» eram muito desconfortáveis. Num pequeno espaço escuro podiam dormir muitas pessoas mal agasalhadas e sem quaisquer condições. A magreza e os olhares tristes daqueles homens e mulheres revelavam o sofrimento imenso em que viveram.

  Mas, tirando a tristeza que vimos, esta visita foi incrível. Fizemos uma homenagem a todos os que sofreram e morreram naqueles campos de concentração.

     Chegamos à escola antes das 17 horas.

    Amei a visita de estudo!

    Gostaria de mais vezes poder sair da escola, ver e aprender coisas novas.

Iara Borges, 6.ºH

 

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“O Museu do Holocausto do Porto foi criado em 2021 pela Comunidade Judaica do Porto
(CIP/CJP) em parceria com a B’nai B’rith International e outros museus do Holocausto. Os
visitantes podem ver a reprodução dos dormitórios de Auschwitz, assim como uma sala de
nomes, cinema, sala de conferências, centro de estudos, corredores com os temas
tradicionalmente abordados relativamente à temática e fotografias e ecrãs exibindo filmes
reais sobre o antes, o durante e o depois da tragédia. Tem como missão partilhar com a
sociedade em geral os documentos e os objetos deixados pelos refugiados na Sinagoga do
Porto, durante este período; investir no ensino e na formação profissional de educadores;
promover exposições e apoiar a investigação.”

A organização da visita agradece a oportunidade dada pelo museu de  o visitarmos de forma gratuita, garantindo o transporte de todas as turmas  de 6ªano e respetivos professores.

A escravatura no Império Português do séc. XVIII

Os escravos africanos

    No século XVII e XVIII a plantação da cana-de-açúcar no Brasil, era a maior fonte de dinheiro  do império português, mas a produção da cana-de-açúcar era muito demorada e árdua, sendo precisos escravos.

    No início, foram usados os índios do Brasil, mas eles não estavam habituados a fazer um trabalho tão difícil , o que levava a que muitos morressem e outros fugissem para o interior. Por isso, os portugueses precisavam de outro tipo de escravos. Tiveram de se virar para as suas outras colónias, neste caso foram as colónias em África.

    Havia muitas tribos rivais em África, quando uma tribo era derrotada, a tribo vencedora vendia os derrotados a Portugal.

    Os escravos africanos eram transportados em navios negreiros, em péssimas condições até ao Brasil, provocando a morte de muitos na viagem. Os que sobreviviam eram vendidos e obrigados a trabalhar nas plantações da cana-de-açúcar e, mais tarde, nas minas de ouro.

   Esta época do império português foi um caos: algumas pessoas importantes tinham uma vida incrível e estavam cada vez mais ricas, enquanto os escravos só sofriam ou seja “Riqueza para uns, miséria para outros”.

 

Nuno Duarte Lima Novo, 6.ºD

               

       Os bandeirantes (grupos de colonos armados que organizavam expedições para explorar o interior do Brasil) descobriram as primeiras minhas de ouro nas regiões de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. A febre do ouro provocou um aumento da saída de colonos portugueses para o Brasil.

                Quando estes chegaram ao Brasil, começaram a escravizar a população indígena, o índio brasileiro, que ou adoecia ou fugia para o interior. Surgiu então a necessidade de procurar mão-de-obra mais resistente para trabalhar na produção do açúcar e na exploração das minas. Os portugueses encontraram essa mão-de-obra em África, nas suas colónias.

                Os escravos eram capturados no continente africano por tribos rivais e vendidos aos portugueses. A viagem era longa entre a África e o Brasil. Nos navios negreiros, os escravos eram maltratados, empilhados nos porões do barco, como se fossem objetos, muitos morriam com doenças provocadas pela falta de higiene e de alimentação e outros, ainda vivos, atirados ao mar amarrados a pedras para não flutuarem.

                Os que chegavam ao Brasil, os mais fortes e resistentes, eram “melhorados” com a ajuda de “cremes “. Eram vendidos consoante o sexo, a idade e o estado físico, em que se encontravam.

                Eram depois utilizados nas minas e noutros trabalhos pesados. Trabalhavam de sol a sol, a troco de comida e sítio para dormir, a sanzala. Os que tentavam fugir eram chicoteados. A alguns escravos eram postas na sua boca máscaras para impedir que engolissem pequenas pepitas de ouro.

 

 Cândida Rodrigues, 6º E

           Os escravos eram caçados e separados das suas famílias. Depois, eram amarrados e colocados no porão de um barco que ia para a América.

            Muitos escravos não resistiam e acabavam por morrer durante a viagem, devidos às más condições do porão. A alimentação que lhes era dada tinha mau aspeto, mas eles precisavam de comer! Os escravos eram açoitados e depois verificavam se eles tinham força suficiente para praticarem as tarefas duras. Os mais fracos e esqueléticos eram amarrados a um saco de pedras e atirados ao mar, para que não viessem à superfície.

          Quando chegavam à América, eram vendidos como se fossem objetos. Na casa do seu senhor, eles eram postos a trabalhar num engenho de açúcar. Os escravos que trabalhavam nas minas de ouro precisavam de usar máscara para não engolirem as pepitas de ouro.

 

Maria Clara Castro, 6.º E