A carta

(Imagina que, há muito tempo, encontraste, no baú de um teu antepassado, um mapa que indicava a localização de um tesouro escondido debaixo de uma velha árvore. Surpreendido e indeciso, resolveste escrever a um amigo/ familiar e pedir conselho sobre o que fazer com a riqueza que tinhas acabado de descobrir).

 

    

 Casa dos avós, …

         Olá, querido pai.                         

          Espero que estejas bem e melhor do teu tornozelo. Como sabes eu encontro-me em casa dos avós, mas não imaginas o que me aconteceu!
          Quando eu estava a ver, na biblioteca do avô e da avó, se encontrava mais moedas antigas, encontrei um fundo falso. Este dava diretamente para uma passagem secreta, que conduzia para uma sala cheia de mapas: mapas do mundo, mapas da Europa, mapas do país, mapas das cidades…mas houve um mapa que realmente me chamou a atenção. Era um mapa que tinha aspeto antigo e estava cheio de pó. Por isso, comecei logo a espirrar. Quando acabei, limpei o pó e descobri que aquele era um mapa do tesouro!
          Fui, de imediato, contar aos avós. Inicialmente, eles desconfiaram, mas depois, quando lhes mostrei tudo, eles já acreditaram e ficaram espantadíssimos. Disseram que podia ser de um antepassado nosso, e o avô foi pesquisar nos seus livros e foi buscar um livro sobre piratas. De seguida, abriu numa página e leu que Dragut Reis, um dos maiores corsários que viveu no século XVI e que navegava no Mar Mediterrâneo com o nosso apelido, escondeu um tesouro em Portugal. O meu avô, ou  seja o teu pai, disse que Dragut Reis podia ser nosso antepassado e seria o tetra, tetra tetra avô do meu avô! Eles disseram que tinham dúvidas que existisse mesmo um tesouro aqui em Gaia, ou no Porto e principalmente que eu o iria encontrar a partir daquele mapa, mas que se eu achava que existia mesmo, que eles iam comigo.
          Lá fomos nós, entramos para o carro do avô e, analisando o mapa,descobri que os meus avós tinham razão, porque o tesouro não estava nem em Gaia, nem no Porto, mas sim nas ilhas Berlengas, perto da Nazaré. Por isso, tivemos de ir para o barco da avó para lá chegar. Entramos para o barco e rumámos para as ilhas Berlengas. Quando lá chegámos, reparámos que o tesouro podia estar em qualquer lado, numa árvore, numa rocha, numa caverna … Depois deparámo-nos com uma árvore que se notava já ter alguns anos e com algarismos romanos e reparámos que era o século XVI, ou seja, o século em que o pirata Dragut Reis, possível nosso antepassado, viveu e escondeu o tesouro! Mas onde é que estava? Já sabíamos que estava na árvore, mas onde? Decidimos separarmo-nos. Eu escalei a árvore e, vi no meio dos ramos,  uma oliveira  grande, devia ter perto de quarenta metros. Os avós ficaram felizes com a minha ideia de trazer pás e começaram a escavar junto à árvore. Uns minutos depois, quando eu já tinha terminado de vasculhar todos os cantos da árvore, desci para ver se eles já tinham encontrado alguma coisa. Eles responderam-me que não e, no preciso momento em que me responderam, sentiram a pá a bater em alguma coisa, mais dura do que a terra que eles estavam a escavar.  Aí percebemos que tínhamos encontrado o tesouro. Tiramos e quando vimos a arca do tesouro, reparámos que precisávamos de duas chaves e o  avô pegou num gancho de cabelo da avó e arrombou a fechadura! Isso deve ter sido o que mais me espantou na aventura toda. Depois do avô ter arrombado a fechadura, abrimos o tesouro e reparámos que estávamos ricos! O tesouro tinha colares, anéis, coroas, lingotes de ouro… tudo em ouro e pedras preciosas!
          Aproximadamente duas horas depois, chegamos a casa e eu perguntei aos avós o que é que íamos fazer com as riquezas todas que tínhamos encontrado e eles disseram que não sabiam o que fazer, que te devíamos perguntar, embora eu gostaria muito de ver este tesouro exposto num museu.
          Aguardo informações!

        Beijinhos do teu querido filho Lucas.

        POST SCRIPTUM: MANDA BEIJINHOS TAMBÉM PARA A MÃE E PARA A MARIA.

Lucas, 5º D