Carta do futuro

 

                 Portugal, 21 de abril de 2150

      Querida humanidade,

    Quando pensaram que o futuro ia ser melhor, sem fazerem nada por isso, aconteceu o que vos vou divulgar. Antes disso, é necessário agradecer-vos pelo vosso cuidado em preservar o mundo e fazê-lo um lugar melhor! Provavelmente, para a próxima, deviam importar-se mais com a sociedade e não tanto com o vosso próprio umbigo.

   A vossa insensibilidade é uma das razões por considerarmos, a cada dia, que já é um milagre acordarmos. Se me contassem que era uma tarefa difícil evitar este futuro, neste momento não estava a escrever-vos uma carta a criticar-vos, mas sim a agradecer por terem criado um determinado tipo de mundo. O pior é que ocorreu o oposto, vós nem uma palha mexestes para mudar o amanhã, nem conseguistes pensar que iam ser os vossos netos quem iria passar por tudo isto. 

   Problemas sociais, ainda temos, mas creio que estamos a conseguir melhorar pouco a pouco; mesmo que não concordemos com todos os pontos de vista, já conseguimos entender que cada um tem a sua opinião. Aceitamos, finalmente, que somos todos iguais na nossa diferença, aprendemos a viver uns com os outros e a respeitarmo-nos. Tal não sucedia antes, a fazer fé no que o meu pai me contou sobre o século passado.

   Para concluir, acredito que vamos conseguir fazer bem melhor do que vós fizestes até agora e espero que, quando os meus netos escreverem uma carta do futuro, digam que o conseguimos melhorar e que foi uma missão cumprida.

                      Um abraço,

                      Inês Bastos

 

Inês Bastos n.º 5 10.º D

 

 

Vila Nova de Gaia, 11 de janeiro de 2021

  

     Querida humanidade, 

     Muita coisa tem acontecido neste ano, que nos tem mostrado o facto de não estarmos a contribuir para a evolução do planeta. Acredito que muita gente esteja bastante otimista com O futuro, mas, lamento informar que, se não abrirmos os olhos para ver ao nosso redor, o planeta terra não irá durar muitos mais anos. 

     A maior parte das pessoas que se apercebe do que está a acontecer não pertence às classes privilegiadas. Conseguimos perceber como os ricos e os políticos só querem mais dinheiro do que já têm e não estão muitos preocupados com os outros (são egoístas e egocêntricos). Mesmo assim, nem toda a civilização acredita que, por exemplo, o aquecimento global ou até o covid-19 sejam reais. Estão mais preocupados em pensar no presente e esquecem-se que as crianças e adolescentes de hoje em dia vão ter de viver no futuro e suportar com as consequências da ignorância de quem não se importa agora. 

       São as pequenas coisas como não respeitar os outros, preocupar-se com a vida alheia ou não manter uma opinião para si mesmo que geram os desentendimentos. Por mais que já tenhamos melhorado em relação a muita coisa, tem outros assuntos que continuam igual ao até pioraram. Por isso, as pessoas que estão a par da situação atual têm de tentar alertar os que não conseguem compreender. 

        Por favor, pensem um pouco sobre isto; porque não é só a Terra que está a acabar aos bocados, mas nós também.

 

                                                                                        Obrigada pela compreensão

                                                                                                     Ana Catarina.

Ana Jesus n.º 2 10.º D

 

     Porto, 11 de janeiro de 2021

         Carta para os meus descendentes:

     Esta é uma carta para o futuro. Espero que, no futuro, a humanidade tenha mais empatia pelos outros, que haja mais respeito, independentemente da cor ou origem, que o amor prevaleça e que o medo seja esquecido. Venho, através desta carta, dizer como correu 2020 para que, no futuro, os erros não se repitam.

     Logo no início de 2020, uma doença começou a alastrar pela China; posteriormente, espalhou-se por todo o mundo. Essa doença apanhou todos desprevenidos; quatro meses foi o tempo necessário para que a doença fizesse 250 mil vítimas em todo o mundo. A covid-19 levou muitas vidas inocentes e deixou muitos corações vazios e desamparados, mas não foi só esta doença que nos fez ter esse sentimento.

    Em maio de 2020, um polícia branco provocou a morte por asfixia a George Floyd, um homem negro que não tinha consigo nenhuma arma. Estava algemado e com o rosto no chão, quando morreu. A revolta com o caso levou milhares de pessoas às ruas, num protesto antirracista praticamente em todos os estados americanos. Até quando a cor determinará quem somos? Infelizmente, esse não foi o único caso de racismo e nem será o último. Após o ocorrido, houve muitas manifestações por todo o mundo contra os atos de racismo. De facto, temos que fazer muito barulho para sermos ouvidos, independente da classe social, género ou cor, todos merecemos respeito.

    2020 está a ser um caos: há pessoas inocentes a pagar o preço pelo descuido de outros e também pela opinião alheia, a liberdade de expressão está a ser utilizada de uma maneira tão supérflua. O mundo está cada vez mais estranho; ao invés de evoluirmos, estamos a regredir, a história está a repetir-se, os mesmos erros estão a ser cometidos, estamos a ignorar o nosso passado. Se não aprendermos com o passado, como vamos evoluir? O que o futuro nos reservará? 

        Espero que, aí no futuro, a humanidade tenha aprendido a valorizar a vida e o planeta.

                                                                       Da vossa antepassada

                                                                                  Isabelle

Isabelle Silva n.º 7 10.º D

 

                                                                                                                        Canelas, 16 de janeiro de 2021

     Olá Lara! 

    Sou eu, a Lara do passado, uma menina de 15 anos, cheia de sonhos por realizar, de ânsia por vivenciar coisas novas e também com algum receio do futuro. Depois de leres esta carta, faz uma reflexão sobre como vias o mundo e como ele está; é importante que faças uma viagem por dentro de ti.

     Podes pensar que não, mas é bastante complicado passar para papel todas os sentimentos e emoções que estou a sentir neste momento, mas aqui vai. Agora estou sentada na secretária do quarto, em casa dos pais, a pensar no que te quero dizer no futuro. Espero mesmo que, quando estiveres a ler isto, estejas já na tua casa, junto aos testes que vais ter que entregar aos teus alunos ou à beira dos teus meninos e do teu marido. Estou no início do 10º ano, já com os olhos bem atentos ao futuro e com o desejo de querer as médias mais altas possíveis para entrar numa universidade perto de casa, licenciar-me no curso que quero e, quiçá, tirar o mestrado. 

       Espero que, daqui a alguns anos, o mundo tenha evoluído para melhor, o que me custa muito a acreditar porque, a cada ano que passa, parece não haver salvação possível para a humanidade. São tantos os episódios tristes e horríveis que vemos que me fazem acreditar que vai continuar assim. Neste momento, estamos a viver uma grande pandemia e, mesmo assim, a falta de civismo e respeito pelo próximo é pouca. Parece que quase ninguém se importa com o seu bem-estar, o dos amigos e familiares e com o do mundo. Os recursos naturais do próximo ano já estão a ser usados e o planeta está cada vez mais poluído. Em 2020, o racismo continua, bem como a corrupção, a justiça não atua como devia e poderia continuar a enumerar mais acontecimentos que, infelizmente, ainda existem.

         O meu Eu do futuro, quando estiver a ler isto, espero que confirme a realização de todos os meus desejos e que diga que as minhas expectativas, as que tenho hoje em dia – estudar Humanidades se concretizaram.

                                                                       Até sempre

                                                                       Lara

          Lara Portilha,nº9,10ºD